Morre o engenheiro Dionísio Simplício, um dos construtores da BR-316; prefeita de Alegrete emite nota de pesar

Faleceu nesta quinta-feira, 03 de março, o engenheiro Dionísio Simplício de Sousa, um dos construtores da BR-316, aos 91 anos. De acordo com as informações, a causa da morte foi pneumonia.

Dionísio era natural de São José do Piauí, e se formou em engenharia no Rio de Janeiro, e ao retornar para o Piauí, trabalhou na construção da BR-316 que passa pelo município de Alegrete do Piauí, onde começou uma amizade com Antônio Elpídio Ramos, o fundador da cidade.

Através dessa ligação, Dionísio conheceu Cosma Ramos, filha de Antônio Elpídio Ramos, com quem veio a casar, e teve dois filhos Simplício Ramos de Sousa e Isabel Ramos de Sousa.

Durante a sua trajetória, Dionísio trabalhou em grandes construções pelo Brasil e escreveu livros que contam sobre a sua vida, e sobre o Piauí.

Pela forte ligação com Alegrete do Piauí, a família atendeu o seu pedido, e ele será velado na casa de seu sogro Antônio Elpidio Ramos (in memorian), e sepultado no cemitério do município, às margens da BR-316, local que ele ajudou a construir.

NOTA DE PESAR

Em decorrência do falecimento, a prefeita Lila Alencar em nome da Gestão Municipal lamentou pela morte de Dionísio Simplício de Sousa.

“Neste momento de tristeza e dor, manifestamos nossas mais sinceras condolências aos familiares, parentes e amigos, rogando a Deus que os confortem.

Dionísio muito contribuiu para o desenvolvimento e crescimento do nosso município. Um ser humano de direito e de fato, que deixa um legado de vida e caráter a todos aqueles que a conheciam e conviveram com ele.

Manifesto meu carinho pelo seu Dionísio e toda a família Ramos que deram o pontapé inicial para a fundação desta cidade. Ressaltando ainda os laços de amizade e afeto entre nossos familiares, que agora perdem esse grande homem.

Não existe partida para aqueles que permanecem em nossos corações”.

Alegrete do Piauí, 03 de março de 2022.

Lilian Alencar

Prefeita de Alegrete do Piauí

_Biografia

Dionísio Simplício de Sousa, nasceu em São José do Piauí, em 1931. Viveu no Piauí como trabalhador rural, na agrimensura, e posteriormente começou a se interessar por engenharia. Com muita luta, ele conseguiu se mudar para o Rio de Janeiro, e se formar pela Universidade Federal como engenheiro. Como estagiário, ele trabalhou na construção da Ponte Rio-Niterói, e mesmo com as grandes obras que estava desenvolvendo tinha o sonho de voltar para o Piauí.

Ao retornar para o Piauí, Dionísio trabalhou na construção da BR-316 que passa pelo município de Alegrete do Piauí, e logo começou uma sincera amizade com Antônio Elpídio Ramos, o fundador da cidade. Através dessa ligação, Dionísio conheceu a sua filha do seu Elpídio, a Cosma Ramos, com quem veio a casar, e teve dois filhos Simplício Ramos de Sousa e Isabel Ramos de Sousa. Por meio dessa união, iniciou uma grande ligação com o município alegretense.

Em meados de 1970, Dionísio ainda trabalhou em grandes construções como a Ferrovia do Aço em Minas Gerais; Carajás no Pará e no Maranhão, no momento em que o Brasil estava em grande desenvolvimento e construção de estradas.

Na sua trajetória, o engenheiro Dionísio ainda trabalhou na Rio Santos, e na própria BR-316 que ajudou a desenvolver o Alegrete, no contexto de criação, que ela faria parte da Transamazônica indo Recife ao Acre, passando por Picos.

Dionísio ainda atuou na construção de aeroportos, como o Galeão no Rio de Janeiro. Foi um dos construtores da Nova Dutra na adaptação da Rio São Paulo, ou seja, da Antiga Dutra para Nova Dutra, que é duplicada. Além de Volta Redonda, Três Rios, outra estrada importante regional do interior do Rio de Janeiro. A Dutra Moderna foi um dos seus últimos grandes trabalhos.

Na última parte da sua vida, Dionísio Simplício de Sousa se dedicou a arte, literatura, livros de ficção e memorias sobre a sua vida no Piauí, a sua ida para o Rio de Janeiro e suas grandes obras, entre elas: O Menino Obstinado, um livro que conta a sua infância no sertão do Piauí; A vida por um sonho, que relata a sua chegada no Rio de Janeiro na época de turbulência no período de 1960, como ele conseguiu vencer e suas grandes construções e projetos.

Outro livro escrito por Dionísio, foi “Os Antônias”, onde ele fala sobre a história da sua família mais antiga, relatos que eram ditas pelos seus bisavós que contavam até sobre a história do Piauí. Os seus livros foram lançados na Academia de Letras de Picos, obras importantes para conhecer sobre o Estado.

Dionísio deixa os seus dois filhos, e o neto Gabriel Cardoso Sousa, um garoto de 05 anos que já tinha um amor muito grande pelo avô Dionísio.