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Desemprego dispara com a chegada do coronavírus e chega a 12,2%

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O desemprego já estava alto no Brasil no primeiro trimestre deste ano, quando a pandemia do novo coronavírus ainda só começava a afetar a economia nacional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação passou de 11% no fim de 2019 para 12,2% no trimestre encerrado em março de 2020. Isso significa que por volta de 1,2 milhão de pessoas entraram na fila do desemprego só nos últimos três meses, mas os analistas afirmam que esse número ainda tende a crescer por conta da crise da Covid-19.

Com esse aumento, o número de desempregados chegou a 12,9 milhões de pessoas no Brasil no primeiro trimestre deste ano. A analista da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, Adriana Beringuy, afirma, porém, que o crescimento do desemprego já era esperado, visto que no início do ano as empresas fecham muitas das vagas temporárias abertas nas festas de fim de ano. Ela admitiu, por sua vez, que a alta foi mais forte do que o esperado em alguns setores econômicos.

De acordo com o IBGE, houve retração no nível de emprego em quase todas as áreas pesquisadas: indústria (2,6%), construção (6,5%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,5%), alojamento e alimentação (5,4%), outros serviços (4,1%) e serviços domésticos (5,9%). Até o número de trabalhadores informais caiu, pois o nível de emprego sem carteira assinada do setor privado registrou um baque recorde de 7%.

“O movimento foi mais acentuado entre os informais: dos 2,3 milhões de pessoas que deixaram o contingente de ocupados, 1,9 milhão é de autônomos”, disse a analista da pesquisa, lembrando, porém, que ainda há 36,8 milhões de trabalhadores abaixo da linha do radar das estatísticas.

Adriana Beringuy diz, porém, que ainda não é possível creditar esse resultado à crise do novo coronavírus. Afinal, o trimestre encerrado em março considerou apenas o início das medidas de isolamento social que reduziram a atividade de milhares de negócios do país.

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“Grande parte do trimestre ainda está fora desse cenário”, comentou a analista do IBGE. “A alta registrada em março reflete a fraca evolução da atividade econômica, antes mesmo do coronavírus. Até porque as medidas de isolamento social só começaram no fim de março, e muita gente não foi demitida logo nos primeiros dias de isolamento”, reforçou o coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário IESB, Riezo Almeida

Impacto

É possível, então, que o maior impacto da Covid-19 venha só nos próximos meses, e os analistas alertam que o choque não deve ser pequeno. Isso porque a crise do coronavírus deixou muitas empresas sem funcionar e, portanto, muitos perderam o emprego, mesmo depois da adoção das medidas de proteção ao trabalho anunciadas pelo governo.

Por causa disso, a Reag Investimentos acredita que a taxa de desemprego, de 12,2%, vai subir para 13,1% em abril, 14,5% em maio e para o auge de 15,4%, em junho.
“Algumas demissões já estão sendo feitas, mas o pico só virá em junho porque, mesmo depois da reabertura do comércio, muitas pessoas ainda vão ficar com medo de frequentar certos locais. A retomada não deve vir logo e aí provavelmente os empresários vão dispensar funcionários”, explicou a economista-chefe da Reag, Simone Pasianotto.

Número pode dobrar

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A taxa de desemprego pode dobrar no país por conta dos impactos da crise do novo coronavírus. Foi o que estimou ontem o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, durante videoconferência realizada pelo banco Credit Suisse. “No Brasil a gente já estava com taxa de desemprego elevada. Presume-se que esse desemprego anterior possa aumentar entre 50% a 100% do que era a taxa anterior”, previu.

Segundo Mattar, privatizar gera emprego. Ele comparou os dados de Embraer e Vale, que, antes de serem vendidas, tinham 9 mil e 10,6 mil empregados e, hoje, têm 18 mil e mais de 70 mil, respectivamente. “Não existe desemprego no setor público. São 12 milhões de servidores e 500 mil funcionários de estatais. Mas, no setor privado, há sempre essa ameaça”, destacou.

Ele também estimou que a dívida pública pode chegar a 90% do Produto Interno Bruto (PIB) e que a solução para reduzir o endividamento, elevado pelos gastos com as medidas emergenciais de enfrentamento da pandemia, será por meio do programa de concessões, reformas estruturantes e venda de ativos da União. No entanto, ressaltou que mesmo os projetos mais avançados foram postergados por conta da crise. O novo cronograma ficou praticamente todo para 2021.

Fonte: Correio Braziliense

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