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Capitão Lindomar Félix fala sobre assaltos ocorridos em Jaicós e a segurança pública no município

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Em entrevista ao Jornal da Clube, o capitão Lindomar Félix dos Santos, Comandante da 3º Companhia de Polícia Militar de Jaicós, falou sobre os assaltos ocorridos no último dia 31 de janeiro no município, onde uma quadrilha com cerca de 15 assaltantes, arrombou, simultaneamente, as agências do Banco do Brasil, Correios e a Casa Lotérica, localizados no Centro da cidade.

O capitão Lindomar Félix explicou como aconteceu a ação e como a equipe da Polícia Militar em Jaicós agiu. “Recebi uma ligação da central dando conta de que os terminais estavam sendo explodidos, e de imediato entrei em contato com a nossa viatura e repassei a ocorrência. Disse para os policiais se deslocarem até o local, mas tomando a devida cautela a fim de preservarem suas vidas. Comecei também a fazer o contato com as unidades policiais da região a fim de fazer o cerco policial. Quando os PMs chegaram próximo ao local eles perceberam que realmente havia elementos encapuzados, utilizando roupas camufladas, como é de praxe nesta modalidade que está acontecendo no PI e em todo o Brasil. São chamados de novo cangaço, eles chegam na cidade e tem informações privilegiadas sobre o comportamento da polícia, o efetivo e eles vem em um grupo maior e com armas de grosso calibre, que nem mesmo as polícias dispões no seu uso diário” explicou o capitão.

O comandante disse também que após os policiais detectarem que existiam reféns foi dada a determinação para que fosse feito apenas o monitoramento e que não fossem efetuados disparos. “De um local estratégico, os policiais observaram a presença de reféns, e eu, de imediato, dei a determinação de que o nosso objetivo maior é preservar vidas e disse para que fizessem o monitoramento sem efetuar nenhuma disparo, a fim de não ocorresse morte de pessoas inocentes. A polícia esteve com os elementos enquadrados sob a mira de fuzis, mas eu não sou irresponsável, jamais daria a determinação de atirar, pois corria o risco de ceifar a vida de inocentes. Poderíamos ter ceifado a vida de um ou dois bandidos, mas, consequentemente, a cidade hoje estaria de luto, pois teriam morrido também pessoas inocentes e nosso objetivo é preservar vidas acima de tudo” disse o comandante.

Após a ação criminosa, parte da população, principalmente nas redes sociais, questionou a atitude da polícia, que não realizou o enfrentamento imediato. Questionado sobre o assunto, o capitão Félix disse que os policiais agiram de acordo com os ensinamentos recebidos no Curso de Nivelamento Tático. “Todos os policiais que lá estavam, com exceção de um, fizeram o nivelamento tático recentemente e os ensinamentos da doutrina é, primeiramente, preservar vidas acima de tudo, fazer o monitoramento e os contatos, isso, diante de ações com a presença de reféns. Foi justamente isso que foi feito e a determinação foi minha, pois eu não seria irresponsável de dar determinação para policiais matarem bandidos se havia reféns, e vale ressaltar que o primeiro que seria vítima seria o militar que também estava entre os reféns. Se algum dos meliantes fosse morto, a primeira vítima a perder a vida seria o policial que se encontrava lá” disse.

O capitão disse também que não esperava essa reação da população. “Não esperava essa reação, de algumas pessoas sim, porque a polícia tem que incomodar aquelas pessoas que andam à margem das leis, criando problemas, cometendo infrações. Mas fiquei muito triste com alguns comentários de redes sociais, a maioria, de pessoas que a gente não esperava esse tipo de atitude. Se a gente tivesse atirado e ceifado a vida de pessoas inocentes nessa ação, tenho certeza que hoje estaríamos sendo todos crucificados. Por isso, a determinação quem deu fui eu e sempre que eu fizer a avaliação e correr risco de vida de pessoas inocentes a gente vai agir é dessa forma, fazer o cerco e, se possível a gente prende, se não, podemos prender depois, mas o que não podemos aceitar é ceifar a vida de inocentes, pois o maior bem jurídico que temos é a vida. Infelizmente, muitas pessoas apenas criticam, quando é uma crítica construtiva nós aceitamos, mas críticas destrutivas, que muitas vezes tem a intenção de denegrir a imagem da corporação e dos pais de família, são inaceitáveis” ressaltou.

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O capitão informou ainda que havia criminosos espalhados em pontos estratégicos da cidade, mas negou a informação de que foram efetuados tiros contra a sua residência. “Havia criminosos em pontos estratégicos. Fui acordado por volta de 2:54, peguei meu colete e meu armamento e quando ia sair da minha casa uma pessoa me orientou “Não saia da sua casa, pois tem um veículo aí do lado”, da mesma forma, outro militar que mora vizinho foi orientado sobre a presença de alguns elementos ao lado de nossas residências. Isso dificultou minha saída, só tive a oportunidade de sair da minha casa no momento em que os elementos já estavam na fuga, a viatura me pegou e imediatamente saímos em perseguição, cerca de 10 ou 12 minutos depois que os bandidos saíram. A informação de que foram efetuados disparos contra minha casa não é verdade e não sei quem divulgou essa informação. Os únicos disparos que foram realizados foi no momento da fuga, próximo ao posto Com Lima” relatou.

O capitão Félix também alertou a população para o perigo de estar nas ruas durante a madrugada. “Já orientei várias vezes. As pessoas ficam na praça, já encontrei  adolescestes entre uma e 2 horas da manhã jogando bola na quadra em frente ao banco, as pessoas ficam na praça da igreja, ás vezes até ingerindo bebida alcoólica e drogas e colocando em risco suas próprias vidas.  Quando acontece uma ação como essa os primeiros que são feitos reféns são essas pessoas que estão na rua e isso tudo dificulta, porque se houver reféns a polícia não pode dar a resposta que realmente queremos dar á sociedade” falou.

Investigação

Após a ação criminosa, seis viaturas da PM realizaram diligências pelas estradas da região na tentativa de capturar o grupo. Segundo o capitão Félix, que coordenou as diligências, os criminosos fugiram em direção ao estado do Ceará. “Saimos em perseguição e tivemos informações no sentido da fuga, que foi o estado do Ceará. Eles tomaram o sentido de Monsenhor Hipólito e em seguida a BR 0-20” disse.

Segundo ele, o trabalho de investigação está sendo feito pela Polícia Civil, juntamente com o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO). “O trabalho investigativo está sendo feito, a gente conta, acima de tudo, com a Polícia Civil, com o delegado Dr. Miguel Carneiro, juntamente com a GRECO. Com certeza, logo eles vão conseguir identificar a autoria dessa ação criminosa” ressaltou.

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Na última semana, em quatro dias, além de Jaicós, houve ações semelhantes nas cidades de Cocal e Angical. Já na madrugada deste domingo (04) uma agência da Caixa Econômica Federal foi arrombada no município de Piripiri, Norte do Piauí.

Devido à insegurança no interior do Piauí e os casos de assaltos a bancos, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) se reúne nesta segunda-feira (05) com representantes de instituições financeiras no estado para traçarem estratégias de prevenção.

A informação foi dada ao site Oito Meia pelo delegado Laércio Evangelista, integrante do Greco, gerência responsável de combater crimes contra instituições financeiras. “Está sendo intensificado o policiamento ostensivo em todo o interior. Inclusive, hoje, haverá uma reunião na Secretaria de Segurança para que isso seja debatido e para avaliar estratégias”, diz.

Mais detalhes sobre a reunião não foram explicitados, mas a presença de gestores de agências bancárias estará confirmada para discutirem o assunto. Até então, o Greco não possui linha investigativa e também não confirma se há ou não relação dos crimes. “Não há confirmação se é o mesmo grupo, mas está sendo investigado”, salienta Laércio.

Segurança Pública no município de Jaicós

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O capitão Lindomar Félix falou também sobre a segurança pública no município e ressaltou que a Polícia Militar continuará com ações, principalmente de abordagens. “Vamos continuar de cabeça erguida, trabalhando e procurando sempre fazer o melhor em termos de segurança pública. Principalmente abordagem, que é um dos meios mais eficientes nas nossas atividades. Muitas pessoas não entendem, mas é justamente na abordagem policial que a gente consegue evitar certas ações, encontrar drogas, armas de fogo e até foragidos da justiça” disse.

Sobre a implantação da Força Tática no município, o comandante disse que a viatura já está sendo utilizada e a companhia tem recebido apoio do comandante geral da PM. “Os policiais foram submetidos ao nivelamento, nossa viatura estava em Teresina fazendo a manutenção e sendo adesivada, mas agora já está sendo utilizada no policiamento. Nosso comandante geral tem dado todo apoio à companhia de Jaicós e vai continuar nos apoiando na efetiva implantação desse trabalho” falou.

O comandante disse também que estão aguardando a chegada de mais equipamentos. “A Força Tática está funcionando, a viatura já está na cidade e estamos aguardando mais alguns equipamentos, entre eles o fardamento, que logo mais estaremos utilizando. Mas acima de tudo isso, o importante é que tenhamos sempre atitude e compromisso com a segurança pública” contou.

Temos procurado fazer o máximo para prestar uma segurança pública melhor, mas, infelizmente, ações como esses assaltos acontecem e vão acontecer mais vezes em outras cidades, é uma realidade que estamos vivendo e que muitas vezes esses bandos são bem sucedidos porque já sabem todas as informações da cidade. Mas vamos continuar realizando nosso trabalhos e, acima de tudo, com a ajuda divina e com a ajuda da nossa população, das pessoas de bem, que clamam por uma segurança pública cada vez mais eficiente” finalizou o comandante da 3º CIA / 4° BPM de Jaicós.

 

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