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Queiroga deve anunciar fim da emergência sanitária da Covid-19 neste domingo
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, convocou para este domingo (17), às 20h30, um pronunciamento em cadeia nacional no rádio e na TV onde deve anunciar o fim da emergência sanitária no Brasil.
Tanto o ministro quanto o presidente Bolsonaro tinham por objetivo anunciar o rebaixamento do status de “pandemia” para “endemia”, porém, o governo foi alertado que apenas a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem competência para anunciar o fim de uma pandemia.
Diante disso, Queiroga e Bolsonaro acertaram encerrar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. O estado de emergência sanitária permite o uso emergencial de vacinas, compras sem licitação e outras regras ligadas à pandemia.
Com o fim da Emergência em Saúde Pública 170 regras, somente no Ministério da Saúde, serão impactadas. A que mais preocupa os trabalhadores da Saúde é a autorização do uso emergencial de vacinas e remédio.
As vacinas da Pfizer, Janssen e da Fiocruz já possuem o registro definitivo, mas, a CoronaVac só possui a autorização emergencial e seria impactada.
Gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) não são contrários ao fim da emergência sanitária, mas defendem que seja adotado um período de transição de 90 dias. Também foi proposto um plano de comunicação e de retomada a normalidade.
Endemia ou pandemia?
À Fórum, o médico infectologista Marcos Caseiro afirma que o desejo do governo Bolsonaro de querer mudar o estado de pandemia para endemia, revela que a gestão federal não entende de epidemiologia.
“Falar de mudança de pandemia para endemia mostra que o governo continua equivocado e sem o menor entendimento do que significa epidemiologia. Quer dizer, eles estão mudando a epidemiologia. Como uma doença que está matando centenas de pessoas por dia nós vamos trazê-la para o estado de endemia?”, questiona Caseiro.
“Então nós vamos partir do pressuposto de que a partir de agora morrer 600, 800 pessoas por dia passa a ser normal? A definição de endemia é um número esperado para um determinado período. Se ele decreta que estamos numa endemia é que nós estamos tranquilos com centenas de mortes diárias”, critica o médico.
Por fim, Marcos Caseiro afirma que ainda não há nada que justifique a mudança de pandemia para endemia.
“O governo federal foi totalmente incompetente em todas as etapas da pandemia. Não fez absolutamente nada certo. Não há nenhuma fundamentação em termos epidemiológicos para mudar o status. Mas, esses caras inventam, eles possuem ‘novas explicações’, eles querem reinventar a roda e o mundo”, finaliza Caseiro.
Fonte: Revista Fórum
Foto: Walterson Rosa/MS
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