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Gestante relata preconceito em UBS após se recuperar da Covid-19 no PI

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Quando engravidou, a mãe do João Lucas não imaginou que para sentir a alegria de trazê-lo ao mundo teria que superar a Covid-19 e enfrentar o  preconceito das pessoas após se recuperar da doença. A jovem, que prefere não se identificar, está na 34ª semana de gestação, com classificação de risco.  Ela conta que sofreu discriminação em uma UBS na zona Sudeste de Teresina ao tentar fazer um exame de rotina.

A grávida afirma que cumpriu os 14 dias de isolamento doméstico. No 15º dia, em 28 de maio, sentiu contrações e foi à Maternidade Dona Evangelina Rosa.  Ela passou pela triagem e um novo exame comprovou que não estava mais com o coronavírus. A jovem precisou ficar internada.

Ao receber alta médica, a jovem foi até a Unidade Básica de Saúde Nossa Senhora da Paz, no bairro onde mora, na última quarta-feira (3) porque precisava de um exame de ultrassom, mas saiu sem a requisição. Segundo a jovem, ela sofreu preconceito de uma médica.

“Eu tive que mostrar o exame da Covid porque onde a gente chega perguntam se a gente já teve.  A moça perguntou se eu tinha tomado medicação, eu disse que não porque os sintomas foram leves, ela me tratou bem, normal, e foi chamar a médica. Quando a médica veio já foi dizendo: ‘você sabia que não pode se consultar aqui?’. Eu perguntei o porquê. (Ela disse) ‘porque você está com coronavírus e está espalhando o vírus’. Eu disse: ‘moça, eu não tenho mais o vírus, eu já sai da quarentena’”.

Os exames feitos pelo Lacen no dia 17 de maio mostram que a gestante sentiu os primeiros sintomas no dia 13 de maio. A jovem só foi ao posto 21 dias depois.

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Combater com informação

O diretor de Vigilância em Saúde da Sesapi (Secretatia Estadual de Saúde), Herlon Guimarães, diz que a Covid-19 repete a discriminação ocorrida por séculos com pacientes portadores de hanseníase e de HIV.  Para ele, a saída para combater o preceito está na informação.

“Continuo dizendo: essa informação tem que ser mais clara para toda a população. É dizer, realmente, todos os passos, falar do fluxo de atendimento, reorganizar, dar uma reorientação no atendimento dessas pessoas e, claro, aqui não foge ninguém: não foge profissional de saúde não foge o leigo. São situações que realmente demandam um temor a nível de sociedade, mas temos que aprender a saber a lidar com isso”, ressalta o diretor

A gestante afirma que continuará indo ao posto, pois precisa dos serviços. “Eu não vou passar por mentirosa. Eu tenho direito ao atendimento como qualquer outro cidadão. Vou chegar nesse posto de cabeça erguida porque eu não estou mentindo não estou fazendo nada de errado”, diz.

Esclarecimento FMS

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A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que prestou todo o atendimento possível para a gestante mencionada na reportagem veiculada no Jornal do Piauí, que não solicitou o exame de ultrassom como mencionado. A FMS relata que assim que a gestante chegou a UBS Nossa Senhora da Paz foi recebida pela técnica para iniciar os exames do pré-natal e posteriormente encaminhada para a consulta com a médica.

Segundo a FMS, a médica ao constatar os exames que a grávida tinha contraído a Covid-19 – e que, segundo ela, estava no período de transmissão – conversou com a paciente aconselhando a ficar em isolamento por 14 dias conforme preconiza o protocolo do Ministério da Saúde. A FMS ressaltou em nota que em momento algum a paciente foi destratada ou teve atendimento negado pelos profissionais.

Carlienne Carpaso
cidadeverde.com

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