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Com shows cancelados, músicos do Piauí buscam soluções para evitar aperto nas contas

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Em meio ao isolamento social causado para combater a disseminação do novo coronavírus no Piauí, alguns músicos de Teresina têm buscado alternativas para ganhar dinheiro e evitar que as contas se acumulem. Com as agendas de shows canceladas, as soluções variam desde vaquinhas virtuais até a busca por outros empregos.

É o que passa a cantora Bia Magalhães, da banda Bia e os Becks. Eles tiveram dez apresentações dos meses de março e abril canceladas, o que virou um problema para a vocalista, que utiliza a música e apresentações teatrais como forma de renda.

“A maioria do pessoal da banda tem outros empregos. Mas para mim que trabalho apenas com shows e espetáculos está sendo bem mais complicado. Eu realmente acho que as atividades culturais só vão voltar lá para meados de julho, aí as dívidas vão acumular, a situação não vai ficar boa. A gente que depende só dessas coisas está em uma situação de quase desespero”, contou.

A banda então lançou o projeto “Música de Ficar”. O grupo se propôs a compor e lançar 20 músicas inéditas durante 40 dias, para que o público possa possam curtir novidades da banda mesmo de casa. Junto com o projeto, a banda criou uma vaquinha virtual para financiar o projeto.

Outros empregos

Banda Gipsy Trio, de Teresina — Foto: Divulgação

Pelo estado, diferentes órgãos tem realizados ações para minimizar o impacto da doença e as consequências econômicas para a população. É o caso da Secretaria de Cultura do Estado que lançou ações para ajudar artistas e produtores que sofreram com o cancelamento de shows e eventos.

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Entretanto, a medida não conseguirá contemplar todos os profissionais das áreas culturais, que vivem dias de incerteza em um momento crítico como esse. Caso do trio feminino “Gypsy” que viu shows serem adiados e optou por cancelar o restante da agenda para evitar que membros e familiares da banda que fazem parte do grupo de risco não acabem contaminadas pela Covid-19.

“O resultado disso tudo é que financeiramente estamos lesadas pela situação. As casas de show e bares de Teresina trabalham muito pelo sistema de couvert. Se não se faz o show, fica difícil receber sequer que seja um reembolso de metade ou coisa do tipo”, disse.

“Parte dos músicos em Teresina vivem de outro emprego, mas existe uma parcela considerável de quem atua apenas na frente musical. Minha preocupação maior é com quem depende 100% de música. Eu tenho como me virar com outra coisa, mas muita gente, incluso na minha banda, não tem”, contou Bruna Soares.

Respeitando o isolamento social implantando pela Prefeitura de Teresina, a cantora tem usado o tempo livre para seguir com o trabalho musical, mesmo longe das companheiras de banda Milena Assunção e Priscila Casey. Contudo, nem mesmo o material produzido por meio das redes sociais é suficiente para garantir alguma renda. O que alivia é ter um outro emprego que ajude a pagar as contas.

“Estou postando alguns vídeos no Twitter e Instagram. Faço os vídeos a cada 2 ou 3 dias. Fiz live, mas sou limitada nisso porque não toco nenhum instrumento, mas fiz com bases musicais prontas, tipo karaokê e nisso interagi com várias pessoas. Estou usando meu tempo pra falar de música e também de conhecimentos de minha outra frente de atuação, que é contabilidade. O outro emprego, é o que tem me garantido renda, por que ele eu posso prestar através de home office sem grandes transtornos”, disse..

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Isolamento social e decretos de calamidade

Para evitar a contaminação pelo vírus, o isolamento social e medidas emergenciais foram determinadas por meio de decretos do governo do estado e das prefeituras, como na capital piauiense, para que a população fique em casa e evite ao máximo ir às ruas.

Policiais fazem abordagens nas fronteiras do estado a ônibus e veículos particulares. Escolas, universidades e a maior parte do comércio, assim como serviços públicos, suspenderam as atividades. Os decretos preveem que quem descumprir as regras pode ser penalizado com multa ou até prisão.

Fonte: G1 Piauí

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