GERAL
Especial ‘Dia do Poeta’: poesia de cordel – trovas e rimas populares
Mônica Gentil lembra que a poesia de cordel já existia há muitos anos. Antigamente, era possível vê-las em rimas populares, trovas e repentes. Hoje, ela está nas novelas, em programas de televisão, declamada pelo cearense Bráulio Bessa e nas redes sociais.
Paulo Henrique Pereira, de 24 anos, é natural de Picos (PI), mas mora na cidade de Jaicós (PI), a 364 km de Teresina. Ele utiliza o Instagram para divulgar seu trabalho de cordelista, atualmente tem mais de 10 mil seguidores. Mas o despertar para escrita de cordel surgiu quando ele tinha apenas 8 anos.
“Comecei a escrever depois que ganhei um folheto de cordel de presente da minha mãe, ‘As proezas de João Grilo’. E foi amor à primeira vista. Desde então, procuro escrever sobre conflitos da vida. Eu venho de família pobre, a gente passou por muita dificuldade, teve muitos casos de suicídio. Então meus cordéis são de superação, minha poesia fala sobre luta, sobre vencer os desafios”, diz Paulo Henrique Pereira.
Um dos seus cordéis que ganhou espaço e alcançou outros estados foi o texto “Dar um fim a própria vida nunca será a solução”, que o picoense escreveu logo após perder quatro pessoas da sua família, que se suicidaram.
Hoje Paulo Henrique Pereira, de 24 anos, tem mais de 10 mil seguidores no Instagram – Foto: Reprodução/Instagram
Alerta
Apesar do sucesso das poesias nas redes sociais, a professora Mônica Gentil diz que lhe preocupa a instantaneidade da internet, que faz com que tudo seja fugaz. “O tempo exigiu do poeta que se renovasse. Antes, os jovens procuravam livro, hoje procuram praticidade nas redes sociais. Você pode ler bons textos como de Fernando Pessoa na internet, mas não tem a magia de um livro. No livro você para, chora, ri. Já as redes sociais têm que ser rápidas. A minha preocupação é que a rede social não dá espaço para o jovem pensar, porque tem que ser rápido e tem outro texto para ser lido”, conclui Monica Gentil.
Dar um fim a própria vida nunca será a solução
Perceba que a dor
Por mais que seja grande
Não cresce o bastante
Pra ser maior que o amor
Ele que é o curador
Quem devolve a satisfação
Põe fim na escuridão
Faz com que você resista
Dar o fim à própria vida
Nunca será a solução
Por isso, passe a se amar
Valorize sua existência
Tenha fé e paciência
Nunca pare de sonhar
Você tem tanto pra realizar
Acredite nisso, irmão
Segure firme na mão
De uma pessoa amiga
Pois dar o fim à própria vida
Nunca será é a solução.
Por: Sandy Swamy, do Jornal O Dia
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