Jaicós

JAICÓS | Integrantes das equipes Bora Dotô e Galo Bike, adotam ciclismo como estilo de vida, saúde e bem-estar

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Andar de bicicleta é mais que uma atividade física, é um estilo de vida ao qual pessoas aderem para melhorar sua saúde física e mental ou até mesmo como uma atividade de lazer. O ciclismo tem conquistado o coração de pessoas em todo o país e é um esporte que tem ganhado muitos adeptos, sendo praticado de forma amadora ou profissional.

Em Jaicós, várias pessoas aderiram ao pedal, seja pelo bem-estar que o esporte proporciona, ou pelos benefícios atrelados a saúde. Atualmente a cidade conta com duas equipes de ciclismo: a Bora Dotô e Galo Bike, que conta com a participação de homens e mulheres de diferentes idades.

Os integrantes da equipe Bora Dotô, estão com planos de formar uma nova equipe, com o nome de Jaicós Bike, para dar mais destaque a cidade de origem dos atletas.

O ciclismo como estilo de vida

Paulo Silva Carvalho, 26, começou a andar de bicicleta na adolescência por diversão, mas parou quando fez 18 anos devido a sua rotina de trabalho e estudos. Em 2018 ele voltou a pedalar após assistir uma prova de MTB (Bicicleta de Montanha), o que o fez sentir vontade de andar de bicicleta novamente.

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“Voltei a pedalar, pouco a pouco. Eu já corria a pé, mas decidi voltar a pedalar de início pela questão de saúde mesmo. Devido ao período que passei estudando, fiquei muito sedentário, alimentação desregrada, sentia que aquele estilo de vida não me levaria a uma boa saúde futura, então decidi ir pedalar”, falou.

Logos após o seu retorno, Paulo foi apresentado a uma equipe de ciclismo, a Bora Dotô, e foi ainda mais incentivado a continuar praticando o esporte. Então, no ano de 2019 o ciclista investiu em uma bicicleta de maior qualidade e equipamentos para melhorar seu desempenho durante as competições.

“Em 2019 adquiri uma bike melhor e equipamentos para melhorar o desempenho no ciclismo, e atualmente com o ganho em saúde, e desempenho físico, saímos para competir em toda micro e macro região e em outros estados para competições de MTB”, ressaltou.

De acordo com Paulo, sua meta semanal é de 250 a 300km pedalados, que se dividem em 4 a 5 dias, 2 dias de treino e 1 de descanso.

“Tem semana que chegamos a pedalar 400 km. As vezes pode ocorrer imprevistos e não consiga ir, por isso coloco uma média semanal de 250km a 300km, que dá em torno de 50km por dia pedalados, mas tem dias que pedalamos 70km a 80km e outros dias até distâncias maiores, quando se tem tempo, distâncias acima de 100km que no ciclismo denominamos longões“, ressaltou.

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No total, Paulo já participou de 8 competições, a última foi em dezembro de 2020, na Picos Pro Race. Ele obteve a 10ª colocação na categoria sub-30 e relata que competir significa superar a si mesmo. “Competir é ótimo, traz uma sensação maravilhosa de colocar seu corpo e mente a prova, e conseguir se superar a cada segundo, a cada Km e pôr em prática o que você vem treinando”, disse.

Para quem quer começar a pedalar, o ciclista ressalta que no início é desconfortável, mas depois o corpo vai se adaptando. “Todo início é dolorido, é sofrido, mas nosso corpo vai se adequando, basta respeitar o processo. Seja qual for a prática esportiva, seja ciclismo, corrida, musculação, caminhada, seja qual for, comece o quanto antes. Até hoje só consegui ver benefícios, tanto na saúde física, quanto mental. O esporte tem esse poder de melhorar a nossa vida em muitos aspectos”, contou.

O ciclismo como superação

Esportes como o ciclismo têm um grande poder  de melhorar a saúde mental das pessoas. Isso porque ao praticar esse tipo de atividade é liberado o hormônio endorfina que é responsável por promover a sensação de recompensa e bem-estar, o que diminui os efeitos da ansiedade.

A jaicoense Ana Gabriella de Carvalho Oliveira, 32, integrante da equipe Bora Dotô, viu no ciclismo uma forma de lidar com suas emoções durante a doença do seu pai. Andar de bicicleta serviu como uma terapia contra a ansiedade que desenvolveu naquele momento difícil.

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“Depois de algum tempo, os sintomas do meu pai começaram a se agravar e eu desenvolvi transtorno de ansiedade. Me indicaram a procurar um psicólogo, porque eu já nem conseguia dormir mais. Devido aos problemas que eu estava passando, meu esposo me convenceu a darmos início ao pedal como ‘terapia’ e começamos a pedalar no final de junho”, relatou.

Mesmo sem pedalar frequentemente devido a rotina de cuidados com o pai, Ana Gabriella não desistiu do ciclismo pois já tinha experimentado dos benefícios do esporte para sua saúde mental. Quando saía para pedalar juntamente com seu esposo, encontrava outros ciclistas e daí surgiu a ideia de criar um grupo no WhatsApp com o nome “Vem Pedalar”.

“Meu esposo adicionou os ciclistas que tiveram interesse de fazer parte e passamos a combinar passeios em grupo e incentivar outros iniciantes como nós, além de fazermos novas amizades e já conseguimos concluir percursos que nem imaginaríamos que éramos capazes”, relatou.

A ligação com esporte vem de família. Segundo Ana Gabriella, seu pai José Calixto de Oliveira (In memoriam) foi jogador de futebol e até fundou um time juntamente com seu avô. “Fazia parte da nossa rotina irmos para a casa do meu pai todas as noites e uma certa vez resolvemos ir de bike e quando ele me viu entrando com os acessórios ele riu como eu nunca mais tinha visto, eu falei pra ele que iria me tornar ciclista, e ele fez uma cara de orgulho, afinal ele sempre foi amante do esporte, em especial o futebol”, contou.

Com a morte do pai, Ana Gabriella resolveu dar continuidade ao legado do esporte presente na família. “Um certo dia um amigo me falou que no pouco tempo que eu estava pedalando eu tinha evoluído bem e que eu deveria levar o ciclismo a sério, pois meu pai tinha sido jogador e eu tinha DNA de atleta. A partir daquele dia eu resolvi realmente levar a sério, eu já estava totalmente apaixonada pelo ciclismo, então pensei em não deixar o esporte morrer em nossa família”, falou.

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Para manter a memória do pai viva, Ana Gabriella resolveu dar continuidade a sua rotina como ciclista e com o apoio da família e amigos se inscreveu no Picos Pro Race (PPR), que é considerado o maior evento de MTB do Piauí, faltando menos de um mês para a data do evento.

“Estava um pouco apreensiva, pois eu só tinha 5 meses de pedal e seria minha primeira experiência com competição. Nos primeiros km da prova eu tive um acidente com um concorrente da categoria masculina, levei uma pancada na cabeça e fiquei com várias escoriações e hematomas pelo corpo, mas decidi tentar concluir o percurso e quando cruzei a linha de chegada fiquei surpresa quando anunciaram meu nome como 5ª colocada. Isso pra mim foi uma verdadeira prova de superação”, declarou.

De acordo com Ana Gabriella, andar de bicicleta faz parte de sua rotina e hoje é uma maneira que ela encontrou para se conectar com a natureza. “O ciclismo hoje pra mim além de terapia é uma paixão e faz parte da minha rotina! Com minha bike eu chego a lugares incríveis que muita gente nem sabe que existe. É uma forma de desconectar do mundo e se conectar com a natureza”, afirmou.

Como incentivo aos que querem iniciar no ciclismo, Ana Gabriella ressalta que as experiências vividas são recompensadoras e aconselha as pessoas a não desistirem da atividade.

“O que eu diria para as pessoas que estão começando é que no ciclismo não é fácil, no começo você pode sentir muitas dores no corpo até se adaptar ao novo tipo de atividade e até mesmo se adaptar a sua bike. Infelizmente algumas pessoas chegam a desistir antes que isso aconteça. Eu sempre falo que no ciclismo se você cansar aprenda a descansar e não a desistir. Não importa a bicicleta que você pedala, o que importa é pedalar! Em uma bike a gente se sente feliz, livre e mais saudável de corpo e alma. Com uma bike você chega a lugares que jamais iria de carro, você aprecia cada pedaço do caminho e contempla cada ponto da paisagem. É uma sensação incrível!”, ressaltou.

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O ciclismo como paixão

E por falar em paixão, outro que é apaixonado pelas experiências que andar de “bike” proporciona é o ciclista Edson Vicente de Paiva, 39, também integrante da equipe Bora Dotô. Para ele, andar de bicicleta traz paz e sossego.

“Eu sou um amante da bike, sou fanático por bicicleta, acho que não tem um cara mais apaixonado por bicicleta do que eu. A bike me traz o sossego, me traz a paz, eu fico totalmente diferente do que eu sou no dia a dia trabalhando”, expressou.

A paixão de Edson pelo ciclismo iniciou aos 18 anos, quando assistia as provas de bicicleta em Jaicós. “Antigamente na cidade de Jaicós tinha umas provas de Monark que era do Morro do Padre até a caixa de agua, era 6 km de prova e eu moleque com 18 anos, ia assistir e ficava sempre naquela vontade de participar, mas tinha medo de não aguentar o percurso, até que um dia criei coragem e fui. Eu já gostava de bicicleta aí comecei ganhar umas provas no Monark e aí foram mudando as coisas. Comecei a andar pelo mundo e vinha nos tempos das competições que era em fevereiro”, contou.

Em 2017, Edson participou de sua primeira prova de MTB. A partir daí, não parou de participar das competições nessa modalidade de ciclismo e tem ocupado boas posições na sua categoria.

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“Eu comprei a primeira MTB, me apaixonei e comecei a participar das provas e graças a Deus vou para as provas fora e se eu não quebrar a bicicleta nos percursos, sempre estou disputando as primeiras posições da minha categoria que é a Master A, dos 34 aos 40 anos”, frisou.

A respeito dos treinos, Edson conta que treina cerca de 5 dias por semana, com uma meta de 280 a 300km pedalados.

“A gente faz uma meta de treino. A minha é 280 a 300 km por semana, aí eu faço 3 dias seguidos e descanso 1, faço 2 dias e descanso o outro. Dos 7 dias da semana eu descanso 2 dias porque eu não sigo planilha do atleta que tem mais descanso, como eu gosto demais da bicicleta, eu ando mais”, disse.

Para aqueles que querem começar a praticar um esporte que trabalhe o corpo inteiro, Edson recomenda o ciclismo pelos inúmeros benefícios tanto físicos como mentais.

“Eu indico para quem quer começar andar de bicicleta que participe porque é um esporte que trabalha o corpo inteiro, trabalha a mente, os músculos, fortalece o corpo por inteiro. A mente da pessoa também é outra mente, a pessoa se fortalece. Eu recomendo muito”, destacou.

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O ciclismo como qualidade de vida

Carla Ranielle, 31, começou a pedalar em 2020 e não parou mais. Atualmente faz parte da equipe Galo Bike e já participou de duas competições, obtendo boas posições em sua categoria.

“Já participei de duas competições, conseguindo alcançar o pódio. A primeira foi aqui em Jaicós, no Desafio do Galo, onde fiquei em 2º lugar na categoria iniciante e o mais recente foi, no Picos Pro Race, maior prova de MTB do Piauí, onde fiquei em 3º lugar, na categoria light”, falou.

Segundo Carla, participar da prova foi uma experiência desafiadora, exigia bastante preparo. “Foi uma experiência incrível, apesar de todas os desafios. Sem muito tempo para focar nos treinos, conseguir participar e chegar entre os primeiros colocados foi incrível. A prova requer muito preparo, participar de uma competição é viver o verdadeiro espírito do Mountain Bike. As provas de MTB são pedais desafiadores e testam os limites físicos e mentais de seus competidores”, relatou.

Para melhorar seu condicionamento físico, Carla conta que anda de bicicleta de 3 a 4 dias por semana e a cada 15 dias faz os pedais longos, que têm em média de 70 a 80 km. Segundo ela, pedalar traz vários benefícios.

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“Emagrece, melhora o tônus muscular, proporciona bem-estar, aumenta o fôlego, não prejudica as articulações, reduz o colesterol, ajuda a prevenir e controlar o diabetes e controla a pressão arterial”, enfatizou.

E para quem é aspirante a ciclista, Carla aconselha começar logo a pedalar. “Comece já a pedalar, andar de bike é apaixonante e dificilmente quem começa a pedalar sente vontade de largar esse esporte. O hábito de pedalar proporciona diversos benefícios à saúde, tanto corporal como mental, nos proporciona amizades e nos mantém saudáveis e muito felizes”, finalizou.

 

Por Tainara Sousa | Cidades na Net

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