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JAICÓS | Com talento e dedicação, tudo em suas mãos se transforma em arte; conheça o trabalho da artesã Fabileide Martins

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Talento, acrescido de muita dedicação e amor. Com esses três ingredientes, ela produz diversas peças artesanais, que encantam em cada um de seus detalhes. Cadeiras velhas, barbante, pedaços de madeira, tudo para ela tem utilidade e pode ser transformado.

Sua casa é um celeiro de sua arte. Em cada canto tem algo produzido e organizado por ela. Vasos e suportes para plantas, luminárias, fruteira, quadros e uma infinidade de peças, cada uma com sua beleza e particularidades.

A artesã, dona de tão grande criatividade e habilidade, chama-se Maria Fabileide Martins. Casada, 49 anos de idade, e mãe de Nicolle e Bryan, ela é natural de Simões, mas reside em Jaicós há muitos anos. Dda, como é mais conhecida produz peças artesanais há cerca de 5 anos.

Ela, ao Cidades Na Net, contou um pouco sobre seu amor pelo artesanato e como tudo começou. “Sempre gostei de acompanhar a moda de decoração. Produzia muitas peças, qualquer coisinha que quisesse eu faria. Fiz deck de parede, lanterna marroquina, oratório, peças com corda, com barbante. Sempre tenho que está fazendo alguma coisa. Se vejo que falta algo aqui em casa e posso fazer, eu faço, furo parede, “mando vê”. Também sou apaixonada por plantas e assim vai (risos)”.

Mais recentemente, ela descobriu uma nova paixão: o Macramê, que é uma forma de artesanato bem antiga, na qual fios são trançados e atados por nós. “Quando apareceu o macramê, eu gostei e fui atrás, pesquisei na internet como fazer. Aprendi os primeiros nós, chamados de laçada, quatro, e festonê, então comecei. As primeiras peças mal feitas, com muitos erros, (risos). É trabalhoso no início, porque precisa de muita atenção, mas depois que você aprende é mais tranquilo, hoje eu tiro de letra (risos)”.

Com o início da pandemia e também uma maior divulgação de seu trabalho, Dda começou a produzir mais e vender peças. “Quando começou a pandemia comecei a produzir forte mesmo. A mulherada está apaixonada por plantas e como costumo fazer os Hanger Plants, que são os suportes para plantas, começou a sair algumas peças. E quando começa a entrar um dinheirinho a gente fica mais animada né (riso). Para mim, só é ruim pelas linhas que tenho que comprar e se não encontrar em Picos, tem que comprar pela internet, e o valor do frete aumenta o valor da peça, e às vezes não sai por isso” contou.

Para facilitar as produções, ela mesma fez um cavalete. “O que eu uso geralmente para fazer os suportes é a fita métrica, o fio e a tesoura, e eu mesma fiz um cavalete que facilita para mim, porque antes ficava muito ruim para confeccionar, doía minha coluna. Agora é mais rápido, se estiver inspirada faço até três em um dia. Mas também tem as peças mais trabalhosas, as que faço com o bastidor vai muita linha. Mas fica muito bonito”.

Para produzir, ela se inspira em trabalhos que vê na internet, mas também cria suas próprias peças. “Quando gosto de uma coisa, pesquiso na internet para ver como faz. Só quando é algo de madeira, é que vou na marcenaria do meu irmão, pego os pedacinhos de madeira, trago e faço. Comprei uma serra e minhas “pecinhas” e faço em casa mesmo. Tem umas cadeiras aqui que eu mesma fiz. Estava jogado lá na roça, aí peguei as cadeiras e reutilizei”.

O que muitos apenas descartam, ela transforma em verdadeiras obras de arte. “Coisas que iam para o lixo eu transformo. Essa treliça de madeira fiz com gravetinhos que iam para o lixo. Trouxe para casa, serrei, coloquei essa planta e está aí (risos). Tudo se transforma. Minha filha estava brigando comigo um dia porque a gente ia passando na rua, tinha um cabo de vassoura e pedi para ela pegar pra mim (risos). Então fiz um Cachepot de madeira e ficou bonito. Minha irmã gostou e até fez também pra ela”.

Com sua arte, ela até eterniza histórias. Por suas mãos, uma cadeira antiga, feita pelo seu pai, foi restaurada e agora vai perdurar por muitos outros anos. Para ela, a cadeira, que se tornou um balanço que adorna a entrada de sua casa, tem um valor sentimental.

“Uma peça especial é essa cadeira de balanço. Eu ia fazer um balanço comum, mas decidi procurar algo diferente. Aí fui na serraria de meu irmão e lá achei uma cadeira, que tem uma história. Meu pai fez ela para minha mãe assim que eles casaram. Tava jogada lá, aí pedi para Neném cortar os três pés que ainda tinha e o resto eu fiz. Lixei, pintei, fiz o trabalho em macramê e ficou maravilhosa, todo mundo que chega fica encantado. Quando postei já perguntaram se era pra vender (risos). Mas essa aí é especial para mim. Uma lembrança” falou.

A arte de DD também foi importante em um momento delicado pra sua família. “Minha irmã Fabilene passou pelo câncer, graças a Deus está acompanhando direitinho, já passou da fase ruim. Mas aí eu incentivei muito ela, que se apaixonou também por plantas, ensinei um pouco de macramê para ela, hoje ela faz os suportes de planta, e ajudou muito ela a passar o tempo quando estava no tratamento em Teresina. Me senti muito feliz em poder ajudar ela e foi uma forma de estarmos ainda mais próximas”.

Fabileide disse que conta com apoio de toda sua família, que admira o seu trabalho. “Minha família toda gosta do que faço, e isso para mim é muito bom. Meu marido então, ele ficava muito orgulhoso. Tudo que eu fazia ele dizia que estava muito bonito e se orgulhava quando as pessoas falavam que minhas peças eram bonitas. Tudo que a gente ia fazer era combinado. A família dele me apoia muito também, meus filhos, graças a Deus”.

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O amor que ela tem pelo artesanato, é também seu combustível. “Eu gosto de fazer, é maravilhoso para mim, uma terapia. Eu amo artesanato, diy, amo do lixo fazer uma obra de arte, amo renovar algo que está jogado, plantas, decoração, rústico, boho. Sou apaixonada por cactos, e gosto muito de estar renovando as decorações”.

Hoje, Dda produz peças para sua casa, para a família e também faz produções por encomenda. Muito do que ela faz é divulgado em seu perfil no Instagram @ddaatelie. Lá, são comuns as manifestações de várias pessoas que admiram seu trabalho. E para ela, “ser reconhecida pela sua arte é muito bom”.

Para os que desejarem encomendar alguma peça artesanal, o contato pode ser feito pelo próprio instagram da artesã. “De Macramê da pra gente fazer tudo, pulseira, cortina, colar. Se alguém me pedir para fazer algo eu aceito o desafio, a não ser que seja muito difícil e eu não conheça o nó. Mas todos que me procuraram até hoje eu fiz as peças que pediram” destacou.

Ao fim da entrevista, DD fez questão de agradecer aos seus clientes e apoiadores da arte. “Eu gostaria de agradecer aos meus clientes. Tem alguns que sempre me encomendam algo e gostam do meu trabalho, me parabenizam, e eu me sinto muito grata a cada um deles por gostar dessa arte e do meu trabalho. Isso faz com que você trabalhe com mais ânimo” finalizou.

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