No Piauí, o governador Wellington Dias assinou um decreto determinando a suspensão da chegada de ônibus interestaduais desde a sexta-feira passada, dia 20. A medida, válida por tempo indeterminado, fez o movimento na rodoviária da capital despencar.
No entanto, a reportagem do OitoMeia flagrou que não existe qualquer barreira sanitária, que deveria ser feita pelas equipes da Vigilância Sanitária do Estado. Durante uma reunião entre o o governador e o prefeito de Teresina Firmino Filho, além de outros órgão de saúde municipal e estadual, ficou definido que seriam instaladas barreiras sanitárias em acessos das cidades piauienses, principalmente em terminais rodoviárias.
O objetivo seria identificar possíveis infectados pelo novo coronavírus desembarcando na capital. Mas na prática isso não está acontecendo. A equipe de reportagem do OitoMeia esteve no terminal rodoviário Lucídio Portela e detectou que não existe esse tipo de barreira no local. Segundo alguns funcionários da rodoviária, que pediram para não serem identificados, alguns ônibus continuam chegando de outros estados sem qualquer inspeção de agentes públicos de saúde.
No momento em que a reportagem passou pelo local, um funcionário que preferiu não se identificar e estava usando uma máscara hospitalar, revelou que um ônibus tinha acabado de chegar de Fortaleza, capital do Ceará, com alguns passageiros. Era um ônibus da empresa Gunabara. Foram para seus respectivos destinos e não passaram por nenhuma inspeção. O OitoMeia buscou contato com a direção do terminal rodoviário, mas funcionários informaram que o gerente não estava no local e não autorizou ninguém a comentar o assunto. Assista:
TERMINAL RODOVIÁRIO ESVAZIADO
Uma constatação é a de que o terminal rodoviário Lucídio Portela está completamente vazio. Apesar da chegada deste ônibus vindo de Fortaleza com passageiros, a circulação é a menor possível, apenas com alguns funcionários bem protegidos, com máscaras e luvas, por exemplo. Em um dos vídeos feitospela equipe de reportagem é possível observar os corredores praticamente esvaziado. Um desses trabalhadores dos guichês, Francisco Nascimento, explicou que o local está sim buscando o máximo possível proteger quem precisa ir trabalhar por lá: “A saúde está em primeiro lugar, este prejuízo (sem venda de passagens e circulação de ônibus) acontece, isso é para ser revisto depois. Mas no momento a paralisação foi precisa para que às pessoas fiquem em casa e não venham contrair esse terrível vírus. Temos que louvar pela saúde da população, isso é para nós não virarmos uma nova Itália. Um dia desses, em plena segunda-feira, isso aqui estaria lotado. Mas pelo que é possível ver, o terminal está vazio, não há ninguém. Parece um pesadelo, mas se faz necessário”.
Assista:
Fonte: Oito Meia
