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SANTANA-PI | Homem é condenado a 24 anos de prisão por homicídio de mototaxista

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Às 21h45, a juíza da 4ª Vara de Picos e Presidente do Júri Popular, Nilcimar Rodrigues, terminou de ler a sentença condenatória de Francisco Manoel da Silva, mais conhecido pela alcunha de “Chico Porém”, por um crime cometido no dia 07 de maio de 2004 contra Edilson Virgulino Neto. O réu recebeu 24 anos de prisão, inicialmente fechada, sendo autuado por homicídio duplamente qualificado.

Um crime que, segundo sentença judicial, foi friamente calculado, tendo o réu tramado tudo, se armado, praticado emboscada e agido com crueldade, desferindo contra a vítima dois tiros pelas costas, mais dois quando caiu da moto, onze facadas que dilaceraram o rosto dele e ainda uma pedrada na nuca de Edilson.

Com isso, voltou para casa, banhou-se, foi devolver a moto que havia pego emprestada para cometer o crime e “seguiu a vida normalmente”. Tudo ocasionado pelo ciúme que sentia por sua amante, identificada por Jovita de Lima Silva, chamada por ele de “Tica”.

Durante o inquérito policial, ainda em 2004, ele foi apontado como suspeito após recolhimento de depoimentos. Foi preso e passou seis meses e dez dias, podendo, a partir de então, responder em liberdade. “Fugiu” para São Paulo com a amante e lá passou dez anos.

Segundo o advogado de acusação, Elias Cipriano, por três vezes o júri popular foi marcado e a defesa conseguiu adiar. Foi constado ainda, pela juíza, que o réu nunca dava o endereço verdadeiro no qual se encontrava para não poder ser localizado.

Contudo, a história de agonia da família do Edilson, assassinado aos 23 anos de idade, por engano, mas com requinte de extrema crueldade, começa a chegar ao fim. Chico Porém recebeu da juíza Nilcimar Rodrigues a prisão preventiva e já saiu do Fórum direto para a Penitenciária José de Deus Barros, 15 anos após ter matado uma pessoa que, segundo acusação, era inocente e estava no lugar e hora errados.

Elias Cipriano, declarou que a sentença foi do agrado da família que já esperava por esse momento há 15 anos. “A sentença foi favorável. A família ficou satisfeita. É um crime que já estava sem ter julgamento há 15 anos, a família aguardava ansiosa. Por várias vezes a defesa conseguiu recursos para que esse júri demorasse a acontecer. Foram várias manobras jurídicas, tendo sido, inclusive, o júri marcado por três vezes. Graças a Deus conseguimos justiça. Vemos aqui um crime duplamente qualificado por motivo torpe e não dando à vítima chance de defesa, ou seja, a traição”, disse ele.

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A viúva da vítima, Eva Regina Cavalcante, declarou que não tinha esperanças de que o réu fosse preso e condenado. “Eu cheguei a dizer a uma promotora, à época, que não acreditava na Justiça. E ela disse para mim que a Justiça tardava, mas não falhava, que um dia chegaria o dia dele. Apesar de ser muito cansativo estar enfrentando tudo isso novamente, relembrando tudo, inclusive só vi aqui as fotos dele no dia em que foi morto, está sendo um momento de felicidade, de alívio, pois estamos vendo a Justiça ser feita, mesmo depois de muitos anos”, disse.

Por diversas vezes, pai da vítima se emocionou durante julgamento

Ela relatou ainda a dificuldade que enfrentou sendo uma “mãe solteira”, viúva e sem emprego. “Quando mataram meu marido, estávamos com quatro anos de casados e tínhamos um filho de três anos. Passei muita dificuldade para criar essa criança sem acompanhamento. Eu tinha minha casa aqui e tive que me deslocar para outra cidade, pois não podia ficar com minha criança aqui, sempre perguntando o porquê de terem matado o pai. Encontrei muita dificuldade, sem emprego, mas hoje, graças a Deus, que ele está preso e vamos dormir tranquilos”.

O advogado de defesa, Luís Bezerra, relatou que recorrerá pela sentença dada a seu cliente. Afirmou ainda que esperava que Chico Porém fosse absolvido ou que o homicídio fosse tratado como simples.Em sua tese, ele defendeu que o réu agiu em legítima defesa, mesmo sendo rebatido pela acusação com a emboscada feita pelo acusado, a ação de atirar pelas costas, esfaquear onze vezes e concluir com uma pedrada na cabeça.

“Discordo da sentença dada pelos jurados e do decreto de prisão preventiva. Tomarei as medidas necessárias para buscar a liberdade de meu cliente. Entendo que a decisão do júri foi equivocada e a sentença também, pois foi uma sentença muito alta, não considerou a confissão. Aguardava absolvição ou, no mínimo, classificação por homicídio simples”, afirmou.

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