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Grito dos Excluídos: mais de 20 entidades vão às ruas e criticam política de privatização

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Nesta sexta-feira (04/09) um grupo de manifestantes reuniu na frente da Agespisa, em Teresina, onde iniciaram a 21ª edição do Grito dos Excluídos, movimento que anualmente acontecia paralelamente ao desfile de 7 de setembro.

Este ano o movimento vem com o tema “A vida em primeiro lugar” e o lema “Que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”. A intenção segundo os organizadores é dar voz para as minorias na sociedade teresinense. O movimento iniciou na Agespisa e seguirá pela avenida Frei Serafim até a Prefeitura Municipal de Teresina. Em seguida, o movimento retorna para o Palácio de Karnak.

O movimento seguiu pela avenida Frei Serafim e foi até o Palácio da Cidade, sede do poder executivo municipal. Na oportunidade, os manifestantes discursaram e se aglomeraram na frente do Palácio. De acordo com a coronel Júlia Beatriz, da PM, cerca de 500 pessoas participaram do ato.

Em seguida a caminhada rumou para o Palácio de Karnak, onde de forma pacífica alguns representantes de sindicatos e partidos de esquerda também discursaram. O estudante André Conceição, do curso de Edificações do Instituto Federal do Piauí (IFPI), fez duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Wellington Dias (PT).

De acordo com o estudante, o governo tem mantido uma política econômica que atinge diretamente a educação, cortando bolsas de estudos e prejudicando os estudantes.

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Estudante André Conceição, do curso de Edificações do Instituto Federal do Piauí (IFPI) – (Foto: Manoel José/O Olho)

“Algumas universidades sequer tem condições de pagar a conta de luz. Eles cortaram dinheiro da educação pública e colocou no Fies, que só precariza e endivida os estudantes. Áreas essenciais como saúde e educação só precarizam cada vez mais. Não vamos aceitar essas condições. Os alunos do Liceu estão sendo desrespeitados”, criticou.

A professora Lourdes Melo, presidente estadual do Partido da Causa Operária (PCO) e integrante de grupos defensores das causas das mulheres do Piauí, também discursou e criticou setores da imprensa. De acordo com ela, existe uma tendência em favorecer partidos e políticos.

Professora Lourdes Melo (PCO) – (Foto: Manoel José/O Olho)

Lourdes Melo ainda criticou ações da Polícia Militar em algumas zona da capital. Ela denunciou que em alguns bairro a PM invade as residências e age de forma truculenta.

“A nossa Polícia Militar reprime a sociedade. No Parque Lagoas do Norte, na região do chamado ‘Inferninho’ eles chegam nas casas humildes e invadem. Destroem famílias. Nessa semana uma mãe de família inclusive foi até uma TV local para denunciar essas ações truculentas. Nós trabalhadores e a juventude temos que continuar nesta luta. Somos contra a privatização da Agespisa e somos contra o impeachment que é defendido pela direita golpista”, ressaltou.

Por volta das 11h40 da manhã, Herbert Marinho, diretor do Sindicato dos Urbanitários, finalizou o movimento e agradeceu a presença das mais de 20 entidades que participaram. Para ele, o objetivo principal foi alcançado. “A ideia é de mobilizar e levar essas pautas para o povo e para o governo. O que vemos hoje é o poder político é o principal violador dos direitos humanos. Somos contra e sempre que precisar vamos para as ruas”, concluiu.

Atualizada às 10h
De acordo com Paulo Bezerra, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o propósito da manifestação é dar voz para as pessoas que não são contempladas pelos programas sociais do governo e levar as pautas dessas minorias para as ruas. De acordo com ele, desde a primeira manifestação que foi realizada, algumas pautas prometidas nunca foram cumpridas. Ele garante que a população vive a mercê das benesses do Estado, mas os grupos sindicais e de esquerda continuarão indo as ruas.

Movimento bloqueou o trânsito na avenida Frei Serafim (Foto: Manoel José/O Olho)

“Aqui só temos pessoas que necessitam de apoio governamental. Vamos lutar pelas pessoas que não tem escola, não tem segurança, não tem transporte, e que não são reconhecido. Estamos unindo forças com algumas outras organizações para termos mais força em busca de nossos direitos”, destacou.

Manifestantes seguirão até a sede da Prefeitura e depois voltam para o Karnak (Foto: Manoel José/O Olho)

Paulo Bezerra destacou ainda a problemática que envolve a reforma agrária. O sindicalista afirma que a mesma não ocorre de forma democrática e que há um loteamento no campo. Para ele, os ‘favelões’ mostram e caracterizam essa realidade.

Presidente da CUT, Paulo Bezerra (à dir.) e Herbert Marinho diretor do Sindicato dos Urbanitários (à esq.) (Foto: Manoel José/O Olho)

“Eles loteiam o campo, mas não dão condições para que as pessoas possam se manter no campo. Não temos água de qualidade, não temos transporte e não temos nada. Aqui na cidade existem centenas de pessoas que moram nas ruas e até se qualificam no mercado de trabalho, mas não recebem por serem excluídos, isso se dar por diversos fatores, pode ser preconceito racial, de religião, pela orientação sexual, enfim. São por pessoas como estas que nós estamos lutando aqui hoje”, ressaltou.

Adonias Moura, secretário regional da Cáritas – Piauí (Foto: Manoel José/O Olho)

Outra entidade que participa e organiza o movimento é a Caritas do Brasil, movimento da Igreja Católica que também atua em defesa dos grupos minoritários. Para Adonias Moura, secretário regional da Cáritas – Piauí, a CNBB apoia e organiza o movimento. Ele lembra que a população excluída é convidada para fazer parte do movimento que é anual, e não restringe nenhuma categoria social.

“A Cáritas tem historicamente se engajado no Grito dos Excluídos que é um movimento legítimo da CNBB. Um das nossas reivindicações é buscar dar vez e voz e garantir os direitos básicos para essas categorias que vivem as margens de nossa sociedade”, finalizou.

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Fonte: OOlho

 

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