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Aos 66 anos, idoso entra na universidade

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Dados do IBGE apontam que o número de idosos cresceu 18% em 5 anos e ultrapassou os 30 milhões em 2017 em todo país. A expectativa é que até 2030, o Brasil tenha a quinta população mais idosa do mundo. As pessoas estão vivendo mais, a expectativa de vida e longevidade cresceram e é preciso envelhecer com sabedoria e mente ativa.

Crédito: Divulgação

Aquisição de novos conhecimentos e atividade física podem ser o caminho para uma longa vida com mais expectativas e qualidade. Por isso, é cada vez mais comum, idosos buscarem escolas e universidades para voltar a estudar ou até mesmo iniciar os estudos.

Valdivino está cursando Filosofia na UAPI

Motivado pela ânsia do saber, o aposentado Valdivino José da Silva, de 66 anos, voltou à sala de aula após 29 anos parado. Ele, ex-aluno do CETI José Atanásio de Santana, localizado no município de Simplício Mendes, ao Sul do Piauí. O idoso fez sua matrícula na escola em 2008, contudo precisou abandonar a escola naquele ano devido a um problema de visão. No ano seguinte, renovou a matrícula e concluiu o ensino médio em 2011, se destacando como um excelente aluno. Atualmente, Valdivino da Silva é acadêmico do curso de Filosofia, na Universidade Aberta do Piauí – UAPI.

“Voltei a estudar para dar exemplo para juventude e mostrar que o saber é importante. Apesar da minha visão que não está muito boa, eu quero estudar, porque acho bom ampliar meu conhecimento no mundo, por isso, estou na universidade e ali me sinto muito orgulhoso, porque estou dando exemplo aos mais jovens”, acrescentou.

A diretora do CETI José Atanásio de Santana, Maria das Mercês, declarou que Valdivino sempre foi um aluno dedicado e que sente prazer pelos estudos. “O senhor Valdivino é um exemplo de superação, pois mesmo aos 56 anos de idade, quando ele iniciou o ensino médio e com problemas de visão, não desistiu dos estudos. E tem mais, ele sempre foi um aluno assíduo, nunca faltava e raramente ficava de recuperação e concluiu o ensino médio em 2011”, afirmou.

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Para quem tem mais de 60 anos, voltar a estudar pode ser encarado como a melhoria da aposentadoria buscando o aperfeiçoamento de uma profissão ou ainda a escolha de uma nova profissão ou pelo simples prazer de aprender.

O aprendizado permite que a mente e o corpo se mantenham ativos. A mente precisa de estímulos como a arte, a música, a prática de atividades físicas e recreativas. Todas essas atividades proporcionam o aumento da memória, do raciocínio, da atenção, além de prevenir doenças psicológicas e aumentar a autoestima.

“Tenho o maior prazer em estudar”

O maior sonho da trabalhadora rural Maria Lúcia dos Santos Pessoas, de 59 anos, era poder estudar e concluir os estudos, mas foi impedida de continuar na escola durante boa parte da vida, pois precisava trabalhar na roça e ajudar a família humilde que morava na zona rural do município de Paulistana. Já na fase adulta, voltou para a sala de aula e terminou o ensino regular, em 2014. Atualmente, dona Maria Lúcia é aluna da Unidade Escolar Lucinete Santana da Silva, onde faz o quarto módulo do curso técnico de Análises Clínicas, com previsão de conclusão ainda este ano.

Maria Lucia também se dedica aos estudos

“Meu sonho era terminar meus estudos e fazer esse curso, porque eu acho muito bonito. Desde pequena, gostava de estudar e nunca tive a oportunidade, mas resolvi vir para a escola e não tenho nada o que dizer dos professores, não tenho o que reclamar”, ressaltou.

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Maria Lúcia acredita que quando se tem vontade já é meio caminho andado para conseguir realizar seus desejos. Por isso, ela segue firme nos estudos e é um exemplo de dedicação e força. “Estudar é uma coisa que eu sempre tive esse sonho e quando a gente tem a força já temos a metade do caminho para terminar. Acho muito bonito cada dia que a gente aprende alguma coisa no estudo e acho bonito quando vejo uma pessoa formada. Acho muito bonito a educação”, destacou.

A idosa vai completar 60 anos este ano e afirma que se sente muito alegre quando está na sala de aula. “Eu nunca fico cansada de ir para a escola, na hora da prova eu acho bom, por isso quero terminar porque eu gosto mesmo de estudar e tenho o maior prazer em estudar”, disse.

A história de vida de Maria Lúcia mostra que quem está na melhor idade ainda pode manter uma vida social mais ativa e participativa na sociedade. Participando de reuniões, palestras, visitas a museus, viagens, descobrindo o mundo e a si mesmo. A experiência de vida faz toda a diferença, as pessoas enxergam o mundo de forma diferente e querem para si melhores condições e igualdade de respeito e oportunidades. (W.B.)

Aos 68 anos, ambulante sonha entrar na universidade

A vendedora ambulante Maria Helena da Silva, de 68 anos, ficou conhecida em todo país após participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Piauí, em 2018. Ela foi encontrada fazendo as provas do exame na Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e, mesmo com a idade avançada, sonha em ingressar em uma universidade pública.

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Maria Helena estuda todos os dias

 Crédito: Efrém Ribeiro

A idosa já tenta a façanha desde 2010 e nunca desistiu do sonho de cursar o ensino superior. Bastante dedicada, dona Maria revela que estuda todos os dias mesmo com a rotina diária de trabalho e cuidados com a casa.

A camelô segue confiante à espera do resultado e acredita que a pontuação seja suficiente para a tão sonhada aprovação. “Não tenho um curso específico, vou optar por aquele que os pontos forem suficientes e assim realizar meu maior sonho, que é entrar na universidade”, pontuou. (W.B.)

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