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Entidades denunciam 15 suspeitas de fraudes em cotas raciais e acusam Uespi de negligência em investigação
O Diretório Central de Estudantes (DCE), juntamente, com as entidades acadêmicas Negrex, Neab, Sankofa, Nupecso, Nehts e Centros Acadêmicos do curso Psicologia e História, denunciaram pelo menos 15 suspeitas de fraudes em cotas raciais na Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
Destas, pelo menos 10 seriam do curso de medicina. Em nota enviada ao OitoMeia, entidades afirmam que entregaram documentações à reitoria e acusam a Uespi de negligência e falta de transparência na investigação dos casos.
Segundo a nota, ainda em nove de setembro, o grupo protocolou uma denúncia na qual apresentavam dossiê apontando turma, ano de ingresso e nomes de possíveis alunos de cor branca que foram aprovados em cotas raciais. Os dados foram extraídos da lista de chamada divulgada pela Universidade. Seis dias depois, através de email, a reitoria respondeu que investigaria e tomaria medidas cabíveis quanto ao processo. No entanto, destacou que isso só aconteceriam em outubro, somente após o recesso de férias dos professores, que segundo a reitoria se daria entre os dias 16 e 30 de setembro.
Findado o período de férias, as entidades afirmam que tem cobrado um posicionamento público da Uespi e nada foi feito. Segundo informações repassadas à reportagem, quase dois meses após o protocolo da denúncia e, através de pressão de alunos nas redes sociais, a Uespi lançou nota nas redes sociais na última sexta-feira (22/11), afirmando que estaria acompanhando o processo.
As entidades afirmam que, nesse sentido, entendem negligência por parte universidade: “Sabemos que desde 2008 partir de lei as políticas de acesso de cota racial e social são uma realidade presente na Uespi e que isso significa um ganho para a luta antirracista aqui no Piauí. Entretanto fraudadores de cotas apontam os problemas e as fragilidades dessa lei e a importância do monitoramento do ingressantes da Universidade. Pois nesse caso, esse problema significa tirar a vaga de quem realmente necessita e que sabemos a importância do ingresso a Universidade para um jovem, preto e periférico e que isso não pode ficar impune pois isso significa uma injustiça, fraude caracteriza crime e escancara mais umas das facetas do racismo estrutural que vivemos no Brasil. Nesse sentido O DCE UESPI deseja que a reitoria tome as devidas providências”, escreveu.
O QUE A UESPI DIZ
Procurada pelo OitoMeia na manhã deste domingo (22/11), a Uespi, através da assessoria, afirmou que DCE tem conhecimento de que a Uespi abriu uma comissão para apurar o caso. A assessoria ainda enviou a nota mencionada anteriormente. O documento pontua que a Pró-reitoria de Ensino e Graduação (Preg-Uespi) recebeu a denúncia e que reuniões e pareceres sobre estão sendo dados quanto as possíveis 15 fraudes em cotas raciais. A universidade também destacou que a partir deste ano todas as IES estão fazendo entrevistas ao vivo com candidatos, a fim de confirmar dados e identificar contradições.
Fonte: Oito Meia
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