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Jaicós

JAICÓS | Professores da rede estadual protestam por reajuste salarial e melhorias na educação

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Desvalorização dos profissionais, não concessão de reajuste salarial, problemas com o transporte escolar e estrutura das unidades de ensino. Esses são apenas alguns dos problemas enfrentados na Educação do Estado do Piauí e que formam uma realidade vivida há bastante tempo.

Em um esforço constante para que esse cenário possa mudar, professores e servidores da rede estadual lutam através das greves, manifestações e tentativas de diálogo com os “representantes do povo”.

No município de Jaicós, os professores também integram essa luta. Como parte das ações em busca de melhorias, trabalhadores em educação, que compõem a Rede Estadual de Ensino, no município de Jaicós, realizaram na manhã desta segunda-feira (09), uma manifestação.

No ato, organizado através do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE), Núcleo Regional de Jaicós, foi realizada uma passeata. Partindo da sede do sindicato, os servidores percorreram a principal avenida da cidade, Engenheiro Ribeiro Gonçalves.

Com cartazes e faixas, os participantes expuseram algumas de suas reivindicações, como a valorização dos aposentados, reajuste do piso, realização de concurso e destinação dos recursos do FUNDEB para a educação.

A caminhada foi encerrada na praça Getúlio Vargas, Centro da cidade, onde a presidente do SINTE fez um pronunciamento e o professor Ednilson Freitas realizou a leitura de uma carta que apresenta dez motivos para a greve na educação.

Entre as razões para a greve elencadas na carta, estão o travamento das mudanças de classe e nível, necessidade de implementação do reenquadramento dos administrativos, sucateamento do transporte escolar, melhores condições de trabalho e o diálogo do governador Wellington Dias com a categoria.

Em uma das principais demandas, a categoria pede que o reajuste de 4,17% para o ano de 2019 e de 12,84%, para 2020, que ainda não foi concedido, inclua também os aposentados.

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A presidente do SINTE regional de Jaicós, Maria Fatanilde Alves de Carvalho, em entrevista, falou que a classe reivindica valorização. “Hoje estamos em uma luta firme que a gente vem realizando pela valorização dos professores, dos servidores, funcionários de escola. Não lutamos só por reajuste salarial, mas pela valorização da classe, englobando plano de carreira, condições de trabalho e reajuste do piso” destacou.

Ela ainda disse que a greve é inevitável, devido as diversas melhorias que precisam ser efetuadas na educação. “A greve que está acontecendo no estado é inevitável, pois a mudança de classe e nível não acontece, aposentadoria não sai, reajuste não é concedido, há muitas escolas em condições precárias. E somente com organização e luta poderemos alcançar alguma coisa. A situação é lamentável, nem oposição não temos mais porque o trabalho do governador foi unificar partidos nos municípios, e isso faz com que a gente perca força. Mas nós vamos à luta e o importante é fazermos a diferença” disse.

Osmar Sousa, que atua na escola Professor Mariano, explicou que o governo não concedeu os reajustes salarias, que são garantidos por lei aos professores. “Estamos nessa luta porque o Governo do Estado não nos concedeu o reajuste referente ao ano de 2019, no valor de 4,17%, ele apenas concedeu em forma de auxilio alimentação, que não é o que a lei nos garante. E com relação aos inativos ele não deu nenhum reajuste referente a 2019 e agora no ano de 2020 nós temos o direito ao reajuste de 12,84%, que ele não quer nos conceder. Está prometendo para o mês de abril, se o estado sair do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Osmar, que trabalha há cerca de 20 anos como educador, destacou que muitos outros pontos também precisam ser melhorados na educação do Estado. “Muitos outros aspectos precisam ser melhorados na nossa educação. O governo não nos concede licença prêmio, está tendo uma grande dificuldade com relação a aposentadoria, pois há uma demora muito grande para conceder esse direito do trabalhador. Temos a situação das nossas escolas que estão muito precárias e outra questão gritante é com relação a merenda escolar e o transporte também deixa muito a desejar” disse.

A professora inativa Margarete Carvalho, veio da cidade de Padre Marcos para participar do ato. “Acho que é importante estarmos unidos nessa hora, pois o que está acontecendo é gritante, não só pelo salário ou pelo reajuste que ele não vem dando aos inativos que já trabalharam tanto, mas pelo fato também de as escolas estarem sucateadas. Estou fora da sala de aula, mas continuo acompanhando e não vejo desenvolvimento” destacou.

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Ela ainda disse que a classe necessita de união na luta pelos seus direitos. “A nossa classe é desunida, se tivéssemos união conquistaríamos mais coisas. Na minha cidade mesmo avisei a todo mundo, mas apenas eu e a colega Luiza vinhemos. O certo é que a gente venha articular e levantar essa bandeira da nossa classe, porque entre outras coisas, nós podemos ficar com apenas um salário mínimo, e aí, como vamos fazer?. É muito injusto da parte dos nossos governantes” falou.

Greve na capital e interior 

Os trabalhadores da educação básica do Piauí, estão em greve desde o dia 10 de fevereiro. Na Regional de Picos, o movimento grevista segue fortalecido e 16 escolas estão com as atividades paralisadas.

Os avanços em direção a um acordo são quase inexistentes.  No dia 3 de março foi realizada uma reunião entre o SINTE e os representantes do governo, na Secretária de Educação, mas sem resultados.

Segundo o SINTE, “a posição dos representantes do governo foi a mesma que o governador vem mantendo, de não avançar em nenhum dos pontos da categoria. O secretário de educação, Ellen Gera pediu que os grevistas retornem às atividades, pois o governo já vai pagar os 4,17% de 2019, se sair da Lei de Responsabilidade Fiscal. E acrescentou que o reajuste de 2020 não tem proposta”.

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No dia seguinte, a quarta-feira (04), professores iniciaram um acampamento em frente ao Palácio de Karnak, sede do governo do Estado, em uma tentativa de forçar um diálogo com o governador sobre a greve da categoria, que já dura quase um mês.

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