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Greve na UFPI já ultrapassou os 100 dias e afeta futuros alunos; entenda

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A greve na Universidade Federal do Piauí (UFPI) completou hoje 106 dias. Desde o mês de maio, os servidores técnico-administrativos do local, atendendo ao chamado movimento paredista convocado pelo sindicato nacional, estão de braços cruzados. A categoria reivindica as perdas salariais acumuladas de 2011 para 2016, que já somam mais de 27% e pedir a realização urgente de concurso público.

No início do mês de agosto, os professores da UFPI também acataram as determinações do comando de greve e pararam suas atividades, deixando pelo menos 25 mil alunos sem aulas nos campi de Teresina, Picos, Floriano, Parnaíba e Bom Jesus. Além da falta de aulas, serviços como bibliotecas, laboratórios e restaurantes universitários estão prejudicados. Segundo a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi), entre os professores a adesão é de pelo menos 95% em todos os campi espalhados pelo Estado. A categoria também pede uma reposição de 27% linear para todos os servidores.

A paralisação não afeta apenas a vida dos alunos da UFPI, que estão com o ano letivo prejudicado, mas os futuros alunos aprovados na edição do meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também sofrem as consequências. É o caso de Amanda Santos, aprovada para o curso de Química, que fez a matrícula, mas não sabe quando vai começar a circular pelos corredores da UFPI como caloura.

“A greve dos professores teve início justamente quando eu deveria começar a assistir às aulas. E pelo o que eu estou acompanhando nos noticiários, não há nem previsão para esse início tão sonhado”, comentou Amanda, acrescentando que não sabe se procura o emprego para ocupar tempo ou tenta vestibular outra vez para outra instituição de ensino.

“Não posso ficar parada esse tempo todo em casa. Sou aluna da universidade, mas ao mesmo tempo fico com medo da greve durar muito. Vai ser um semestre perdido”, ressaltou.

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Apesar da greve, a da negativa dos servidores em realizar as matrículas dos aprovados no Sisu, a universidade capacitou outros funcionários para fazer a recepção dos estudantes na fase de matrícula institucional. “Estou na expectativa e um pouco decepcionado porque a greve está demorando muito mais do que imaginamos. Pelo menos tenho um papel que garante que eu faço parte do corpo discente da universidade. Já passei por outra greve quando estudei na Uespi, agora estou atravessando outra, infelizmente”,comentou Fábio Araújo, calouro do curso de Física.

A paralisação dos funcionários, iniciada em maio, atinge 60 de 63 instituições, e seis institutos federais, segundo a Federação de Sindicato dos Servidores (Fasubra). Há professores de braços cruzados em 37 universidades, informa o Sindicado Nacional dos Docentes das Instituições e Ensino Superior (Andes).

Docentes dizem que o corte no orçamento do MEC este ano teve impacto direto no cotidiano das faculdades. Foram 11% a menos de verba para custeio (contas de água, luz, terceirizados de limpeza e segurança, por exemplo) e corte de 46% nos investimentos.

O Ministério da Educação (MEC) diz que procura uma solução e que “mantém diálogo com entidades”.

Reivindicações- As reclamações trabalhistas só podem ser discutidas com o governo federal, através do MEC. Com reitoria da UFPI a pauta de solicitações inclui melhorias de infraestrutura, detalhes sobre a gestão do orçamento da universidade e a contratações de novos professores para substituir os temporários.

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Fonte: Com informações do Jornal Diário do Povo

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