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Conheça a feira municipal de Simões, um espaço de comercialização e de encontros

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A feira livre do município de Simões começou em meados dos anos 50, no qual os comerciantes vinham de toda região para comercializar suas mercadorias, tais como farinha, feijão, milho, dentre outros produtos.

Na época, os comerciantes vinham a cavalo e carroça, alguns passavam dias para chegar até a feira, que acontecia nas margens do rio Boa Vista, que logo foi se aproximando do centro da cidade, devido a falta de espaço que havia no local. Diante do crescimento da feira, foi criada a casa da feira, local onde os feirantes se reuniam e comercializavam os produtos.

Segundo o primeiro prefeito do município, o senhor Rufino Lopes dos Reis, hoje com 92 anos, as dificuldades eram imensas, mas em compensação, havia abundância em relação a alimentação e uma vida mais tranquila, o que facilitava o comércio. “Naquele tempo as pessoas vinham a cavalo com a mercadoria e sem medo algum, pois não tinha violência e risco, comparado a hoje”, lembra.

Hoje, a feira é realizada no centro da cidade. A movimentação inicia ainda na madrugada do sábado, por volta das 4h, e segue até às 16h, não mais na antiga casa da feira, como antes. Por outro lado, continua atraindo comerciantes de toda região, de cidades como Araripina, Marcolândia, Caldeirão Grande do Piauí e Paulistana, dentre outras, que trazem mercadorias como alimentos, animais, confecções, bijuterias e outra variedades de produtos.

Antônio José da Silva, de 53 anos, é um desses comerciantes ambulantes. Ele é de Paulistana e há mais de oito anos, todos os sábados, segue a mesma rotina de montar sua banca de roupas.

O comerciante agradeceu à população de Simões que até hoje só lhe proporcionaram boas conversas e novas amizades. “Estou há 14 anos nesse ramo. A cidade de Simões foi uma que decidi trabalhar enquanto eu estiver nesse meio”, disse.

Ele lembra que determinada vez, devido a uma forte chuva na região, ele teve que percorrer mais de 200 km, vindo por Padre Marcos, para chegar a feira.”E faria de novo se fosse preciso. Simões é uma cidade acolhedora, que mesmo com tantas dificuldades, me dá força para não desistir”, disse.

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Na praça do Sesquicentenário, é possível observar a banca do senhor Ismar Gomes Ferreira. O feirante tem de 63 anos de idade e reside em Araripina, no Pernambuco. Ele é outro que todos os sábados está em Simões, uma rotina que se repete há 15 anos.

O senhor Ismar, mas conhecido como Babá, diz que Simões é uma das cidades na qual a população é muito acolhedora e amiga. “Em todos esses anos, trabalhei com varias pessoas daqui, pessoas confiáveis, de responsabilidade, que nunca me deixaram na mão. Nós que trabalhamos nesse ramo enfrentamos grandes dificuldades no nosso dia a dia, pois costumamos viajar pela madrugada, enfrentando o perigo das estradas. E como se não bastasse, ainda vem essa corrupção no país, que o deixou em crise. Espero que as coisas venham a melhorar e agradeço a Deus pelos clientes e amigos que aqui consegui aqui”, disse.

Também é parte da feira livre de Simões a senhora Francisca Rocha Oliveira, de 60 anos, natural de Chapadinha, no Maranhão, e que começou a trabalhar no município de Simões com seu marido em 1985. Tempos depois ela passou a morar na cidade, montando um comércio, o ‘Verdurão Oliveira’. Mesmo assim ela não abandonou a feira. As coisas ficaram mais difíceis como o falecimento de seu marido, José Alves de Oliveira, em um acidente. Ela teve que administrar o negócio sozinha.

“A feira de Simões começa as 4 da manhã, é um trabalho duro, árduo, mas existe grandes recompensas, como, por exemplo, meus clientes e amigos que vem a meu encontro todos os sábado para comprar e conversar”, disse. Ela também relatou quedas nas vendas em virtude da crise. “Até mesmo na minha banca de frutas e legumes, que são produtos necessários, teve queda nas vendas por causa da crise. Mas, mesmo com todas as dificuldades, tenho conseguido com meus funcionários  enfrentar os problemas e seguir em frente. Só tenho a agradecer a Deus e a todos os clientes e amigos”.

A senhora Socorro Lima é natural de Missão Velha, e residente em Juazeiro do Norte. Ela  leva sua vida participando das feiras municipais desde s 13 anos de idade.

Dona Socorro, como é chamada pelos clientes e amigos, aos 73 anos, monta sua barraca todos os sábados em Simões para comercializar suas variedades. Banca oferece ao cliente uma grande diversidade de produtos como baldes, panelas, talheres, dentre outros.

“Já são 15 anos de luta, começando todos os dias às 5 horas da manhã até às 3 da tarde”, disse.

Na feira livre do município, a diversidade de produtos é muito grande. Alimentos como o feijão, goma e milho, podemos encontrar na banca do senhor Francisco Alves Chico da Feituria, como é conhecido, de  55 anos.

Ele revelou que atualmente a maioria dos produtos vem de outras cidades, diferente dos tempos atrás, quando a população do próprio município vinha vender e comprar produtos da terra. “Eu mesmo vendo os produtos que cultivo na roça e na serra, apesar de que já passei por um tempo difícil, inclusive nos últimos dois anos que tive que comprar a mercadoria em outra cidade, devido a pouca produção”.

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Segundo ele, a feira municipal de Simões ainda é uma das maiores da região. “Dá gosto de se ver a variedade de produtos aqui encontrado, e as pessoas que participam da feira”, disse.

O prefeito do município, Dogizete Pereira, destacou a importância da feira do município. “A feira tem uma grande importância para Simões, seja do ponto de vista econômico, como cultural. É um dia em que as pessoas compram e vendem seus produtos,mas, também, um espaço de confraternização. É na feira que muitas pessoas se encontram semanalmente”.

O gestor reafirmou sua disposição em contribuir com a melhoria da feira. “Estamos providenciando a solução do problema dos banheiros dos boxes da antiga casa da feira, garantindo condições para atender as necessidades de todos. Além disso, estamos concluindo a reforma da praça João XXIII, local onde alguns feirantes montam suas bancas. Enfim, estamos buscando o melhor para o município, buscando tudo aquilo que estiver ao nosso alcance para conseguirmos o que for necessário para Simões”, pontuou.

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