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Ciro Nogueira teria pedido R$ 2 milhões para construtora em troca de obras no Piauí

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O senador Ciro Nogueira (PP), indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, teria negociado doações no valor de R$ 2 milhões e oferecido, em troca, facilitar para que a construtora UTC realizasse obras no Piauí. De acordo com matéria publicada por O Globo, o empreiteiro Ricardo Pessoa relatou, em decorrência de acordo de delação premiada, que o senador lhe pediu o dinheiro no segundo semestre de 2013, alegando despesas médico-hospitalares de um parente.

No depoimento, Pessoa disse ter atendido à solicitação, visando às obras no Piauí ou no Ministério das Cidades, na época chefiado pelo PP. “O senador Ciro Nogueira chegou a falar o seguinte: ‘Você tem que fazer obras no Piauí, porque a gente ainda vai crescer muito no Piauí’ “, revelou O Globo, reproduzindo relatório da PF divulgado pela Revista Época, na última sexta-feira (28).

Além de Nogueira, a PF viu indícios de crimes cometidos por mais quatro pessoas: Fernando Mesquita de Carvalho filho, ex-assessor do senador, os advogados e sócios Fernando Mesquita de Carvalho Filho e Sidney Sá das Neves, e o próprio Ricardo Pessoa. A PF viu indícios de corrupção passiva na conduta do ex-assessor. No caso dos dois advogados, a acusação é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por fim, a PF entende que Pessoa cometeu os crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Dos R$ 2 milhões solicitados a Ricardo Pessoa, da construtora UTC, foram pagos R$ 1,875 milhão. O empreiteiro contou também que pagou inicialmente R$ 1,4 milhão, em três parcelas, por meio do doleiro Alberto Youssef. A entrega teria sido feita na casa de Ciro Nogueira, em Brasília, por Rafael Angulo Lopez, que trabalhava com Yousseff, a uma pessoa chamada Fernando. Segundo a investigação da PF, trata-se de Fernando Mesquita de Carvalho Filho, que era assessor de Nogueira.

Ainda de acordo com a matéria de O Globo, a PF utiliza os depoimento de Pessoa, as delações de Youssef, de Angulo e de Walmir Pinheiro, ex-diretor financeiro da UTC, como provas de que houve os pagamentos da empreiteira para Ciro Nogueira. Outro depoimento citado pela PF foi de José Expedito Rodrigues Almeida, que foi assessor de Ciro Nogueira quando ele era deputado.

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Para sustentar as conclusões do relatório, a Polícia Federal também usou documentos apreendidos no ano passado na casa de Ciro Nogueira, em Brasília.

Segundo a PF, Ciro Nogueira negou, em depoimento, ter pedido dinheiro para despesas médicas, já que vem de família rica, com renda mensal de R$ 200 mil e “planos de saúde custeados pelo Senado e ela pela Câmara sem limites de gastos”, uma vez que ele é senador e a esposa, Iracema Portella, é deputada.

Disse ainda que conheceu Ricardo Pessoa em 2013 por meio do então ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro, do PP, e que depois disso foi à sede da UTC em São Paulo “com o mero objetivo de conhecer a empresa”. Em 2014, possivelmente em setembro, disse ter entrado em contato com Pessoa para pedir doações eleitorais entre R$ 400 mil e R$ 500 mil.

O relatório da PF é de 19 de outubro deste ano e foi assinado pelo delegado Thiago Machado Delabary. O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF, levantou o sigilo do inquérito e solicitou a manifestação do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso.

Ciro Nogueira disse que só se pronunciará após ser notificado oficialmente, o que ainda não ocorreu.

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Fonte: O Globo

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