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Abuso sexual mancha legado de João Paulo 2º, que será canonizado dia 27 de abril

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O papa João Paulo 2º corretamente recebe os créditos por ter ajudado a pôr fim ao comunismo, por inspirar uma nova geração de católicos com um papado de tours globais e por explicar o ensinamento da igreja em várias questões delicadas enquanto a cristandade entrava no terceiro milênio.

Mas o escândalo de abuso sexual que aconteceu sob seu papado continua uma mancha em seu legado.

João Paulo e seus principais conselheiros fracassaram em compreender a severidade do problema do abuso até muito tarde em seu pontificado de 26 anos, apesar de bispos nos EUA terem pedido à Santa Sé desde o final dos anos 1980 por uma forma mais rápida de excomungar padres pedófilos.

Acredita-se que a experiência de João Paulo na Polônia sob o comunismo e o regime nazista, onde padres inocentes eram frequentemente desacreditados por acusações falsas, tenha influenciado sua defesa geral do clero. O êxodo do clero depois dos turbulentos anos 1960 igualmente lhe fez querer manter os padres que ainda tinha.

João Paulo 2º e João 23 vão se tornar santos

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Para a Igreja, o processo de canonização não torna ninguém santo; ele apenas reconhece quem o é. O que torna a pessoa santa é a sua própria vida e as suas virtudes. Mas o reconhecimento é atualmente um procedimento bastante burocrático, que costuma levar décadas.

Contudo, o papa tem a autoridade para abrir exceções, como fez Francisco no caso da canonização de João 23, que entrará para o rol de santos pulando uma das etapas – ele tem apenas um milagre comprovado, enquanto a exigência padrão são dois.

O processo de João Paulo 2º também é bastante particular. Logo que ele morreu, seu sucessor, Bento 16 , mudou a regra que exigia uma espera mínima de cinco anos após a morte para dar início ao trâmites. Dessa forma, João Paulo 2º se tornará oficialmente santo apenas nove anos após sua morte, um tempo recorde. Tanto João 23 quanto João Paulo 2º serão canonizados em 27 de abril de 2014 , segundo anunciou o Vaticano nesta semana.

A canonização oficial foi criada no século 10 pelo papa João 15, e seus procedimentos já sofreram diversas modificações na história. Mas antes disso, muitos santos foram canonizados conforme a vontade popular e a tradição das comunidades cristãs, sem regras estritas. Uma compilação de santos e beatos oficiais da Igreja Católica, contida no livro litúrgico Romanum Martyrologium, reúne quase 10 mil nomes.

Hoje, o caminho para ser considerado santo começa com um pedido feito por uma comunidade católica para que a Igreja reconheça as virtudes da pessoa. A petição deve ser enviada para a Congregação da Causa dos Santos.

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Quando o pedido é aceito e a causa iniciada na Santa Sé, o candidato recebe o título de “servo de Deus”. Para cada causa, é escolhido um postulador, espécie de advogado que terá a tarefa de examinar a vida do candidato para atestar sua fama de santidade.

Essa primeira etapa costuma ser a mais demorada, porque o postulador tem de investigar minuciosamente a vida do servo de Deus para confirmar suas virtudes ou o seu martírio (no caso de alguém que morreu em nome da fé). Se o candidato a santo for aprovado nessa fase, passa a ser considerado “venerável”.

Para o venerável ser beatificado, é preciso a comprovação de um milagre póstumo, supostamente obtido por sua intercessão junto a Deus. No caso dos mártires, porém, não é necessário milagre. Os beatos já podem ser cultuados por grupos católicos que assim o desejarem.

Os milagres costumam ser curas. Elas são avaliadas por pareceres médicos locais e por um comitê de cinco médicos do Vaticano. Para serem aceitas como milagres, as curas devem ser duradouras e não explicáveis cientificamente.

O último passo do processo de canonização é a comprovação de um segundo milagre, este realizado quando a pessoa já tinha o título de beato. Mas as regras são as mesmas do primeiro.

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Se comprovado o segundo milagre, o novo santo passa a ser cultuado universalmente pela comunidade católica.

 

 

Fonte: iG

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