Connect with us

GERAL

Renda média mensal do trabalhador rural no Piauí é de R$ 459, a menor do país, diz FGV

Publicado

em

A renda média mensal do trabalhador rural no Piauí é de R$ 459, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sendo menor do país. O dado, referente ao primeiro trimestre de 2021, aponta uma disparidade em comparação com os outros estados brasileiros.

No Mato Grosso, o ganho médio chega a R$ 3.582, número sete vezes maior que o registrado no Piauí, onde a maioria dos trabalhadores atua na agricultura, sobretudo em lavouras de grãos e cereais.

Na agropecuária, o Piauí também ficou em último: a média foi de R$ 636 mensais. No topo do ranking, o Rio Grande do Sul teve uma renda média mensal de R$ 3.512 por trabalhador, cinco vezes o rendimento dos piauienses.

Conforme o levantamento, 8,743 milhões de brasileiros trabalhavam na agropecuária entre janeiro e março do ano passado, número maior que o registrado antes da pandemia, quando foram contabilizados 8,232 milhões de trabalhadores. Mais da metade desses brasileiros atua por conta própria e não possui carteira assinada.

‘Tem mês que não chega a R$ 300’

Publicidade

Em Teresina, o Assentamento Santana Nossa Esperança, situado na zona Sudeste, é composto por um grupo de produtores rurais que atuam no cultivo de alimentos diversos. Em entrevista à TV Clube, a produtora rural Teresa Cruz Morais, de 50 anos, revelou que há meses em que a renda da produção rural é quase nula.

“Varia muito. Tem mês que se a gente for mesmo pra ponta da caneta, a gente não recebe nada. Quando a gente tem um boi gordo, a gente vende, já dá um dinheirinho pra suprir as necessidades. Farinha mesmo eu não compro, eu como da que a gente produz, isso já é um gasto a menos”, disse.

Assentamento Santana Nossa Esperança, situado na zona Sudeste de Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube
Assentamento Santana Nossa Esperança, situado na zona Sudeste de Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube

A agricultora, o marido e duas filhas adolescentes cuidam do plantio, que é a fonte de renda da família. Entre os alimentos produzidos, estão macaxeira, feijão, gergelim, gengibre e açafrão.

“Elas [filhas] ajudam a plantar, vão botando a semente, na hora de colher também ajudam. Me ajudam em tudo, mesmo sendo adolescentes. Eu faço questão que elas aprendam comigo pra valorizar o que a gente tem, que a gente conseguiu com muita luta e sacrifício”.

“E sinto muito orgulho mesmo. É uma gratidão que a terra nos dá. Quando você produz, você pega nas suas mãos, bota na sua mesa e vê que é a sua luta, não tem preço. Mesmo com o trabalho pesado, a gente encontra motivo pra sorrir, pra brincar, pra ser feliz. Nossa alimentação pode não ser das melhores, como caviar e coisas chiques, mas o que a gente come é saudável”, completou Teresa, emocionada.

Assentamento Santana Nossa Esperança, situado na zona Sudeste de Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube
Assentamento Santana Nossa Esperança, situado na zona Sudeste de Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube

Para a agricultora Maria das Graças Silva do Nascimento, um sistema de irrigação seria capaz de facilitar o manejo e aumentar a rentabilidade da comunidade. Aos 72 anos, ela começou a trabalhar no setor aos 10.

“Dessa idade, nós ainda tem força de trabalho. A gente levanta cedo e começa nossa luta de aguar, cuidar das plantas. Agora, quando é no inverno, nós descansa um pouco, porque a área de nós tá aguando, Deus ‘agua’. Mas no verão é meio pesado. Se nós tivesse área irrigada, nossa safra era maior, nosso lucro também, porque tem mês que não chega a R$ 300, quanto mais R$ 500″, explicou.

Publicidade

“É pouco nosso ganho. Dá pra gente viver porque a gente vive com qualquer dinheiro que a gente consegue, mas não é tão bom não”, acrescentou.

Fonte: G1 Piauí

Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS