Jaicós
Hospital de Jaicós está atendendo mais de 200 pacientes por dia; município reforça quadro médico
A epidemia de dengue que o estado do Piauí vem enfrentando e o grande aumento do número de casos de Chikungunya, tem trazido desafios aos municípios, que estão registrando uma elevação no índice de atendimentos diários nas unidades de saúde.
Na cidade de Jaicós, que já contabiliza um total de 340 casos prováveis notificados de Dengue e Chikungunya, a demanda da principal unidade de saúde, o Hospital Florisa Silva, registra expressiva alta.
Conforme dados repassados pela diretora do hospital, Auzenir Menezes, a unidade, que normalmente realizava 80 atendimentos por dia, agora recebe mais de 200 pacientes.
Nos últimos sete dias (17 a 23 de maio), o Florisa Silva realizou 1723 atendimentos, com média diária de 246. 438 pacientes passaram por observação e 4511 medicações foram aplicadas.
Neste período, o sábado (21), foi o dia em que houve a maior demanda, com a realização de 272 atendimentos. Com relação a observação, o maior registro aconteceu na sexta (20), com 99 pacientes e 830 aplicações de medicação.
Na última semana, também foram contabilizadas 32 internações, com permanência mínima de 3 dias para cada paciente. Em comparação ao mesmo período do mês anterior (abril), houve um aumento de 100% na demanda do hospital.
Reforço do quadro médico e aumento no consumo
Auzenir Menezes informou que a equipe assistencial do hospital é formada por um médico, um enfermeiro e três técnicos, mas devido ao aumento da demanda, foi feita a contratação de mais um médico para atendimento diário por 12 horas. Dessa forma, o hospital possui dois médicos atendendo de domingo a domingo.
“Desde o início dessa epidemia o prefeito Neném de Edite contratou dois médicos, pois apenas um não atende a demanda. Tem dias que chegou a atender 280 pessoas, o que é impossível um médico só da conta. O que tem sido feito é com sacrifício, pois não existe recurso para isso, mas o gestor tem esse preocupação de não faltar medicação, médico para atender a população” disse Auzenir.
Além do aumento com custo de pessoal, há o maior consumo de medicamento, energia, alimentação, material de limpeza e demais insumos. Auzenir destacou que cada paciente em internação, é assistido com medicamentos, e oferta de café da manhã, almoço, lanche e jantar.
“A despesa do hospital triplicou, pois além do aumento na demanda, tudo dobrou de valor. Uma caixa de soro hoje é 560 reais, uma ampôla de dipirona é 11 reias, está tudo caro. A demanda de Jaicós não é barata, e como a gente sabe, o que entra aqui de pactuação é insuficiente, então quem custeia o hospital é a Prefeitura de Jaicós, o FPM” acrescentou.
A diretora destacou que outro problema enfrentado é o adoecimento por parte dos profissionais de saúde, sendo necessária a substituição dos mesmos. Já na manhã de hoje (24), um dos médicos, que não se encontrava mais em condição de realizar os atendimentos, teve que ser substituído. Para tanto, uma médica foi deslocada de uma UBS para reforçar o atendimento no hospital.
Auzenir ainda pediu a compreensão da população para que busque primeiro a UBS para atendimento, para evitar a superlotação do hospital. “A gente também atende pessoas de municípios vizinhos, principalmente no final de semana, o que aumenta ainda mais a demanda. Então, a gente pede a compreensão de todos que vierem ao hospital, pois o atendimento é feito conforme a demanda do dia. Pedimos também que as pessoas procurem em primeiro lugar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, pois o primeiro atendimento deve ser feito na UBS. Dessa forma, evita-se a lotação do hospital, que fica mais livre para atender os casos mais urgentes”.
Jaicós entre os municípios do Piauí com maior número de casos
Conforme o boletim da 19ª Semana Epidemiológica, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI), no último dia 18 de maio, Jaicós está entre os cinco municípios com maior nº de casos prováveis nas últimas quatro semanas epidemiológicas (s.e. 16ª a 19ª).
O município é o segundo na lista em número de casos prováveis de dengue, com 149 notificações. Com relação à Chikungunya, Jaicós também aparece na lista dos municípios com maior nº de casos prováveis notificados (191), e com maior incidência de Chikungunya/100 mil hab (993,1).
Jaicós também registra três casos suspeitos de dengue hemorrágica, tendo entre estes uma internação em Teresina.
Prevenção
Para se prevenir, a população deve redobrar os cuidados em casa e na rua, para que seja evitada a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
O combate pode ser feito através da eliminação de objetos que acumulem água, e são potenciais criadouros, e da manutenção correta dos recipientes que armazenam o líquido, como caixas d’água. Vistoriar a casa e o quintal semanalmente é muito importante.
O Aedes aegypti pode se reproduzir em:
Aparadores de água de filtro Lajes Área de descarte de sacos de lixo Lonas de cobertura Bandejas de ar condicionado/geladeiras Marquises/Telhados Banheiros/Instalações sanitárias Móveis de jardim Caixas d’água/Reservatórios/Depósito de água Piscinas, fontes e espelhos d’água Tonéis, barris e tanques Sucatas abandonadas/Objetos expostos ao tempo Caixas de passagem de água Tanques, pias e ralos Calhas Muros com cacos de vidro Escoadouros de áreas externas Hortas e vasos em janelas e sacadas Objetos em áreas externas que podem acumular água Casas de máquinas de elevador
Fonte: Fundação Municipal da Saúde
Um forte aliado nesse combate à proliferação do mosquito é a água sanitária, segundo o Ministério da Saúde. Veja as orientações:
- Vasos sanitários que não são de uso diário: Adicionar uma colher de chá (5 ml) de água sanitária;
- Caixa de descarga sanitária que não é de uso diário: Adicionar duas colheres de sopa (30 ml) de água sanitária;
- Ralos externos, que captam água de chuva e de limpeza, e internos: Adicionar uma colher de sopa (15 ml) de água sanitária;
- Tambores de armazenamento (200 litros) de água não utilizada para consumo humano ou animal: Adicionar dois copos americanos (400 ml) de água sanitária;
- Plantas que possam acumular água: Uma colher de café (2 ml) para cada litro de água e preencher nos locais onde acumulam água;
- Atenção! A água sanitária não deve ser utilizada em recipientes que armazenam água para consumo humano e de animais.
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