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Clicks do Mês

Projeto Clicks do Mês conta mais uma história na cidade de Jaicós; Veja o ensaio de maio!

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A centenária cidade de Jaicós mais uma vez nos permite contar uma bela história, através do nosso projeto “Clicks do Mês”. O ensaio deste mês de maio foi realizado na cidade, no último sábado (25). As fotos foram feitas na praça Getúlio Vargas e em frente a Igreja Matriz.

A história registrada desta vez é a de Verônica Gerônima da Silva, 50 anos, nascida na localidade Caldeirãozinho, à época, município de Jaicós. Ela é muito conhecida e querida na cidade e prontamente e com alegria aceitou participar do projeto e contar sua história.

Aos 8 anos de idade Verônica teve paralisia infantil e até hoje carrega as sequelas. “Meu problema foi paralisia, tinha 8 anos quando aconteceu. Mas ainda cheguei a andar, trabalhar, ir para as roças com minhas tinhas “panhar” feijão.  As crianças de antigamente eram interessadas, eu ia para fonte com minhas tias lavar roupa, colocava água para elas com uma lata de óleo. Ainda andei com minhas pernas, graças a Deus, lembro até do chinelo que eu calçava” contou.

Verônica contou que no início não conseguia movimentar as pernas de maneira alguma. “Minha mãe me levou no médico e ele descobriu. No início foi uma paralisia que eu não mexia com as pernas, elas ficaram totalmente paradas. Mas depois o médico ensinou minha mãe a colocar umas compressas com água morna nas minhas pernas à noite, aí mãe começou a fazer e graças a Deus consegui mexer os pés e comecei a andar arrastando como ando hoje. Eu ia ficar em uma situação que ou ia morrer ou ficar parada sem nem engatinhar, mas graças a Deus e através do que o médico passou para minha mãe aí deu para mim ficar me movimentando assim” disse.

Ela disse que por conta da deficiência, quase não saia de casa. “Antigamente a vida dos jovens não era como hoje, que tem oportunidade, pode sair, se divertir, ninguém tinha isso. Eu quase não saia de casa, fiquei com deficiência com 8 anos de idade e só saia de casa quando minha mãe me levava em uma missa, uma novena, raramente em uma festa. Ficava mais em casa mesmo com meus pais e irmãos de criação”.

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Hoje, mãe de um rapaz de 17 anos, ela sozinha cuida da casa, mas conta que é grande o cansaço. “E hoje quem faz tudo em casa sou eu, cozinho, limpo a casa, lava louça, roupa, faço tudo. Mas hoje já me sinto cansada, porque já trabalhei muito. Desde cedo sempre trabalhando, não para fora, mas em casa. Tem dia que faço, outro não, não dá mais para fazer tanta coisa como antigamente. Estou com um problema de coluna e roupa mesmo para lavar é uma dificuldade, quando lavo passo mal sentindo a coluna. Só não pago uma pessoa para lavar porque o dinheiro não dá. Para cozinhar, lavar louça eu tenho que colocar uma cadeira para subir, cansa muito”.

Demostrando ser uma mãe forte e destemida, Verônica conta que criou o filho sozinha, mas nunca deixou algo faltar. “Tive meu filho com 33 anos. O pai dele nunca deu nem uma cueca, não quer nem que diga que é o pai. Ele é registrado como mãe solteira. Graças a Deus eu recebia meu dinheiro e comparava as coisas para ele, como ainda hoje compro. Ele foi criado por mim mesmo, ninguém deu nenhuma força para cuidar dele não, a força foi só de Deus e do meu salário, mas também nunca deixei faltar nada para ele” falou.

Sonhadora e de uma enorme fé, Verônica almeja conseguir sua casa própria e uma cadeira motorizada. “Tenho vontade de realizar meus sonhos. O que tenho vontade de possuir é uma cadeira de rodas motorizada para que eu possa resolver minhas coisas sem depender de ninguém, minha casa de morada que nunca tive, moro de aluguel. E só um salário tem mês que não dá nem para pagar as despesas de casa.  E também queria ajeitar meus dentes” disse.

Ela fez um apelo para aqueles que puderem ajudar e lamentou o fato de muitas pessoas que precisam não serem beneficiadas com casas através de programas do governo. “Gostaria que as pessoas que tivessem a boa vontade lutasse, me ajudasse a correr atrás de um desses benefícios para mim. Minha cadeira de roda já vou encaminhar, agora o mais difícil é a casa. Essas casas que vem do Governo, acho que pessoas com deficiência como eu e outras que precisam mais eles deviam considerar em primeiro lugar. Mas infelizmente, dão casa a pessoas que já tem e para mim isso não é certo, pois tem muitas pessoas que não tem sua própria casa para morar. Para mim até um terreno já ajudava” falou.

Ela disse que depender das pessoas é muito difícil, por isso quer realizar esses sonhos. “Eu posso dizer para você que se eu adquirir minha casa, minha cadeira motorizada, posso dizer que adquiri minha vida, minhas pernas. Porque você viver dependendo dos outros não é vida. Para todo lugar que vou, qualquer coisa que for resolver tem que chamar um moto táxi e adquirindo minha cadeira não vou mais depender de ninguém. Também queria adquirir minha casa. Meus sonhos são esses, se Deus abençoar que eu realize pronto, não peço mais nada a ninguém. Eu nem gosto de pedir, só peço no último recurso” disse.

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 A dona de casa disse que o salário que recebe não tem sido suficiente e que ter uma casa própria ajudaria a diminuir as despesas. “E aqui sempre morei de aluguel, quando fiquei maior de idade resolvi morar sozinha, porque foi também o tempo que meu avô morreu e ficou só eu e minha mãe no interior, aí resolvi morar só. Tinha vontade de estudar, ainda estudei até a 3ª série depois que cheguei aqui, mas tudo por esforço meu mesmo, ninguém nunca fez nada por mim, tudo era ideia minha.  Me aposentei já com a idade de trinta e poucos anos, comecei a receber meu dinheiro e viver minha vida só. Mas o que digo é que um salário não está dando para pagar minhas despesas. O que quero mesmo é minha própria casa, para facilitar mais minha vida nas despesas” disse.

Por fim, Verônica falou sobre uns tapetes que ela mesma produz e contou que a mãe a ensinou a costurar. “Os tapetes eu aprendi a fazer sozinha, faço só para casa mesmo. O que minha mãe me ensinou foi a costurar, colocar remendo, porque antigamente as pessoas usavam muitas roupas remendadas. Minha mãe me ensinou e eu aprendi. E o tapete e as xuxas fui eu mesma quem aprendi. Só não faço mais coisa assim porque o tempo é pouco” contou.


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Confira o ensaio do Clicks de maio:

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