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PI tem três feminicídios em 24 horas e delegada faz apelo: ‘vizinhos e vizinhas, protejam nossas mulheres’

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A delegada Eugênia Villa, subsecretária de segurança do Piauí, fez um apelo nesta terça-feira (19) após três casos de feminicídios em menos de 24 horas no estado. Segundo ela, é preciso que a sociedade se mobilize para denunciar a violência contra a mulher antes que os casos acabem em morte. “Vizinhos e vizinhas, protejam nossas mulheres”, pediu,

Em Teresina, diarista foi morta a pauladas nesta terça (19) (Foto: Andrê Nascimento/G1 PI)

Em Teresina, diarista foi morta a pauladas nesta terça (19) (Foto: Andrê Nascimento/G1 PI)

Nesta terça-feira (19) completa também um ano da morte de Iarla Lima, atingida com quatro tiros pelo namorado, o ex-tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto, dentro do carro do acusado. O corpo foi encontrado dentro do veículo do ex-oficial no estacionamento do prédio onde ele morava. A irmã de Iarla levou um tiro de raspão na cabeça, enquanto a amiga da vítima levou um tiro no braço.

Polícia não recebe denúncias das vítimas

A delegada Eugênia destacou que os casos que chegam até a polícia já estão no “fim da linha” da violência de gênero: a morte das mulheres. Para ela, é preciso que elas identifiquem sinais de violência antes que cheguem a agressões e tentativas de feminicídio. Para isso, subsecretária indica que procurem a Central de Flagrante de Gênero, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e o aplicativo Salve Maria.

Aplicativo Salve Maria registrou mais de 730 downloads em dois meses (Foto: Junior Feitosa/ G1)

Aplicativo Salve Maria registrou mais de 730 downloads em dois meses (Foto: Junior Feitosa/ G1)

“Há o aplicativo Salve Maria, mesmo que a mulher não tenha um smartphone, alguém próximo tem. Tem o número 190 da Polícia Militar, o 180 e o 100, a mulher precisa procurar ajuda”, orientou.

“Temos uma atividade incessante com delegadas capacitadas, mas é fundamental a mulher não tolerar nenhum nível de violência, porque muitas vezes ela não vê que está na situação de violência”, avalia.

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Central de Flagrantes de Gênero de Teresina recebe denúncias 24 horas por dia (Foto: Fernando Brito/G1)

Central de Flagrantes de Gênero de Teresina recebe denúncias 24 horas por dia (Foto: Fernando Brito/G1)

“Ela vê como um cenário natural ser xingada, maltratada. Queremos mostrar que isso violência. Um ‘tapinha’ não é normal, um beliscão não é normal”, declarou.

Vizinhos, amigos e familiares precisam denunciar

Além da denúncia das próprias vítimas, Eugênia pediu que vizinhos, amigos e familiares esqueçam a famosa frase de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Para ela, é fundamental que todos denunciem.

“Essas pessoas também precisam assumir o protagonismo. Não adianta a polícia chegar num local de crime com uma mulher morta. Isso é um desastre. Se a violência não chega antes ao nosso conhecimento, como podemos evitar o pior?”, questionou.

Teresina possui núcleo de feminicídio, mas denúncias precisam chegar antes à polícia (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

Teresina possui núcleo de feminicídio, mas denúncias precisam chegar antes à polícia (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

“Nós fazemos esse apelo: vizinhos e vizinhas, protejam nossas mulheres. Precisamos resistir a essa cultura machista, porque isso é omissão, depois irão dormir com a consciência pesada sabendo que poderiam ter poupado essa vida”, declarou.

Eugênia lamentou que a polícia, quando é acionada, já não pode agir para prevenir o pior, porque não tinham conhecimento do que se passava dentro das casas das vítimas. “O que mais nos desafia é que as mulheres são mortas em ambientes em que estariam seguras, em casa, em sua residência, por isso a dificuldade de detectar esses casos com antecedência. Elas não pediram socorro na delegacia. As pessoas têm que denunciar”, declarou.

Fonte e foto: G1 |

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