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PICOS | “Essas instituições erram ao concluírem que todo preto é bandido”, diz Coordenadora de Direitos Humanos

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Um dos assuntos que mais têm sido comentados em Picos nos últimos dias é a morte cruel do pedreiro Joílson Pereira, baleado, na última terça-feira (04), por um agente da Polícia Rodoviária Federal e não resistindo aos ferimentos, veio a óbito nesta quarta-feira (05).

Populares têm expressado indignação nas redes sociais pela forma cruel como o policial agiu. A coordenado dos Direitos Humanos de Picos, Jovana Cardoso, declarou que enviará um Pedido de Providência ao Ministério Público Federal, visto que trata-se de uma instituição pertencente à União.

“Esse crime não pode passar em branco, os culpados precisam e devem ser responsabilizados. A coordenação de Direitos Humanos encaminhará ao Ministério Público Federal um Pedido de Providência e punição desse crime bárbaro a um trabalhador, membro de família, que apenas fugiu assustado. Como a PRF é órgão da União, vamos acionar o MPF. Esse crime não pode passar em branco para que outros não façam o mesmo. Essas instituições erram ao fazer a conclusão de que todo preto é bandido”, declarou a coordenadora.

Jovana Cardoso pontuou a situação como despreparo e não como tragédia. Segundo ela, isso faz parte de um conceito enraizado nas instituições policiais de racismo a negros.

“Isso foi um despreparo lamentável da PRF que desencadeou na morte de um cidadão trabalhador, inclusive já trabalhou na minha casa. Ele era uma pessoa honesta. Isso não foi tragédia, no meu ponto de vista. Foi um despreparo da polícia que faz parte do chamado racismo institucional, onde se imagina que preto é bandido. É isso que está enraizado na mente destas instituições. O fato de ser preto já se configura que a pessoa é marginal. Então a PRF precisa desconstruir esse racismo e a pessoa que cometeu o crime deve ser punida por ele”, frisou.

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Ela lembrou de casos recentes como o de George Floyd e João Pedro, jovem e criança, ambos negros e assassinados por policiais, nos Estados Unidos e Brasil, respectivamente, nas duas últimas semanas.

“Esse caso é praticamente uma réplica do que aconteceu nos EUA e aqui no Brasil, com o menino do Rio de Janeiro. A sociedade precisa acordar para isso, precisa ir para as ruas e pedir providência, não pode ficar calada. Matar à queima-roupa, com dois tiros, não é ação policial, é ação homicida”, concluiu.

Respeitando às regras de distanciamento social, grupos em Picos já estão a discutir maneiras de manifestação em prol de justiça pela vida de Joílson e de tantos outros negros que são agredidos e mortos, diariamente, por conta da cor da pele.

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