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ENTREVISTA | “É preciso falar sobre suicídio de forma responsável”, diz psicóloga

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Nas últimas semanas, um tema ganhou destaque nas rodas de discussão no município de Picos: o número de casos de pessoas que atentam contra a própria vida. O assunto foi pauta no SCP Notícias 1ª Edição deste sábado (25), que recebeu a psicóloga Graça Moura para discutir o assunto com os jornalistas Assis Santos e Fabricio Sousa.

Para a imprensa, o suicídio é considerado por muitos um tabu, tanto que na academia os profissionais são orientados a tratarem o tema com zelo e responsabilidade, não desafiando a crença de que a divulgação de casos de suicídio pode impulsionar pessoas que já possuam predisposição a também atentarem contra a própria vida. O pacto extraoficial da classe é rompido raras vezes, como em situações que envolvam autoridades e personalidades públicas.

Mas apesar do protocolo extraoficial da imprensa, os episódios agora ganham publicidade através das redes sociais, onde usuários disseminam informações que podem ser perigosas, como lembra a psicóloga Graça Moura. “Ninguém divulga formas de suicídio nem fotos de suicidas. Não se deve [fazer isso]. Tudo o que eu estudo até hoje me mostra com muita clareza que isso provoca dores, que isso influencia, que isso provoca chagas maiores nas famílias”, argumenta a especialista.

Graça Moura explica que as pessoas que desejam atentar contra a própria vida costumam emitir sinais que não devem ser ignorados. “Eles dão sinais de que estão querendo desistir de viver. O ponto comum que a gente vê no suicídio é a desistência da vida. A pessoa perde o desejo, perde a vontade de viver. E uma pessoa que perde o desejo e a vontade de viver, ela quer morrer”, salienta.

“As adversidades, os sofrimentos, as perdas afetivas e financeiras, o uso excessivo de drogas, tudo isso tem produzido tristezas muito grandes que evoluem para processos depressivos. E dentro desses processos as pessoas começam a perder o sentido da vida e começam a perder o tesão e o desejo de viver”, avalia a especialista.

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Para familiares e amigos, a recomendação é de tratar os entes queridos que estejam em risco potencial com atenção. “A gente tem que ter sensibilidade para compreender a dor do outro. Ela necessariamente não tem que ser minha, mas eu posso ter sensibilidade para compreender”, ressalta.

“Quando as pessoas me perguntam o que dizer, eu digo para se calarem. Abra os ouvidos e escute. As pessoas estão sedentas, as pessoas querem ser escutadas nas suas dores também”, acrescenta.

Os números oficiais são altos: no mundo, seriam aproximadamente um milhão de casos por ano. No Brasil as estatísticas apontam para cerca de dez mil. Diante do impacto social, o Ministério Público está firmando parcerias para instalação do CVV – Centro de Valorização da Vida – entidade que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias.

Fonte: Grande Picos

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