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De teclado comprado a prestações de R$50 ao reconhecimento do público: a trajetória de Orlando Estourado

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No início ele não tinha interesse pela música, na verdade, tentava fugir dela (risos). Mas, pela persistência de um amigo, que nele enxergava um talento, ele começou a conhecer o mundo musical.

Aos 17 anos, o primeiro trabalho, ainda em meio à rejeição. Depois, o contato com o teclado, que ele, com o impulso de um ‘não’, aprendeu a tocar sozinho. Com o tempo, o gosto pela área musical começou a surgir, e assim começava também a ‘nascer’ um artista que no futuro conquistaria o carinho do povo de sua cidade.

O personagem principal desse relato é José Orlando de Sousa Alves, hoje com 36 anos de idade e cerca de 19 trabalhando com a música. Popular e artisticamente, conhecido como Orlando Estourado.

Seu primeiro trabalho na música foi aos 17 anos. “Comecei com a banda Geração da Terra, a primeira vez que cantei foi no bar de Luvercy. Me chamaram para participar da música de P.O Box, Papo de Jacaré, e eu cantei, lembro que foi um dia de segunda-feira. Se não me engano, tinha 17 anos. Fábio Vilarinho, que foi proprietário do Himalaia Clube por bastante tempo, que me deu essa oportunidade”.

No início, Orlando não tinha interesse pela música, mas pela insistência de Fábio, que via nele talento, começou a conhecer mais o ramo. “Só que naquele tempo eu não queria saber de música. Eu ia jogar bola as vezes escondido pra não ir para os shows, e ele ia atrás de mim no campo. Ele insistiu e disse que eu tinha futuro. Eu ia sem querer, mas depois comecei a pegar gosto pela coisa, comecei a ir em festas, olhar os tecladistas tocar, e fui me aproximando mais”.

Mais tarde, ele resolveu aprender a tocar teclado. A motivação veio de um episódio que o desagradou. “O teclado eu comecei a tocar por algo que aconteceu comigo. Eu tinha 18 ou 19 anos, quando coloquei a mão em cima do teclado de um rapaz e ele me disse que era pra tirar a mão. Depois disso quis aprender só para mostrar pra ele que eu também era capaz de aprender a tocar. E eu aprendi mesmo de dom, olhando os outro tocarem e praticando “.

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Ele foi praticando com teclados emprestados. Um tempo depois, adquiriu seu primeiro instrumento, que foi pago em parcelas de 50 reais. “O primeiro teclado que usei foi o de Fábio, ele deixou o teclado comigo e comecei a aprender, tinha o do meu tio também, o Pedrinho. Depois um rapaz chamado Dedé me deixou com um teclado por 7 meses, e fiquei praticando. Fui pra São Paulo e Brasília algumas vezes, mas não consegui comprar um teclado. Meu irmão tinha adquirido um teclado, aí eu comprei dele pagando de 50 reais. Eu tocava uma festa, ai pagava os 50 a ele, até que consegui pagar tudo. Depois comprei um som também todo financiado”.

Seguindo na carreira Orlando participou de bandas, cantou com os irmãos, até que resolveu iniciar um trabalho solo. “Depois disso, graças a Deus fui progredindo, entrei na banda Geração da Terra, mas ela separou, aí ficou meu irmão com Pedrinho, e eu Erivan e Valéria, tocamos uns 2 anos, depois passei para Banda Drenagem, que surgiu do projeto da Geração da Terra. Depois que sai dela, fui trabalhar com meu irmão Genésio, e em seguida fui para São Paulo, onde trabalhei com outro irmão meu, que era os “Brasileirinhos do Forró”. Não deu muito certo e a partir daí comecei a atuar sozinho. De lá para cá comecei a comprar um som, investir no meu próprio trabalho”.

Hoje, Orlando está prestes a completar 20 anos na música. Ele posssui 12 canções autorais, destas, cerca de 5 gravadas. A que mais fez sucesso entre os apoiadores do seu trabalho, segundo ele, foi a música “Tequila”, que alguns chamam também de “Carro importado”.

Em 2018, uma mudança fez com que o nome do cantor se espalhasse ainda mais. O Orlando dos Teclados, passou a ser chamado de Orlando Estourado. “O nome era Orlando dos Teclados e eu queria mudar. Sugeriram colocar Orlando Vaqueiro, mas não achei que seria interessante; aí veio um sobrinho meu e falou “como o senhor toca muito aqui na região, coloca Orlando Estourado”. Achei interessante e coloquei esse nome. Foi em 2018. E essa mudança deu um empurrão, o nome gera mais curiosidade, porque ‘dos teclados’ era mais restrito” conta o cantor.

Para Orlando, o reconhecimento do público foi sua mais importante conquista. “Para mim, o maior objetivo que alcancei na música, foi ganhar o reconhecimento do público, pois o artista pode ter a maior estrutura do mundo, mas se o público não gostar dele, ele não sai do rastro. Daqui pra frente quero conseguir cada vez mais alcançar nosso limite, trabalhar pra mostrar pra Jaicós, cidades vizinhas e o Brasil inteiro. E pra isso, é preciso esse apoio. Costumo dizer que a gente não vai a lugar nenhum só, sempre dependemos de alguém. Graças a Deus, me vejo com humildade para seguir esse caminho”.

Ao povo de Jaicós, ele demonstrou gratidão. “Tem o ditado que diz que na sua terra você não reinará, mas eu, sempre que chego em outro lugar, digo que na minha cidade, graças a Deus, eu sou um cara muito bem aceito. O público de Jaicós gosta de mim e sou muito grato por isso. Tenho orgulho de ser jaicoense, não pelos grandes, os líderes, mas pelo próprio povo. O pessoal me apoia, vai no meu show, e eu sinto que gostam do meu trabalho. Tanto que quando vou tocar nas cidades vizinhas, sempre tem gente de Jaicós. Fico muito emocionado em falar isso, pois é uma coisa que incentiva o artista”.

Ele diz que é pouco o apoio por parte de pessoas mais influentes, mas que seu trabalho é prestigiado pelo público. “O apoio que a gente conseguiu foi do público, o reconhecimento. De outras pessoas, daqueles que tem uma melhor situação financeira, o apoio é pequeno, tem aqueles que pouco acreditam no trabalho da gente, inclusive empresários da nossa região. Tem os que dão uma força, mas não aquele apoio pra empurrar você pra frente. Então, hoje o reconhecimento mesmo é do povo. Pra onde a gente vai o pessoal prestigia nosso trabalho” disse.

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Orlando também falou do impacto que a pandemia trouxe para o trabalho. “Passamos um momento muito difícil, quase 2 anos sem poder tocar uma festa. Se não fosse as lives não dava pra segurar. E como ficamos parados, não tivemos como investir. O cantor tem dificuldade de investir na carreira, pois o que ele ganha, se passar um mês parado, ele vai gastar. Então, nem tem como investirmos numa coisa que está indo e voltando. A gente fica praticamente preso”.

Ele diz que o cantor de forró está praticamente preso. “Hoje a maior dificuldade é fazer show. Desde quando veio a pandemia, os músicos tem tido pouco apoio. Hoje, na minha opinião, vejo um preconceito, pois quem toca teclado não pode fazer um show, só é aceito voz e violão. O forrozeiro hoje está preso. Deixam ele sair da gaiola um pouquinho, depois vão lá e trancam de novo. Essas leis que estão formando hoje estão acabando com a gente, do pequeno ao grande. Não adianta você fazer um projeto hoje, gravar um cd, pra ficar dentro de casa. O que da dinheiro hoje na música é show. Aquela época que o CD dava rendimento ao artista acabou, hoje é lançada uma música só, não é como antigamente que lançava um CD com 12, 20 músicas, pois sai um trabalho caro e sem retorno”.

Mas apesar das dificuldades advindas da pandemia, o intuito do cantor é avançar. “Meu plano é trabalhar, cada dia alcançar um objetivo na minha vida e também levar o nome da nossa cidade para o Brasil a fora. Gostaria até de deixar um recado para os grandes, os empresários, que incentivem, que apoiem projetos para nossa cultura, pois só quem tem a ganhar é o município, que tem seu nome levado pra fora”.

Orlando disse que assim que surgirem oportunidades, pretende investir para levar mais qualidade ao público no seu trabalho. “Hoje graças a Deus tenho um teclado moderno, e uma boa estrutura de som também. Estou preparado para trabalhar em qualquer cidade e cada dia que passa estamos buscando melhorar, para levar mais qualidade ao nosso público. Penso em trabalhar com força, gravar mais músicas autorais, mas para isso a gente precisa esperar abrir as portas pra começar a investir e vê se conseguimos ir mais longe.

Orlando ainda disponibilizou seu contato para shows. “No número (89) 99450 48-69 você fala diretamente comigo. A gente leva nosso show para qualquer lugar do país” finalizou.

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