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ICMBio sugere que municípios custeiem coletor para captura de peixes-leão no Piauí; prefeituras analisam

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Técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) sugeriram que as prefeituras dos locais onde há o registro de aparecimento de peixes-leão custeiem um modelo coletor para que pescadores capturem esses animais.

Até o momento, sete peixes-leão foram encontrados no litoral piauiense. A orientação é que em casos de captura dos animais, pescadores e mergulhadores devem entrar em contato com autoridades e não devolvê-los ao mar.

O coletor é feito artesanalmente e custa, em média, R$ 70. Segundo o secretário de Meio Ambiente do município de Cajueiro da Praia, Daniel Soares Barbosa, nenhuma parceria está fora de cogitação por parte do poder público, contudo, é preciso analisar os passos que serão dados para enfrentar este problema.https://59c3957dac5b81d93cdbb8dc066634e9.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“A gente está tentando, primeiro, entender quais são as necessidades do momento, do que está ocasionando, para o município estar junto aos pescadores dando um apoio para que a gente combata o crescimento do peixe-leão no nosso litoral”, explicou o gestor.

ICMBio e UFDPAR disponibilizam canais para comunicar presença do peixe-leão no Piauí — Foto: Divulgação

Novas aparições na divisa do PI com o CE

Na terça-feira (3), moradores do povoado Leitão, no município de Barroquinha (CE) encontraram quatro peixes-leão no Rio Timonha. Esse local onde os animais foram achados fica a 50km da divisa do Ceará com o Piauí e é conhecida por ser um estuário, onde é comum também o aparecimento de peixes-boi.

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Pescadores encontram peixe-leão — Foto: Reprodução /TV Clube

Para Pedro Carneiro, biólogo da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), a presença de peixes-leão nesta região é preocupante. Trata-se de um alerta de que esses animais podem vir a aparecer no Delta do Parnaíba.

“É uma espécie típica marinha. Só que ele pode, e não é só no Brasil que isso acontece, ser encontrado dentro de ambiente de estuário, que é aquela parte do rio onde ocorre a mistura de água doce com a água salgada. É um relato preocupante porque é um ambiente novo, é um ambiente onde ainda não havíamos encontrado o peixe-leão. Nos ambientes de mangue, de estuário aqui no Delta a gente tem que ficar de olho, porque é um peixe que pode aparecer nessas regiões, ainda não foi visto mas, em breve, pode ser que ele apareça”, alertou o pesquisador.https://59c3957dac5b81d93cdbb8dc066634e9.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Reuniões

Na próxima semana, estão marcadas reuniões com moradores de comunidades em Parnaíba e Ilha Grande do Piauí. Nesta sexta (6)-feira, uma reunião será realizada em Luís Correia.

“Luís Correia é a cidade com maior extensão de praias e a gente está com esse cuidado de levar informação. Já teve relatos da presença do peixe e a gente vai estar trazendo um pesquisador e um biólogo para dar informação à comunidade e combater as fake news, deixar as pessoas tranquilas, que não teve ainda contato do peixe com pescadores e banhistas, para não venha afetar o turismo”, explicou Nick Sousa, do Departamento de Meio Ambiente de Luís Correia.

Peixe-leão no Piauí

O primeiro peixe-leão capturado no Piauí trata-se de uma fêmea adulta. Através dela, a professora Edna Cunha identificou qual das duas espécies do animal está presente no Piauí.

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O segundo peixe-leão, desta vez filhote, foi encontrado por um mergulhador também na Praia de Barra Grande, em Cajueiro da Praia. No entanto, o animal não foi entregue para o ICMbio ou UFDPAR, como orienta os pesquisadores.

Peixe-leão capturado — Foto: Reprodução

Ao g1, o ICMBio revelou que outros cinco peixes-leão foram capturados por pescadores na última semana no litoral piauiense e serão encaminhados para pesquisa na UFDPar. Eles foram encontrados próximos aos corais e medem de 10 a 12 centímetros, por isso são considerados jovens.

Desde janeiro de 2022, o peixe-leão tem aparecido em praias brasileiras. Os primeiros casos foram detectados por pesquisadores do arquipélago de Fernando de Noronha, no Pernambuco. Em abril, outros peixes-leão foram encontrados no mar do Ceará.

Orientações

Peixe-leão — Foto: Getty Images/BBC

Equipes da ICMBio e os pesquisadores da UFDPar estiveram na sexta-feira (29) em Bitupitá (CE), onde um pescador foi hospitalizado após pisar em um peixe-leão. Eles participaram de uma reunião com orientações sobre a espécie.

Nesta quarta-feira (4), a Instituto irão promover uma reunião com a população e pescadores para levar as informações sobre o animal e a melhor maneira de manusear a espécie.

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“A orientação é que mantenha congelado. Não aconselhamos os banhistas a tentar capturar o animal, mas apenas indicar o local que ele foi visto. Pessoas experientes com os pescadores e mergulhadores são as mais indicadas para o manuseio com o peixe”, explicou Maryna Reis.

Fonte: G1 PI

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