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‘Muitas vezes detento sai pior do que entrou em presídio no Piauí’, diz juiz

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O juiz criminal José Vidal Freitas disse que na maioria das vezes o detento que entra no sistema prisional do país, especialmente do Piauí, cumpre sua pena e sai com um comportamento pior do que na sua entrada. A afirmação foi dada na série especial da TV Clube que mostra o caos nas penitenciárias do estado, que possui 14 unidades prisionais distribuídas em oito municípios.

“Dependendo da forma como for tratado, o detento pode sair da prisão recuperado, semelhante ou simplesmente pior. Quando o indivíduo comete um delito, entra na prisão e convive com presos que possuem a prática de crime mais grave, a tendência é sair mais escolado na prática delituosa com reflexos não só na família, mas na sociedade como um todo”, disse.

A superlotação carcerária, os problemas estruturais, rebeliões, a falta de profissionais qualificados, são exemplos do descaso que a série vai ser exibida em cinco edições.

Os espaços vazios das penitenciárias se transformaram em um déficit de vagas no sistema prisional do Piauí. A superlotação nas penitenciárias do Piauí em 2015 é uma realidade bem diferente de 11 anos atrás. Hoje, são 1.200 presos além da capacidade.

Para os presos, o sistema prisional do Piauí parece abandonado. “Desde quando eu cheguei aqui não chega nenhum tipo de ajuda. Durmo no chão, não tem sabão para tomar banho e só tenho a roupa do corpo”, disse um detento.

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Na Colônia Agrícola Major César, que conta com presos no regime semi-aberto e já foi referência em todo o país, hoje não possui agentes e policiais suficientes. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários, das sete guaritas, apenas um policial trabalha na vigilância do lugar.

Com tanta facilidade, as fugas são frequentes nos presídios piauienses. Buracos no chão e nas paredes, cercas elétricas sem funcionar, túneis e rotas de fuga com metros de extensão. “Esses buracos são tampados superficialmente, porque não há uma engenharia que se desloque para o local para resolver o problema. E ainda falta material”, disse Keiton Holanda, presidente do sindicato.

Detentos abrem buraco na parede para fulga (Foto: Reprodução/TV Clube)Detentos abrem buraco na parede para fulga em
penitenciária (Foto: Reprodução/TV Clube)

As rebeliões também são outro problema enfrentado pelo sistema prisional do Piauí. A má estrutura está entre os principais fatores que motivam os detentos a se rebelarem contra o sistema.

Em Esperantina, localizado a 174 km de Teresina, mais de 290 presos da Penitenciaria Regional Luiz Gonzaga Rebelo, entraram em rebelião no mês passado.

Os detentos atearam fogo nas entradas dos dois pavilhões do presídio. Dois detentos foram mortos e duas pessoas ficaram feridas. Segundo Kleiton Holanda, a superlotação da unidade teria sido o motivo para o tumulto.

 

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Fonte: G1

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