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ENTRETENIMENTO

Filme ‘Uma mulher chamada Esperança’ é exibido no VIII Ciclo de Palestras e atrai grande público em Vila Nova

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A cidade de Vila Nova do Piauí foi marcada mais uma vez pela representação cultural e artística com a exibição do filme ‘Uma mulher chamada Esperança’. A obra cinematográfica narra a história da escravizada Esperança Garcia que teve a vida sofrida juntamente com sua família e demais escravizados da Fazenda Poções no Piauí, nos idos do século XVIII, entre os anos de 1760 e 1770. Esperança Garcia, no filme, foi interpretada pela atriz picoense Ruthe Barão.

O evento de exibição do filme aconteceu na noite de sexta-feira (26) integrando a programação do VIII Ciclo de Palestras – História, Cultura Negra e Identidade: um olhar sobre o legado africano no Piauí. Conduzido pela professora e ativista cultural, Marli Veloso, que na ocasião falou também sobre o documentário intitulado A Carne que retrata o papel da mulher na sociedade.

No cenário da obra estão lugares como a casa do político piauiense Coelho Rodrigues (in memoriam), a sede do Museu Neno (Do Homem Rural Nordestino), situado no povoado Lagoa Grande, zona rural de Bocaina-PI.

Esperança Garcia era casada com Inácio (personagem narrado pelo ator de Oeiras Lameck Valentim). Sem seu marido ela foi transferida à força da Fazenda Algodões – de onde vivia desde a infância – pelo capitão Antônio Vieira, que era o administrador da Fazenda Poções. Com ela apenas os filhos puderam ir junto.

Ator Lameck Valentim interpreta o personagem Inácio em Uma mulher chamada Esperança – Foto registrada no dia 11 de novembro na exibição do filme em Picos

O secretário de Cultura, Miqueias Carvalho, deu as boas-vindas ao público, agradeceu a equipe da Secretaria Municipal de Cultura e ao prefeito Edilson Brito.

“Agradecer a minha equipe da Secretaria de Cultura pelo evento e a presença do elenco do filme que tem como diretor Flávio Guedes. O município apoia as causas culturais e dispôs de apoio para reproduzir esse filme. A gente valoriza e tem interesse em contribuir. Desejo boas-vindas e agradeço pela presença de todos, as diretoras, secretária de Educação […]”, disse o secretário.

Após a exibição, foi reservado o momento para discussões e debates. A professora e historiadora, Maria Cândida, também prestigiou a exibição da obra cinematográfica.

A atriz Ruthe Barão que interpreta Esperança Garcia destacou que Vila Nova é uma cidade acolhedora.

“Vir a Vila Nova sempre é um grata surpresa. É uma cidade acolhedora que nos abraça desde o início da trajetória do nosso grupo teatral PBC – Projeto Bar Cultural. A gente já fez diversas apresentações em parceria com o Ponto de Cultura Cidade Poesia e também com a Biblioteca Patativa do Assaré sempre a convite de Marli Veloso. Vila Nova é uma cidade que abraça a cultura e não perde pra nenhuma em questão cultural. É um sentimento de gratidão e poder vir aqui mostrar nosso trabalho e receber o feedback desses cidadãos maravilhosos”, revelou a atriz Ruthe Barão.

O ator Flávio Guedes, diretor da obra cinematográfica que faz o personagem de capitão Antônio Vieira, também falou sobre a exibição do filme em Vila Nova e da receptividade que tem o município.

“´É um sentimento de gratidão e prazer porque Vila Nova é uma cidade que tem nos abraçado desde sempre. Desde quando entrei no Projeto Bar Cultural em 1999, Vila Nova está sempre abraçando nosso projeto e contatando, apoiando. E agora com Uma mulher chamada Esperança não foi diferente. É um prazer imenso voltar aqui e fazer uma exibição para essa plateia lotada e tem um cultura de valorização das culturas de modo geral”, destacou o diretor do filme.

Uma mulher chamada Esperança foi dedicado ao saudoso Sávio Barão que faleceu na noite do dia 27 de abril deste ano. Durante o evento a atriz Regina Barão falou sobre o filme dedicado ao seu pai, Sávio Barão, que integrou o elenco e também da representação dele para o reconhecimento e ascensão do povo negro.

Quem foi Esperança Garcia?

Mulher negra e escravizada, Esperança Garcia conseguiu escrever uma carta e enviou ao governador do Estado do Piauí em 1770, denunciando os maus-tratos que tanto ela quanto suas companheiras e seus filhos sofriam. Nos escritos relatou também ter sido separada de seu marido e do impedimento de batizar as crianças.

Esperança recebeu o título simbólico pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Piauí de reconhecimento como a primeira advogada do Piauí. A carta de Esperança foi encontrada em 1979, no Arquivo Público do Piauí, pelo historiador Luiz Mott. A descoberta de sua reivindicação fez dela símbolo da luta por direitos e da resistência negra.

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Prestigiaram o evento, a acadêmica da Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR), Santynha Bezerra (Monsenhor Hipólito); a professora Ramundinha (São Julião); a advogada e professora Núbia Rocha que é membro da Sociedade Amigos da Biblioteca de Vila Nova do Piauí, dentre outros apreciadores.

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