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Defensora fala sobre violência de gênero após estupro e morte de aluna da UFPI: ‘o que você faz dentro de casa, na sua comunidade’

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A defensora pública Verônica Acioly, do núcleo de defesa da mulher, falou sobre violência de gênero em entrevista à TV Clube nesta quarta-feira (1), após a morte da aluna da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos. A jovem foi estuprada em uma sala dentro do campus da UFPI em Teresina.

“Bom, no caso da Janina, o que me chamou muita atenção é que quando você está em uma universidade se espera que esteja em um espaço de segurança. E lá ela é custodiada pela universidade, tudo que acontece com qualquer aluno na universidade, a de ser apurado e salve algumas exceções que o direito abarca, é de responsabilidade da universidade”, disse a defensora.

“Outra coisa que me chamou atenção, nesse início de investigações, é a universidade ter uma sala em que o aluno tem a chave, lá tem objetos pessoais, em que, até agora, não vi acesso a câmeras de segurança, não teve uma circulação de pessoas, houve um evento social, não se comprovou que teve autorização, quer dizer, uma série de ações”, completou Verônica Acioly.

Defensora pública Verônica Acioly — Foto: Reprodução/TV Clube

Defensora pública Verônica Acioly — Foto: Reprodução/TV Clube

Além disso, a integrante do núcleo de defesa da mulher, relembra que a Lei Maria da Penha, que disciplina a violência doméstica e familiar contra a mulher, possui uma ação preventiva e não de combate efetivo contra o crime.https://a5dbb0fe1410ad50c6c329be56604a53.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html

Verônica Acioly propôs que, após a morte de Janaína, cada pessoa faça uma autoanálise para entender a sua responsabilidade perante a contínua prática de violência contra a mulher na sociedade.

“Olharmos e lamentarmos e apontarmos o dedo, mas o que você faz dentro de casa, o que você faz na sua comunidade, como você cria os seus filhos. Eu acho que é necessária essa ação cotidiana para políticas de desconstrução desse papel de gênero”, explicou a defensora.

Segundo Verônica, uma sociedade que trata mulheres com inferiorização e na qual a violência é naturalizada torna casos como o de Janaína rotineiros.

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“Então era uma tragédia anunciada e é claro, isso não poderia acontecer só lá, ali a gente tem uma lente de aumento por ser um espaço de educação, um espaço de formação, um espaço de humanização e civilidade das pessoas e justamente nesse espaço que a gente vê um ato tão animal”, lamenta Verônica.

A defensora explicou por fim que a Defensoria Pública do Piauí esteve com a família desde o início do caso. Ela esteve presente no velório e até sepultamento da jovem, prestando apoio à família e colaborando com as investigações policiais.

Fonte: g1 PI

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