Bocaina
Escola municipal de Bocaina realiza visita a local onde passou a Coluna Prestes em 1926
A Secretaria Municipal de Bocaina por meio da Escola Municipal Urbano Leal, realizou na manhã desta sexta-feira (11), uma aula extraclasse com os alunos do 8º Ano – A e B com o tema “Coluna Prestes deixa rastro e sangue em Bocaina”.
O momento foi idealizado pelo professor Francisco João de Barros, o Chico Velho, e teve como objetivo levar os estudantes a antiga casa de fazenda na localidade Boa Vista para que pudessem conhecer de perto um pouco da história do local.
Segundo informou o professor, a história começa pela passagem dos revoltosos da Coluna Prestes por Bocaina, que deixou uma pessoa morta e outra gravemente ferida.
A Coluna Prestes foi um movimento liderado por Luís Carlos Prestes entre os anos de 1925 e 1927, que percorreu o interior do Brasil denunciando os desmandos do governo republicano. Os integrantes da coluna eram jovens oficiais que participaram das revoltas militares de 1922 e 1924.
Tais frentes atuaram nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, respectivamente, e tinham como objetivo principal derrubar os representantes oligarcas da República Velha, encarnados nas figuras dos presidentes Arthur Bernardes (que governou até 1926) e Washington Luís, que foi deposto pela Revolução de 1930.
De acordo com o professor e historiador, o fato se deu em 20 de janeiro de 1926, na localidade Boa Vista, quando revoltosos cercados pelas forças do governo invadiram a propriedade do fazendeiro e comerciante Cícero Gomes de Vieira, e atingiram seu irmão, Ciro Gomes Vieira, com um tiro no braço esquerdo.
Ao confundir as forças Legalistas, mataram um homem chamado Arlindo, que resisitiu à ação do bando que alvejou a casa principal com balas por mais de duas horas.
Segundo Chico Velho, o tiroteio chamado “Fogo da Boa Vista” pelos moradores, ocorreu na segunda maior propriedade de Bocaina, e que na área possuía açude e engenho de cana de açúcar. Cícero era um dos comerciantes mais rico da época, e foi um dos primeiros a criar a feira livre do município.
Durante a aula realizada ao redor do antigo casarão, o professor disse que naquele 20 de janeiro, a ação dos revoltosos durou mais de duas horas, e que Ciro só não morreu de infecção porque foi levado em uma rede para a cidade de Picos a tempo de tomar medicação adequada.
Um fato curioso contado pelo educador, foi que na fuga, os revoltosos perderam uma capanga com dinheiro e ouro que foi encontrada pela agregada Maria de Rufino, mas com medo da influência negativa do achado, o repassou para Cícero Gomes, que ampliou ainda mais sua fortuna.
A fazenda que ainda continua de pé, hoje pertence aos familiares do senhor João Trajano.
“Agradeço a direção da escola, a secretária municipal de Educação, Simone Grangeiro e ao prefeito Erivelto Barros pelo apoio, pois a aula com a visita a antiga casa da fazenda com os alunos foi muito enriquecedora, e são momentos como esses que marcam a vida dos alunos”, disse o professor Chico Velho.
Para a aluna Ewwllyn Lowrhany, a visita acrescenta o conteúdo dado em sala de aula, pois além do que ela aprendeu na escola, ainda teve a oportunidade de vivenciar toda a história na prática e que isso é muito gratificante.
Fonte: Portal Agoraed
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