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Polo de produção de farinha de mandioca, Marcolândia abastece cidades da região e garante renda à centenas de famílias

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Componente essencial na dieta do brasileiro, a farinha de mandioca é tradicionalmente encontrada em várias cidades do país, em especial no Nordeste e Norte do Brasil.

Na divisa com o estado de Pernambuco está a cidade de Marcolândia, pertencente ao Piauí, distante 420 quilômetros da capital Teresina, considerada como uma das maiores produtoras de mandioca do Estado e tem a mandiocultura como a maior riqueza do município.

Aproximadamente 40.000 sacos de farinha são produzidos por mês. A fabricação de farinha beneficia direto e indiretamente cerca de 1.000 famílias e está entre as fontes geradoras de renda e oportunidades de emprego.

Roça de mandioca em Marcolândia

A economia é fortalecida diariamente com as negociações da compra da raiz de mandioca e o seu beneficiamento que envolve homens e mulheres.

Segundo informou José Valdemiro, o Birica, que participa frequentemente de movimentos e reuniões voltadas para a mandiocultura, a produção no município foi ainda maior e já chegou gerar ao mês cerca de 60.000 sacos de farinha.

Da mandioca pode ser extraída, além da farinha, ainda, a casca, goma, ração, fécula, polvilho doce, polvilho azedo entre outros componentes. As terras apropriadas para o plantio são arenosas (terras de areia).

Francisco Oliveira, proprietário de casa de farinha, ressalta que Marcolândia é um polo de produção de farinha, pois o município recebe a mandioca de várias cidades da região situadas no Piauí e municípios vizinhos pertencentes ao Ceará e Pernambuco. Entre as cidades pode se destacar além de Marcolândia, Simões, Caldeirão Grande e Curral Novo no Piauí, Ipubi e Salitre no Ceará, e Araripina no Pernambuco, entre outras.

O período de produção da mandioca permanece entre 12 e 16 meses aproximadamente. Após a colheita – arranca – como ´´e conhecida a etapa, o produto é transportado até as fábricas. No percurso todo o carregamento é pesado em uma balança.

Carregamento de mandioca na balança para pesagem

Depois de pesada, a carga segue com destino às beneficiadoras (fábricas). O produto chega até o local e passa primeiro pela máquina peladeira.

Passada pela peladeira, segue até a máquina cevadeira de massa e depois é levada para a máquina de prensa. Essa última tem como finalidade retirar todo líquido que é venenoso, chamado manipueira (ácido anídrico).

O Brasil já foi o maior produtor mundial de mandioca, com uma produção de 30 milhões de toneladas no ano de 1970, perdendo a hegemonia para a Nigéria. Nos últimos anos cedeu o 2º e o 3º lugar para a Indonésia e a Tailândia. O levantamento do
IBGE indicou uma produção brasileira de apenas 19 milhões de toneladas para a safra de 2018/19.

O Nordeste do Brasil já foi o principal produtor nacional de mandioca, mas perdeu o título devido às secas frequentes nos principais estados produtores.

Rosca de cevadeira

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Na fabricação de farinha a próxima etapa é o forno de grolar e o moinho de cortar massa quente.

O ponto final para o ensacamento da farinha é quando chega ao forno de torrar.

Forno mecanizado para casa de farinha de manidoca - Portal Embrapa
Forno de torrar mandioca – Foto: Embrapa

Em uma das fábricas que emprega cerca de 8 trabalhadores, são produzidos em cada safra aproximadamente 1.000 sacos. Em média cada saco é vendido entre R$ 90 e R$ 100,00.

Gerente de fábrica, Naldo, explica como é o processo de fabricação de Farinha.

Até 2019, as fábricas empregavam cerca 700 pessoas, entre mulheres e homens, gerando renda de duzentos reais a um mil reais.

Atualmente o número de beneficiadoras varia de 30 a 40 casas de farinha que estão em funcionamento.

A farinha de mandioca era muito usada no período colonial para alimentação dos escravos, dos criados das fazendas e engenhos, além de servir também como suprimento de viagem para os portugueses (farnel de viajantes).

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