Nota mil na redação e que ficou 4 anos sem estudar é aprovada em medicina no Piauí

Depois de quatro anos longe da sala de aula, a jovem Valéria Alves, de 21 anos, conquistou nesta segunda-feira (17) o maior troféu almejado por ela desde os 12 anos. Valéria foi aprovada em 4º lugar para o curso de medicina da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e ficou em 3º na lista de espera da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

“Fui acordada às 9h pela minha mãe depois que amigos ligaram parabenizando. Muitas pessoas me ligaram dizendo que eu tinha sido aprovada, mas eu não acreditava. Só percebi que era realmente verdade quando entrei no sistema e vi meu resultado. Fiquei em choque, não sabia se chorava ou se pulava de felicidade. É a maior vitória da minha vida”, declarou.

Valéria Alves se considera uma vitoriosa pelo desempenho obtido no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), principalmente porque conquistou a nota máxima na redação do certame. Valéria atribui o bom desempenho ao apoio dos familiares e amigos que mesmo percebendo que a jovem estava sem estudar sempre lhe incentivaram a retomar os estudos.

Agora, a jovem não vê a hora de iniciar as aulas na universidade e através da medicina poder ajudar as pessoas.

“Escolhi o curso de medicina porque espero mudar a vida das pessoas. Quero passar segurança e ajudar meus futuros pacientes. Pretendo me especializar em psiquiatria porque foi a especialidade que me ajudou muito quando enfrentei problemas de saúde”, comentou.

A aprovação de Valéria Alves é motivo de orgulho para os familiares. “Senti muita emoção. Estou feliz pela conquista e superação da Valéria. Eu sempre disse a ela que tudo isso iria passar e a hora dela iria chegar. Agora, minha filha vai iniciar uma nova jornada e desejo que ele continue tendo sucesso”, declarou a mãe da estudante, a nutricionista Vânia Maria.

Afastada da sala de aula
Valéria Alves desistiu dos estudos em 2010 depois da rotina intensifica de preparação para ser aprovada em medicina. Na época, ela passava entre 10 e 12 horas diárias estudando. A intensidade foi se agravando e a cobrança em si levou a estudante a abandonar os estudos.

“Eu acho que nesse período acabei amadurecendo de outras formas. Não era meu pai e minha mãe me cobrando, era eu mesma. Cheguei a dormir três horas por dias e a um ponto que parei de assimilar as coisas”, disse Valéria.

O ano de 2015 foi decisivo para ela voltar a estudar e conquistar através do Enem o diploma do ensino médio. Desta vez, mais centrada, com menos cobrança em si, mais vontade de aprender e ampliar o desenvolvimento crítico. No meio do ano, seu foco era o curso de ciências sociais, pois não acreditava que estava preparada o suficiente para conquistar uma vaga para o curso de medicina.

Com a nota máxima e aprovada, Valéria dá até conselho para quem parou de estudar e por algum momento chegou a pensar que está tudo perdido. “Eu aconselho que busquem o menor feixe de esperança onde for possível, seja no apoio da família, dos amigos ou com a leitura. Um livro de aventura ou fantasia pode abrir novas perspectivas quando o mundo parece muito obscuro. Pode dar uma luz e despertar um desejo de mudança”, disse a jovem.

 

G1