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JAICÓS | Casal que atua na saúde relata um pouco da realidade vivenciada com a pandemia do coronavírus

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No dia dos namorados, o portal Cidades na Net conversou com um casal que tem vivenciado um momento diferente. Juntos há 13 anos, com dois filhos, de 6 e 12 anos, Sávio Eliakim e Emanuelle Granja tem enfrentado um desafio comum a diversos profissionais em todo o mundo: o trabalho na área da saúde em tempos de COVID-19

Como uma forma de homenagem a eles e tantos outros profissionais da saúde que tem se esforçado para salvar vidas, o Cidades na Net traz breves relatos de como tem sido para eles a vida entre trabalho e família, em meio a pandemia.

Eles contam um pouco de como tem sido a rotina de casal, pais e profissionais da saúde, em tempos tão difíceis para o desempenho de cada uma dessas importantes missões.

O casal atua pela Secretaria de Saúde do Município de Jaicós. Desde março, a rotina profissional mudou. Emanulle, que é Agente Comunitária de Saúde, não trabalha na linha de frente, mas teve que se adaptar à nova realidade.  Já Sávio, que é Fiscal da Vigilância Sanitária, entre suas principais atividades, enfrenta a missão de acompanhar a chegada de pessoas oriundas de outros estados.

Muitas vezes, ele, juntamente com a equipe da saúde e PM, precisam atuar durante a madrugada. “As abordagens são muito cansativas. Às vezes as denúncias são infundadas, não batem com a realidade. Eu vou para a BR-407 meia noite e tem vezes que o ônibus chega 5, 6 horas da manhã, e a gente fica todo esse tempo lá na pista” falou ele, que completou dizendo que a família se preocupa muito. “Uma das dificuldades também é com meus familiares. Minha mãe mesmo está preocupada ao extremo porque estou na linha de frente, pois se a gente for parar para pensar mesmo, estamos colocando nossa vida em risco” disse.

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Na conversa com o portal Cidades na Net, Sávio disse que a maior dificuldade é ter que se distanciar mais da família. “A maior dificuldade que encontro é o distanciamento da minha família. Como estou no trabalho diretamente, não tem como a gente ter aquele contato, afeto, abraço, nossas brincadeiras. A gente fica distante, sempre com aquela cautela. A maior dificuldade para mim é essa, não poder dar 10, 20 abraços no filho na esposa, que era o que eu fazia. Diminuiu o contato com eles” disse.

Pensando na segurança da família, Sávio construiu um quarto para quando precisasse ficar em isolamento. “Sabendo que eu ia trabalhar na linha de frente do combate ao coronavírus, eu montei um quarto afastado na casa de meus pais, para todas as vezes que eu fizer abordagem a um ônibus ou fiscalizar uma pessoa que chegou de outro estado. Eu vou para esse quarto, faço toda a esterilização, passo 1 a 2 dias lá e depois é que vou na casa de meus filhos, que moram com os avós. Depois que faço isso é que vou falar com eles, mas com distanciamento, sem poder abraçar. No princípio eu construí o quarto para ficar cem por cento isolado, só que eu não consegui ficar distante dos filhos. O máximo que consegui passar lá foi 3 dias” contou.

Ao conversar com nossa equipe, pelo telefone, Sávio estava com a esposa, mas disse que saber se vai poder passar todo este dia dos namorados ao lado dela, é imprevisível. “A questão se vamos poder passar todo esse dia dos namorados juntos é muito imprevisível. Rotineiramente a gente sai para ir para a chácara e chegando lá eu recebo ligação de que tenho que ir trabalhar. Mas agora está mais controlado, porque antes chegava ônibus todo dia, mas agora diminuiu. No começo eu cheguei a passar 7 dias distante da minha esposa e dos meus filhos, mas agora tem uma maior flexibilidade e a gente está tendo mais um pouquinho de contato” encerrou.

Emanuelle disse que como ACS, não atua muito na linha de frente, mas precisa realizar visitas na sua área e levar informações aos moradores. “Eu como sou Agente de Saúde não trabalho tanto na linha de frente, a minha função maior é levar informação para as pessoas da minha área. Eu sou agente no bairro Alto de Adão, faço visitas e tenho contato com alguns, não com todos, pois graças a Deus, as pessoas da minha área estão realmente isoladas. Eu vou fazer a visita, eles nem abrem a porta, mas informam que está tudo bem. Graças a Deus, a minha área está tranquila” relatou.

Para adaptar-se à nova realidade e pensando na saúde dos moradores, ela começou a usar o aplicativo whatsapp como uma ferramenta aliada ao trabalho. “Na minha área a maioria das pessoas são idosas, que são grupo de risco, então eu procuro o mínimo possível estar em contato com eles. Então, eu criei um grupo no whatsapp com o pessoal da minha área, que é por onde eu estou trabalhando, colocando informações, marcando consultas com o médico. Quando tem algum deles que faz uso de medicação contínua e precisa trocar receita ou pegar o remédio, eu faço isso para eles e entrego, mas sempre prevenindo, usando máscara e orientando eles também a ficar dentro de casa e se precisar sair, usar máscara” falou.

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Com relação ao trabalho do esposo, ela conta que fica aflita sempre que ele precisa atuar em na abordagem de ônibus. “Quando ele me comunica que vai para as barreiras, eu fico muito aflita, eu me preocupo bastante. Essa última que teve, eu não consegui nem dormir. E toda vez que ele sai para a barreira ele fica de dois a três dias sem ver a gente. Mas como é o trabalho dele, e tem que ser feito, eu entrego a Deus e no mais ele fará” disse.

Mas, apesar de tudo, a nova realidade tem levado o casal a aproveitar mais cada momento em família. “Com essa pandemia estamos sabendo valorizar mais cada momento, eu principalmente. Estamos tendo mais tempo para os filhos e até mesmo para a gente. Já assistimos os filmes da Netflix todos (risos). Com os meninos, eu ajudo nos deveres da escola e depois a gente inventa alguma brincadeira, mas confesso que agora está complicada a questão desse isolamento, porque eles querem sair, e a gente fica sem saber o que fazer. Mas quando podemos a gente vai pra roça e lá eles podem correr e brincar” finalizou.

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