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“Preta burra” e “Matar comunistas”; alunos da Ufpi relatam ameaças nas eleições

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A integridade física de pessoas está sendo posta em risco nas eleições de 2018. Radicalismos contra a opção de voto da população se torna motivo para sérias ameaças, principalmente contra as minorias. Na terça-feira (09/10), o OitoMeia contou a história de Crisnando Pinho Lima, um estudante agredido por dois supostos eleitores do Bolsonaro, cujos agressores gritavam “Queremos ver sangue de viado escorrer”.

Mais relatos de vítimas de ameaças por conta das eleições surgiram em Teresina (Foto: Montagem OitoMeia)

A repercussão da reportagem deixou muita gente preocupada e um sinal amarelo alerta ao risco eminente de ataques antidemocráticos contra quem se posiciona de forma diferente na política. Infelizmente, parte da população se deixa levar por “Fake News” divulgadas em grupos de WhatsApp, ao ponto de condenar a versão de Crisnando, por exemplo, apurada por um jornalismo sério e responsável.

Após notável caso de homofobia, mais relatos de vítimas de ameaças surgiram em Teresina. Dois ganharam grande repercussão em meio às redes sociais mais acessadas pelos teresinenses, somente na manhã desta quarta-feira (10/10). Os ameaçados são dois estudantes da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), diga-se de passagem, um dos principais celeiros de discussão política do estado.

PORTE DE ARMA CONTRA A “PRETA BURRA”

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O primeiro envolve a estudante Tatiana Nascimento, aluna do quarto período de Ciência Política. Nesta manhã, ela fez uma publicação no Facebook para expor uma mensagem que recebeu de um perfil falso no Inatagram. Na ocasião, o criminoso repudiava o fato de ela não votar em Bolsonaro, chegando a chamá-la de “preta burra”.

“Aceita que dói menos. Vai para a Venezuela. Quando eu tiver porte de arma e te encontrar pela Ufpi, toma cuidado. Ninguém vai sentir falta de uma preta burra”, disse o perfil, cujo endereço da rede social Instagram não foi revelado pela vítima por recomendação da polícia, já que um boletim de ocorrência foi registrado. “É melhor ‘Jáir’ se acostumando”, finalizou o criminoso.

Tatiana Nascimento desabafou no Facebook sobre ameaças (Reprodução Facebook)

Tatiana contextualizou todo o fato ao OitoMeia, mas pediu que parte do que contou não fosse divulgada para não comprometer as investigações e para que ela própria fique em segurança. Mas o medo persiste, já que a jovem de 26 anos nunca tinha passado por algo desse tipo, embora receba algumas críticas nas redes sociais por se autodeclarar de esquerda, dentro do espectro político.

“Eu fiquei um pouco apavorada porque a pessoa direcionou ao local que eu estudo. Não foi uma mensagem aleatória. Depois que eu publiquei nas redes sociais e ganhou certa repercussão, várias pessoas me relataram o que aconteceu com elas. Ao mesmo tempo em que teve muita gente que me apoiou, teve muita gente que me condenou. As pessoas coloca a culpa em ti por algo que você não tem culpa”, desabafa Tatiana à reportagem.

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“MATAR COMUNISTAS”

Outro caso bastante repercutido na manhã de hoje é sobre um estudante de Arqueologia, também graduando da Ufpi. Ele preferiu não revelar a identidade, por temer retaliações, mas fez questão de esclarecer algumas notícias falsas compartilhadas em massa, sobretudo nos grupos de WhatsApp.

O aluno caminhava no campus de Teresina, entre o Setor de Esportes e o Centro de Tecnologia (CT), quando um carro, identificado apenas pela cor prata, se aproximou em alta velocidade, como se fosse atropelar o jovem. “Foram essas brincadeiras de mal gosto de os bolsominions (vulgo eleitores do Bolsonaro) gritarem que vão matar comunistas”, disse ao OitoMeia.

FAKE NEWS SOBRE HOMOFOBIA NA UFPI

A história que ganha força na Internet e que não devem ser compartilhada por se tratar de “Fake News”, atribui o quase atentado à homofobia, o que nega o estudante vítima do fato. “Toma cuidado com o que a galera está compartilhando porque ele não gritou nada relacionado a ‘viado’ e muito menos me atropelou”, concluiu.

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A Coordenadoria de Comunicação da Universidade Federal do Piauí informou que averigua o caso e que, assim que tiver um posicionamento oficial, a instituição enviará uma nota à imprensa.

Ufpi ainda vai se posicionar sobre o assunto (Foto: Édrian Santos/OitoMeia)

Aqui, o essencial não é defender partido tampouco um candidato que concorre à presidência da República – Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro (PSL). O xis da questão é dignificar as escolhas dos eleitores, sem que os mesmo passem por constrangimentos ou tenham o direito de ir e vir suprimido. Àquele que vencer, que governe para todos os brasileiros, piauienses e teresinenses.

 

 

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Fonte: Oito Meia

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