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Fé que me move: piauiense caminha mais de 200km em São Paulo por cura da filha

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Mochila nas costas, olhos para céu e pés no chão por sete dias andando por um percurso montanhoso em estradas no interior de São Paulo. Na mochila, apenas o essencial, como material de primeiros socorros, água e roupas leves. Uma hora ou outra um voluntário surge com um alimento qualquer que ajuda a renovar as forças. Os joelhos doidos e as bolhas nos pés são a comprovação de que a caminhada é uma demonstração de força, gratidão e muita fé.

Essa é a experiência do peregrino Michael Sousa Gomes, piauiense que caminhou durante sete dias ao realizar a Rota da Luz, em cumprimento à promessa que fez ao pedir sucesso na melhoria do quadro de saúde de sua filha. O peregrino caminhou de Mogi das Cruzes até Aparecida (SP), um percurso de exatos 201,5 km.

Peregrino Michael Sousa Gomes na Rota da Luz, em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal)

Em entrevista ao OitoMeia, Michael contou detalhes da caminhada e o relata quão gratificante foi a experiência.

“No dia que iniciamos estava fazendo 14º em Mogi, depois a temperatura subia, mas não passava dos 31º. A gente vai por um caminho rural, não é o caminho que eventualmente a gente vê na TV, que é feito pela Via Dutra e é onde tem mais pessoas. É um caminho rural, pelos interiores das cidades. Às vezes você se pega sozinho, caminhando sozinho. Você tem o seu tempo de fazer a sua reflexão. Isso é muito bom”, disse.

“Saí de Teresina um dia antes do início da peregrinação. Desembarquei em Guarulhos e fui de Uber com um colega para Mogi das Cruzes. Na mochila eu levei realmente só o necessário, tem que ser tudo contado. Roupas leves, material de primeiros socorros, curativos”, relatou Michael.

“A rota inicia em Mogi das Cruzes e vai até Aparecida. Esse trajeto todo é feito em sete dias. Você sai de Mogi, parte pra Guararema. Lá dorme para seguir no outro dia e assim por diante, até Aparecida”, contou o peregrino.

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Peregrino Michael Sousa Gomes (Foto: Arquivo Pessoal)

A Rota da Luz é uma das alternativas mais seguras para essa peregrinação e tem o caminho indicado pela concessionária que administra a Rodovia Presidente Dutra. O caminho é um dos melhores para evitar acidentes, mas também conta com bastantes desafios por ser um percurso montanhoso que exige bastantes esforço, mas conta com apoio, como explica o peregrino Michael.

“É um percurso montanhoso, bem difícil nesse sentido porque você sobe muito, é elevado, acima do nível do mar. E é estrada de chão, alguns pontos têm asfalto, outros não. Geralmente não é perto da cidade. E outra coisa muito importante é que você nunca está 100% só, porque existem muitos voluntários que ajudam, que acompanham o caminho inteiro, aí você tem água, comida, é barrinha de cereal, frutas, enfim, todo o suporte para você passar o dia. Porque você só toma café no hotel ou na pousada que você estiver e depois você só vai ter certeza de uma alimentação mais consistente no jantar. Tem apoio caso você venha passar mal, se machucar. São pessoas totalmente voluntárias que estão lá simplesmente para ajudar e alguns locais também têm pessoas que abrem a porta das suas casas para os peregrinos. E aí tem mais estrutura de banheiro, comida. Mas assim, são uma por cada cidade”, detalhou.

Peregrino Michael Sousa Gomes (Foto: Arquivo Pessoal)

O peregrino também falou sobre a emoção de cumprir o seu propósito ao chegar à basílica, mas para ele, o principal e inesperado foi o contato com as outras pessoas e descobrir a história de cada um.

“É muito gratificante participar, você se propor a cumprir esse propósito, seja por qual motivo for. O meu foi uma promessa que eu fiz. Você conhece muitas pessoas com vários propósitos, com vários motivos que levaram a fazer a peregrinação e é muito gratificante você chegar a basílica em si. Mas o principal é o contato com as outras pessoas. A história de cada um, que são totalmente desconhecidos para mim que fui a primeira vez. Tem até uma frase que a gente aprende que é “tudo que sou eu aprendi no caminho”. E é interessante você aprender isso. São muitas vivências diferentes, com muitos motivos, com muitas devoções. É gratificante você chegar lá, mas o caminho todo é muito emocionante”, disse.

Apesar de ser um percurso bonito e agradável, longe das rodovias movimentadas, ainda há desafios. Os sete dias caminhando tem como resultado dores nos joelhos e até calos, mas para o peregrino, nada tira a motivação e gratidão pelas graças recebidas.

“A dor faz parte. É muito sofrido o caminho porque são mais de 200 quilômetros de caminhada. Aparecem dores no joelho, dores nos pés, bolhas, enfim, tem tudo isso. Essa é a parte ruim, digamos assim. Mas tudo compensa, tudo vale a pena. É uma caminhada longa, mas muito gratificante. O caminho todo vale a pena, vale todo o sacrifício, todo o esforço. Todas as dores são recompensadas. Tem momentos que você está caminhando junto com o grupo, a gente sai junto dos pontos de início, mas todo mundo tem um ritmo de caminhada, tem os colegas que já caminham junto, mas tem momentos que você também fica sozinho. Você, seus pensamentos, sua oração… É muito válido”, contou.

Peregrino Michael Sousa Gomes (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem se interessar em fazer a caminha pode encontrar as informações no site da Rota da Luz, do estado de São Paulo. No site podem ser encontradas informações como telefones de pousadas e hotéis para hospedagem, restaurantes, pontos de apoio e diversas dicas valiosas para o planejamento da peregrinação.

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Fonte: Oito Meia

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