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Piauí não tem dados atualizados sobre Covid-19 e governo fica ‘às escuras’, diz Núcleo de Pesquisa da UFPI

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O Núcleo de Pesquisa em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI) alertou que problemas na reunião de dados sobre a Covid-19 tem deixado o Governo do Estado sem informações necessárias para tomar decisões efetivas no combate à pandemia.

O professor Emídio Matos, membro do núcleo e também integrante do Centro de Operações em Emergência (COE) do Governo do Piauí, disse que nas últimas semanas foi observado crescimento de casos de Covid-19 através de dados não oficiais.

Para o pesquisador, isso é motivo suficiente para cancelar todas as festas de carnaval, privadas ou públicas, que possam vir a se realizarem no Piauí em 2022.

“Pelos dados primários das prefeituras, pelo que está acontecendo nos estados, o caminho correto é cancelar qualquer tipo de festa de carnaval, privada ou pública. Mas, concretamente, não temos esses dados. Isso está dificultando muito o entendimento da pandemia nesse momento”, explicou.

Emídio Matos, pesquisador da UFPI — Foto: TV Clube

Emídio Matos, pesquisador da UFPI — Foto: TV Clube

Em Teresina, por exemplo, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, afirmou, nesta segunda-feira (17), que o total de casos confirmados de Covid na capital chega a ser até seis vezes maior que o registrado oficialmente.

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Segundo a FMS, enquanto o painel da FMS registrou em média 50 casos positivos por dia nas últimas semanas, apenas os Centros de Testagem para Covid (CTC) registram em média 300 positivados diariamente.

O professor Emídio Matos explicou que após o ataque hacker que prejudicou o sistema do Ministério da Saúde, que reunia os dados sobre a pandemia entre as cidades em um número consolidado, não é possível saber com certeza quantos novos casos foram detectados no Piauí.

Subnotificação: número de casos de Covid em Teresina é pelo menos 6 vezes maior que o oficial — Foto: Ilanna Serena/g1

Subnotificação: número de casos de Covid em Teresina é pelo menos 6 vezes maior que o oficial — Foto: Ilanna Serena/g1

Ele disse que as prefeituras reuniam os resultados dos testes de Covid-19 diariamente no sistema do Ministério da Saúde e, a partir daí, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) conhecia o total em todo o estado.

Desde que começaram os problemas no sistema, a Sesapi divulga apenas os dados coletados pelo Laboratório Central (Lacen), em Teresina.

O pesquisador acredita que sem as informações atualizadas o governo fica “às escuras” para tomar decisões sobre ações que realmente possam surtir efeito no combate à disseminação da doença.

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“O apagão no sistema do MS gera essa distorção imensa. E qual o problema disso? Todas as políticas públicas, os decretos, são feitos baseados na condição epidemiológica do momento. Então, como você toma uma decisão se não está conseguindo enxergar corretamente o que esta acontecendo?”, questionou.

O que fazer?

O professor orientou que, nesse momento de incerteza sobre a situação da pandemia no estado, a população pode ajudar contribuindo ao máximo para evitar a disseminação da Covid-19.

“O que precisamos fazer, como atitude individual e coletiva, é regredir um pouco do que a gente tinha ampliado. Todo mundo relaxou um pouco, porque os casos de fato tinham diminuído no fim do ano passado”, disse.

“Começamos a fazer encontros mais ampliados com amigos e família, ir para bares e restaurantes. Então o momento agora é de recuar. Voltar aos encontros restritos, preferencialmente entre vacinados. Com a família apenas o núcleo que convive, reside na mesma casa”, completou.

O pesquisador acredita que sem essas medidas não será possível quebrar o ciclo de transmissão do vírus e que, desta vez, haverá uma dificuldade ainda maior: a falta de testes.

“É um agravante. Embora o estado tenha cedido testes para a prefeitura de Teresina, por exemplo, eles não serão suficientes. Então vamos ficar também sem testagem, sem noção da realidade, porque as pessoas não vão receber o diagnósticos”, declarou.

Além dos já conhecidos protocolos de segurança, Emídio Matos afirmou que a vacinação é a principal forma de combater o novo coronavírus.

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“Vacina, vacina, vacina. É a estratégia principal contra o vírus. Convencer que não foi ainda a ir e agora ampliar a vacinação infantil”, disse o pesquisador.

Fonte: G1 PI

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