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Pesquisador da Uespi apresenta dados sobre possível surto do Coronavírus em Picos

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Um professor da Universidade Estadual do Piauí, campus de Picos, divulgou para seus alunos e colegas docentes um vídeo onde explana dados numéricos caso haja no município um surto do Coronavírus.

Segundo Giordano Bonutti, coordenador do curso de Educação Física, o vídeo foi feito para esclarecer às pessoas o que está prestes a acontecer no município caso estas não compreendam o valor do isolamento social.

“Trouxe alguns dados que estão baseados no cálculo que um divulgador científico fez a nível nacional. Esse é um vídeo que faço, especialmente, para alertar a população e cobrar de nossos governadores uma ação rápida sobre o que está por vir. Picos tem 75 mil habitantes. Destes, 80% vai se contaminar. Após isso, a disseminação será reduzida, pois os que já foram contaminados terão anticorpos para combater”, explicou ele lembrando que os dados são apenas para Picos.

Ele comentou que se 80% da população será contaminada, serão cerca de 60 mil pessoas infectadas nos próximos meses. Destes, 1% vai a óbito; 15% terão complicações e de 3 a 5% precisarão ser internadas em UTI’s com aparelhos respiratórios.

“Vamos ser ‘generosos’ e fazer o cálculo com apenas 3% das pessoas. Isso corresponde a 1800 pessoas que precisarão de leitos aqui em Picos, senão vão morrer. Isso é uma perspectiva para os próximos três meses. Mas, se todos aderirem a quarentena de forma adequada, se todos colaborarem, vamos, enfim, achatar a curva, que não é diminuir o número de casos, mas fracionar a contaminação dos 1800 em 3 meses para 6 meses, diminuindo, assim, a demanda do sistema de saúde. Se todos forem infectados em um curto espaço, o sistema entra em colapso”, disse.

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De acordo com o estudo levantado pelo professor e pesquisador Giordano Bonutti, caso as pessoas respeitem a quarentena e o número de infectados for fracionado, ainda há uma grande preocupação: a falta de leitos.

“Se achatar a disseminação, serão 300 pessoas por mês só em Picos. Com o valor de dois milhões que serão destinados para Picos – conforme foi divulgado na mídia –, serão construídos, em média, 100 leitos. Ou seja, se tiver achatado, 200 pessoas morrem porque não terá hospital que comporte, não terá leito. Serão 1200 pessoas morrendo em Picos em seis meses. Mesmo achatando, o sistema de saúde não suporta”, frisou o pesquisador.

Ele relembrou ainda que mais de 50 municípios dependem de Picos em diversas áreas, inclusive do sistema de saúde.

“Há uma problemática, pois Picos não comporta apenas seus munícipes. São de 40 a 50 cidades satélites que dependem de todo o sistema que Picos oferece, seja ele comercial ou do que seja, inclusive o de saúde. As pessoas dessas 40 cidades, caso se contaminem, vão ser, em tese, encaminhadas para Picos [o que aumentará a demanda]”, destacou.

No vídeo, ele ressalta que os governos precisam mostrar atitudes mais concretas, pois mostram estar atrasados quanto aos demais estados e municípios.

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“A minha preocupação é de um cidadão que está morando aqui na região e prevê o caos que vai acontecer nas próximas semanas e meses. Não adianta achatarmos a curva se não houver um sistema, no mínimo, decente para dar condições de acolher as pessoas que precisarem de UTI. Então reforço: fiquem em casa. Isso não começou ainda. Se cuidem”.

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