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A cada mil jovens piauienses, 268 não chegarão à terceira idade, diz IBGE

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Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que aumentou em quase 2% a probabilidade de um jovem de 15 anos não completar 25 anos no Piauí. De 1980 a 2013, esse percentual saltou de 25,5% para 27,3%, respectivamente.

Em números absolutos, a cada mil jovens piauienses do sexo masculino, 268 não chegarão à 3ª idade. Além da juventude, boa parte das pessoas que entram para essa triste estatística tem em comum o fato de terem morrido de forma violenta. Os homens brasileiros são maioria entre as mortes também na juventude. O suicídio, os acidentes de trânsito e os assassinatos são as principais causas das mortes violentas nessa faixa etária, conforme aponta o IBGE. O consumo de drogas é um dos fatores agravantes dessa violência, que também tem destruído famílias e as perspectivas de futuro de muitos jovens inocentes.

Na zona Sul de Teresina, um triste exemplo dessa realidade: Em agosto do ano passado, Francisca Resende, moradora do Residencial Betinho, recebeu a notícia de que seus dois filhos, Felipe (19 anos) e Fernando (17 anos), haviam sido baleados na Vila Nossa Senhora do Rosário, localizada na mesma região onde moravam. Felipe foi socorrido após levar um tiro na perna. Já Fernando, morreu no local com um tiro nas costas. Entre os acusado pelos disparos, um menor de 15 anos.

Na investigação do caso, a polícia concluiu que os filhos de Francisca foram confundidos com integrantes de uma gangue da região e atingidos por engano. Os criminosos queriam vingar a morte de um outro adolescente de 17 anos, assassinado na mesma semana por uma facção rival.

“Mataram meu filho pelas costas, sem ele nunca ter feito nada a ninguém. Fernando era um ótimo garoto, só queria saber de estudar, trabalhar e sonhar. Acabaram com os sonhos dele e da minha família”, lamenta. Segundo Francisca, atualmente, os dois acusados do crime estão soltos. “Saber que os envolvidos estão presos e pagando pelo que fizeram seria um alívio para o meu coração. Mas, infelizmente, esses dois já estão na rua, praticando novos crimes, fazendo novas vítimas”, desabafa. Mãe de mais duas meninas, de 16 e 15 anos, respectivamente, Franscisca reconhece que a violência parece chegar cada vez mais próximo. “Uma de minhas filhas foi assaltada há pouco mais de 15 dias e levaram um celular. O que se vê é que a vida, hoje em dia, é algo cada vez mais banal. De onde vem tanta droga e tantas armas? A sensação é de impunidade” questiona Francisca.

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A mudança de hábito para proteger a família da ameaça da violência é uma realidade comum a pessoas de vários outros bairros. Adriana Conceição, que também teve um filho adolescente morto por engano em Teresina, afirma que já pretende se desfazer do frigorífico da família, local onde aconteceu o crime. “Além do medo dos bandidos, há também a lembrança muito forte do meu Richardison, que me ajudava diariamente nas vendas”, desabafa a comerciante, moradora do bairro Promorar. O filho dela foi assassinado no bairro em fevereiro deste ano.

Fonte: Jornal O DIA

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