Connect with us

GERAL

Venda de combustível cai até 60% nos postos

Publicado

em

Desde que o governo reajustou os impostos sobre o preço do diesel, gasolina e etanol, em janeiro, abastecer carro e motocicleta tem se tornado cada dia mais um martírio para o consumidor teresinense, que precisa usar os mesmos recursos para driblar a inflação que chega a 8%, um aumento recorde de energia, além dos juros cada vez mais altos.
Para colaborar com recuperação desse descontrole fiscal, é preciso cortar despesas e gastos. Por ser um dos segmentos que, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), impulsionaram a inflação neste primeiro semestre, os postos de combustíveis já registram a redução no consumo.
O posto Carvalho, localizado na Rua Magalhães Filho, bairro Marques, zona Norte de Teresina, registrou uma redução de 60% do movimento desde o início do ano e a saída foi manter o preço do combustível (R$ 3,19) para tentar honrar os compromissos mensais.
“Diminuir o valor seria melhor para atrair clientes, mas se baixarmos não conseguiremos pagar as contas e os funcionários. O movimento despencou de janeiro a julho e não precisa nem fazer uma análise minuciosa para perceber. É fácil de notar por quem passa por aqui. Estamos às moscas”.
A crise no consumismo tem refletido tanto na economia local que vai ser preciso reduzir o quadro de funcionários. “Já está nos planos, infelizmente, de realizar cortes na nossa equipe”, lamentou.
Vandeilton conta ainda que há casos em que o consumidor pede para abastecer R$ 5,00. “O pessoal tem consumido apenas o necessário. Meus funcionários já perderam as contas dos motociclistas que chegam para abastecer R$ 5. Clientes que antes gastavam R$ 100, hoje gastam R$ 30”, contou.
A saída encontrada pela administração do posto São Raimundo, localizado na avenida Universitária, bairro Ininga, na zona Leste, foi reduzir o preço do combustível. Nos últimos três meses houveram três diminuições.
“Do preço padrão de R$ 3,19 da gasolina, passou para R$ 3,12 e agora estamos vendendo a R$ 3,07. Tudo isso para tentar atrair a clientela, mas o problema é que o consumidor não tá querendo abastecer”, comentou o gerente Geraldo Júnior.
De acordo com o sindicado de revendedores de derivados de petróleo, houve uma redução das vendas de mais de 20 % no mês de julho na maioria dos postos de Teresina.
Há quatro anos, Francisco Duíno deixou a bicicleta para comprar um carro, mas desde fevereiro, quando percebeu que as finanças ficaram comprometidas, voltou a usar o meio de transporte que não precisa de reabastecimento em pelo menos dois dias da semana. “O carro ficou em casa e só sai em situações especiais. Nos dias de hoje não dá pra sustentar uma casa e manter o meio de transporte particular ao mesmo tempo”, comentou.
O consumidor- para o mecânico Carlos Alberto, o condutor deve aprender a cuidar do veículo de uma forma que o faça consumir combustível da maneira racional para continuar circulando. “Ele tem que fazer manutenção preventiva, e dirigir mais devagar. Assim não vai precisar deixar o carro em casa”, comentou.

 

Diário do Povo

Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS