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Campanha arrecada doações para família que teve casa incendiada na zona rural de Jaicós

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Era para ser apenas mais uma tranquila noite de domingo na Lagoa do Sítio, zona rural de Jaicós, mas o silêncio e paz costumeiros da pequena localidade, foram interrompidos pela violência, desespero, choro, gritos.

De quase tudo que havia na casa, restaram apenas destroços, cinzas. Para a família, ficaram marcas que jamais serão esquecidas. O que toma conta do lugar agora é tristeza, dor, medo, trauma, indignação. E, o que talvez mais doa, a lembrança de que tudo foi causado por alguém tão próximo.

Antes, a violência vinha de fora, de um desconhecido, mas atualmente, cada vez mais surgem casos em que o mal brota dentro das próprias casas da vítima, entre a família. Vem de quem menos se espera. Vem de quem devia dar somente amor. Mãos que antes acalmavam, acariciavam, protegiam, ajudavam, se transformam em mãos sujas de sangue.

 “O que fica aqui é um oco, vazio, trauma, apenas coisas ruins. Minha filha está assustada, todo carro ou moto que “zoa” aqui ela fala “mamãe é o André será?. Estou com medo”. Ela fica sempre como medo de ser ele. O que aconteceu foi uma tragédia, foi doloroso, nunca imaginei que isso poderia acontecer. Estou dormindo pouco, minha filha tomou três soros, ficou internada ainda. Eu ontem almocei 4 horas da tarde, porque passei o dia todo na delegacia”.

O relato é de Maria Francisca Oliveira, 30 anos, grávida de 4 meses, que viu a casa da família ser destruída pelo próprio companheiro, com quem convivia há 5 anos. Tudo aconteceu no último domingo, 8 de março. Maria, a filha do casal, de apenas 4 anos e o tio da jovem, estavam na casa momento da tragédia.

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André Leal, enfurecido, quebrou vários móveis da casa, ameaçou a própria esposa e filha, esfaqueou o tio de Maria e ateou fogo em dois cômodos. “Achei uma janela aberta, passei minha filha para fora, pulei e saímos correndo. Se tivesse ficado aqui eu tinha morrido também com uma facada, porque ele ameaçou primeiro a mim e minha filha, disse que ia nos matar. Eu aproveitei que o André escorregou em uns ovos quebrados e corri. Meu tio foi tentar me defender e eu não vi mais o que aconteceu. Foi rápido demais, não dava para pegar ele, ou eu corria ou morriam os três. Eu achei que ele tinha matado o Ramiro (tio de Maria). Ele foi forte, não sei como não morreu. Depois da facada ainda demorou mais ou menos 1 hora pra ele ser levado pelo SAMU” destacou.

Maria diz que foi algo inesperado, pois André sempre aparentou ser uma boa pessoa. “É muito triste, foi inesperado. Ele parecia ser uma pessoa tão boa. Ele bebia, ficava alterado as vezes, mas nunca chegou a esse ponto. Agora quero que ele pague pelo que fez. Porque mesmo que ele tivesse raiva de alguém não tinha necessidade de fazer isso, foi um crime, não tem explicação. A pessoa que faz isso com a própria esposa e a filha tem capacidade de fazer com qualquer um” disse.

Ela conta que seu maior medo foi perder seu bebê. “O que tive mais medo foi de perder meu filho, porque minha gravidez é de risco, tenho dois hematomas e não posso fazer esforço. No dia eu senti muita dor na barriga, pensei que tinha perdido, não fiquei mais preocupada porque não teve sangramento. Fui ao médico e ele disse que o risco ainda não passou, pois foi um trauma muito grande. Mas as dores aliviaram”.

A mãe de Maria, também está abalada com tudo que aconteceu. “Minha mãe está traumatizada, assustada. Está dormindo mais pouco que eu, não quer comer direito. Meu tio está bem, graças a Deus. Ele fez a cirurgia, tomou sangue e o médico disse que ele está reagindo bem. Acho que ele só não veio para casa ainda porque atingiu o pulmão. Mas já conversa, caminha pelos corredores e não mais precisar tomar sangue”.

Maria, que morava com André na comunidade Queimada, zona rural do município de Belém do Piauí, e tinha ido passar o domingo com os familiares, agora está morando na casa de um tio, que fica bem próximo à residência de sua mãe.

Depois da tragédia, agora a família precisa de ajuda. Com o intuito de ajudar, o portal Cidades na Net lança uma campanha para arrecadar doações. Alimentos, roupas, móveis, itens para a criança, doações em dinheiro.  Todo tipo de colaboração é bem-vinda.

Maria disse que tudo foi perdido. “Toda ajuda será bem-vinda.  Mas o principal são os documentos que perdemos e comida. Perdemos também quatro camas, quatro guarda-roupas, dois armários, geladeira, filtro, vasilhas, pratos, copos, tudo. Moto do meu irmão foi queimada, o carro foi quebrado os vidros. Não sobrou nada. A casa vai ter que ser toda reformada e ainda corre o risco de desabar as partes que o fogo atingiu. É muito triste olhar”.

Para os interessados em ajudar, as doações podem ser entregues na sede do portal, localizada na rua 15 de novembro, nº 13, Centro de Jaicós ou diretamente a família na localidade Lagoa do Sítio.

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Um grupo de pessoas de Jaicós também está se mobilizando e recebendo doações na oficina Dadá Moto Peças (Centro), Salão New Styllus, de Simone Ferreira e na loja Castelo do Bebê. O grupo também está organizando um mutirão para esta sexta-feira (12), para limpeza da casa.


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