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Casos de dengue aumentam no Piauí: saiba os sintomas e como se prevenir

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Os casos de dengue no Piauí aumentaram mais de 200% nos primeiros meses de 2022, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesapi), em relação ao mesmo período de 2020 e 2021. Diante da situação, o g1 reuniu informações sobre prevenção, principais sintomas e como buscar atendimento em caso de suspeita.

Ocimar Alencar, supervisor de entomologia (área responsável pelo estudo das características físicas, comportamentais e reprodutivas dos insetos) da Sesapi, alertou para os números registrados só este ano e apelou à população para que faça a sua parte.

“Nós temos mais de 700 casos notificados esse ano, ao longo de todo o ano passado, esse número foi de 236. Então estamos vendo um aumento significativo e a população precisa nos ajudar porque mais de 80% dos criatórios do mosquito estão no ambiente intradomiciliar”, destacou.

Além dos casos a mais notificados este ano, este ano já houve registro de morte pela doença no Piauí.

Combater o mosquito da dengue, Aedes aegypti, também previne outras doenças causadas por ele, como a Febre Amarela, o Chikungunya e a Zika. Além do risco de morte, essas doenças transmitidas pelo mosquito podem causar sérias complicações nos seres humanos.

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Secretaria de Saúde de Petrolina promove ‘Dia D’ de combate ao Aedes Aegypti — Foto: Divulgação

O g1 elencou as principais dúvidas em relação ao assunto e traz orientações sobre o fazer em caso de sintomas e como se prevenir da doença.

Sintomas

De acordo com a comunidade médica, a dengue pode se manifestar de forma leve, moderada, ou grave, através da Dengue Hemorrágica.

Os sintomas podem ser similares aos de outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Por isso, o diagnóstico precisa ser realizado pelo médico por meio de exame de sangue.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas variam de dores nas articulações, dor de cabeça até os estágios mais graves como problemas neurológicos e hemorragias.

No caso da Dengue, o período de incubação, ou seja, o tempo que demora desde a picada do mosquito infectado até o aparecimento dos primeiros sintomas da doença, é de, em média, cinco a seis dias, conforme o Ministério da Saúde.

Neste ano, é importante se atentar aos sintomas já que alguns podem ser parecidos com os de gripes comuns e até do novo Coronavírus. Veja a diferença:

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Diferencie os sintomas

H3N2Covid-19Dengue
Febre alta (+38°C)FebreFebre (início abrupto)
Dor de cabeça e gargantaDor de cabeçaDor de cabeça
EspirroTosse secaDores articulares
TosseFalta de arDor atrás dos olhos
CorizaDores muscularesIrritação e coceira na pele
CalafriosCansaçoPode apresentar perda de peso, vômito e náuseas
Cansaço excessivoDor de garganta
Náusea
Vômito
Diarréia
Fonte: Ministério da Saúde

Além disso, é preciso monitorar com frequência pacientes dos grupos de risco, que podem sofrer mais com os sintomas, como idosos, crianças, gestantes e doentes crônicos.

Sintomas de Dengue Hemorrágica

No início, a Dengue Hemorrágica apresenta os mesmos sintomas da dengue comum. No entanto, as complicações aparecem, resultando em quadros de saúde de maior gravidade, com hemorragias importantes, instabilidade ou anormalidade da pressão arterial e choque com falência circulatória.

Prevenção

Para se prevenir em períodos como este, com altos índices e risco de surto, a população deve redobrar os cuidados em casa e na rua.

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A melhor forma de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti é evitando sua proliferação. O combate pode ser feito através da eliminação de objetos que acumulem água, e são potenciais criadouros, e da manutenção correta dos recipientes que armazenam o líquido, como caixas d’água. Para isso, vistoriar a casa e o quintal semanalmente é muito importante.

O Aedes aegypti pode se reproduzir em…

Aparadores de água de filtroLajes
Área de descarte de sacos de lixoLonas de cobertura
Bandejas de ar condicionado/geladeirasMarquises/Telhados
Banheiros/Instalações sanitáriasMóveis de jardim
Caixas d’água/Reservatórios/Depósito de águaPiscinas, fontes e espelhos d’água
Tonéis, barris e tanquesSucatas abandonadas/Objetos expostos ao tempo
Caixas de passagem de águaTanques, pias e ralos
CalhasMuros com cacos de vidro
Escoadouros de áreas externasHortas e vasos em janelas e sacadas
Objetos em áreas externas que podem acumular águaCasas de máquinas de elevador
Fonte: Fundação Municipal da Saúde

A comunidade médica orienta que as larvas, se encontradas, não devem ser descartadas vivas em vasos sanitários ou em ralos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destaca que o procedimento correto é se livrar delas jogando-as na terra seca, no cimento ou no asfalto.

No caso dos criadouros com ovos, geralmente depositados nas paredes do recipiente, a recomendação é trocar a água e esfregar o local com palha de aço ou escova de pelos duros semanalmente. Os ovos também não podem ser descartados em água.

Um forte aliado nesse combate à proliferação do mosquito é a água sanitária, segundo o Ministério da Saúde. Veja as orientações:

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  • Vasos sanitários que não são de uso diário: Adicionar uma colher de chá (5 ml) de água sanitária;
  • Caixa de descarga sanitária que não é de uso diário: Adicionar duas colheres de sopa (30 ml) de água sanitária;
  • Ralos externos, que captam água de chuva e de limpeza, e internos: Adicionar uma colher de sopa (15 ml) de água sanitária;
  • Tambores de armazenamento (200 litros) de água não utilizada para consumo humano ou animal: Adicionar dois copos americanos (400 ml) de água sanitária;
  • Plantas que possam acumular água: Uma colher de café (2 ml) para cada litro de água e preencher nos locais onde acumulam água;
  • Atenção! A água sanitária não deve ser utilizada em recipientes que armazenam água para consumo humano e de animais.

Vigilância sanitária

Conforme a Sesapi, o trabalho de monitoramento e prevenção da doença está acontecendo de maneira intensa no estado, principalmente nos municípios piauienses com maior incidência de casos em 2022.

Curimatá, São Pedro do Piauí, Avelino Lopes, Agricolândia e Antônio Almeida são os cinco municípios com o maior nível de incidência. Em 2021, até a 8° semana epidemiológica, 190 municípios piauienses não notificaram casos suspeitos de dengue, já em 2022, durante o mesmo período, a quantidade de municípios que não notificaram casos suspeitos reduziu para 176.

“A Sesapi já ofereceu suporte técnico com relação ao carro fumacê, que infelizmente não é medida de controle, é uma medida emergencial para baixar a população de mosquitos adultos. Mas é importante deixar bem claro que o controle deve acontecer quando o mosquito está na fase larvária”, explica Ocimar Alencar.

A Fundação Municipal da Saúde de Teresina (FMS), por meio de Paulo Marques, gerente do Centro de Controle de Zoonoses, afirma que suas equipes também estão intensificando os cuidados para evitar o mosquito, mas é fundamental que o serviço seja integrado com a população.

Campos, RJ, inicia novo levantamento para avaliar índice de infestação do Aedes aegypti — Foto: Divulgação/Prefeitura de Campos

“Por exemplo, ainda vemos pessoas fazendo o descarte inadequado do lixo em terrenos baldios e praças. No momento que se inicia o período chuvoso, esse material acaba se tornando um criadouro. A responsabilidade de mantermos esses ambientes, sejam públicos ou privados, livre de criadouros, é de todos nós enquanto cidadãos”, destaca o gerente.

Também é disponibilizado à população um canal para denunciar pontos suspeitos de formação de criadouros ou solicitar uma vistoria dos agentes de endemias para investigar a presença do mosquito ou seus ovos. Basta entrar em contato pelos telefones (86) 32159143 e (86) 3215-9144.

Tratamentos

O diagnóstico da doença é realizado através da avaliação clínica de um médico. É essencial que a identificação da dengue seja precoce, já que a ingestão de determinados tipos de medicamentos pode estimular manifestações hemorrágicas (consulte um profissional de saúde antes de se automedicar).

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Para os casos mais leves, são indicados remédios para amenizar a dor e os sintomas, como analgésicos e antitérmicos, repouso e hidratação via oral. Que só podem ser indicados por um médico.

Exame para diagnóstico de dengue em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV

Se a suspeita for de Dengue Hemorrágica, o monitoramento em uma unidade de saúde é essencial para evitar episódios de choque e até a morte.

Nestes casos, os médicos podem indicar medicamentos, fazer a hidratação laboratorial, e ficam atentos para sinais de insuficiência cardíaca, conforme orientações do Ministério da Saúde.

Fonte: G1 Piauí | Foto: Pexels

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