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Conheça um pouco da história da Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus de Picos

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Começam hoje, 1° de junho, os festejos do Sagrado Coração de Jesus, promovidos pelo Apostolado da Oração. Essa é a 123° da festividade que, pela primeira vez, acontecerá sem a presença dos fieis devido a pandemia do coronavírus. Conforme já noticiado pelo Boletim do Sertão, as missas e novenários serão transmitidas pela rádio e redes sociais. Mas o que dizer da Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus, prédio mais antigo da cidade que caminha para 200 anos? Conheça um pouco dessa igreja que cativa os moradores de toda a região.

Erguida entre os anos de 1827 e 1830 pelos portugueses Borges Leal e Borges Marinho, a Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus é uma espécie de símbolo para a população picoense, independente do credo professado. Dominando a visão de quem trafega pela Avenida Getúlio Vargas, o tempo é administrado pelo Apostolado da Oração.

Contudo, apesar da idade, a Igrejinha não é tombada pelo patrimônio histórico. Esse ato é o reconhecimento do valor de uma obra ou imóvel como patrimônio cultural. Um bem cultural é tombado quando passa a figurar na relação de bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida por algum órgão que tem essa atribuição. No Brasil essa atribuição cabe ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A ex-presidente do Apostolado da Oração, Miriam Lélis, viúva do ex-vereador Zequinha Baldoíno, informou em entrevista concedida em 2013 que já foram realizados levantamentos técnicos do patrimônio da Igrejinha com o intuito de conseguir o devido reconhecimento.

Nós também conversamos com Albano Silva, uma das pessoas que participou desse levantamento técnico, mas o esperado resultado esbarra na burocracia, dentre os inúmeros fatores que contribuiriam para o tombamento histórico da Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus estaria um pouco de força política e social.

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Até o momento foi possível inserir a Igrejinha como patrimônio no Inventário Imaterial do Estado do Piauí. “A Igrejinha, assim como a festa do Sagrado Coração de Jesus faz parte do Inventário Imaterial do Estado do Piauí, realizado pelo IPHAN nacional em 2006”, explicou a historiadora Gracivalda Albano.

Ela integrou a equipe que participou desse amplo trabalho de pesquisa. “O Iphan nacional realizou uma pesquisa sobre o Patrimônio Imaterial do Brasil. O Piauí participou, a pesquisa foi realizada por territórios, em Picos uma equipe foi montada da qual eu participei. Além de mim, o tio Albano, a Mundica Fontes, a Miriam Lélis, e professores da UESPI e UFPI. Foram dois anos de pesquisa, onde foram elencados locais, saberes e fazeres que fazem parte das manifestações culturais da nossa região”, detalhou.

Igrejinha na década de 50 Foto: livro Picos nas anotações de Ozildo Albano

O trabalho contou ainda com o apoio de técnicos da Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC) e do IPHAN.

O certo é que a Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus transpira história e nos últimos 113 anos vem sendo administrada pelo Apostolado da Oração, fundado em 1897.

Em um levantamento realizado por Albano Silva e Miriam Lélis consta que a Igrejinha foi erguida originalmente em honra de São José, cuja imagem veio de Portugal. Como as vestimentas da imagem se assemelhavam a um vaqueiro ficou o nome de São José de Botas. No texto consta ainda que na década de 1850 os católicos sofreram um revés, com o roubo da imagem que nunca mais foi recuperada. Desde então a igreja foi consagrada ao Coração de Jesus.

Entre 1830 e 1970 a Igrejinha foi o único templo religioso da cidade de Picos, até a construção do primeiro templo da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, obra liderada pelo frei Ibiapino. Nesses 190 anos de existência, a Igrejinha já passou por reformas, ampliações e até esteve ameaçada de demolição, ação impedida pela comunidade local, mas em todo esse tempo e pelos 190 anos seguintes a Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus continuará ocupando um lugar de destaque no coração da população de Picos e região.

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Fonte: Boletim do Sertão

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