GERAL
Sem máscara, desembargador leva multa em Santos e chama guarda de analfabeto
Em Santos, no litoral paulista, um desembargador ofendeu um guarda municipal que o abordou por ele não estar usando máscara. No município, a medida de proteção é obrigatória desde 1º de maio. As multas variam de R$ 100 a R$ 200.
A cena pode ser vista em um vídeo divulgado nas redes sociais neste sábado (18/7). Ao ser parado, o magistrado, mais tarde identificado como Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, conversa com o guarda por um breve momento e logo faz uma ligação no celular.
Homem humilha guarda municipal que tentou multá-lo por não usar máscara em local público. Episódio ocorreu em Santos, litoral paulista: “estou aqui com um analfabeto”. Ele se identificou como “desembargador Eduardo Siqueira”. pic.twitter.com/uQSg1FZWNs
— gente de mal (@gentedemal) July 18, 2020
Durante a chamada, ele diz “estou aqui com um analfabeto” e tenta fazer com que o agente converse com a pessoa na linha. O guarda nega. É nesta hora que o desembargador se identifica como Eduardo Siqueira.
A cena continua. O guarda aplica a multa ao desembargador, que não se dá por satisfeito com a encenação. Ele rasga o documento ao meio e joga o papel no chão, dando as costas aos guardas municipais e prosseguindo com a caminhada.
Novo vídeo e reação do TJSP
Eduardo Siqueira é desembargador e trabalha no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), onde já foi coordenador da área de saúde do órgão.
Após a repercussão do caso, tanto o tribunal quanto o Conselho Nacional de Justiça se manifestaram e disseram que vão apurar a conduta do magistrado. O CNJ deseja, inclusive, apurar os fatos sozinho, prevenindo assim uma eventual parcialidade do TJSP.
Um outro vídeo veio a público neste domingo. Nele, Siqueira reclama da ação da guarda municipal e, em determinado momento, para demonstrar superioridade, começa a falar em francês.
O Correio entrou em contato com a Guarda Municipal do município de Santos para comentar o caso, mas até a última atualização desta reportagem não havia recebido retorno.
Repercussão
As imagens repercutiram nas redes sociais e o caso foi comparado com a recente polêmica do “cidadão, não, engenheiro civil”, em que um casal humilhou um agente da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro.