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Após professores serem impedidos de falar, sessão da Câmara de Monsenhor Hipólito termina em tumulto; Sindicato emite nota de repúdio

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A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Monsenhor Hipólito, realizada nesta sexta-feira (26), foi marcada por exaltações e bate boca por parte dos parlamentares.

Participaram da sessão os nove vereadores, sendo cinco da bancada governista: Manoel Bento Filho, Mariano Gomes Vidal, Valtanha da Silva Rocha, Clemilson da Silva Bezerra e Maria Doracelma Bezerra Policarpo (presidente da Câmara). Os parlamentares que representam a oposição, são: Fabio Bezerra Alves, Ulisses de Sá Bezerra, Edson de Moura Bezerra e Antônio Lino Pereira de Oliveira – o Lino da 020.

Na sessão representantes do Sindicato do Servidores Públicos do município estiveram presentes e fizeram um pedido para apresentação de um requerimento referente aos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).

De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Monsenhor Hipólito, Lidiane Alencar, a instituição, através da vice-presidente representando na Câmara, ia fazer um pedido de apoio aos vereadores que, quando o prefeito enviasse o projeto de lei à Casa para o pagamento do abono, que não votassem imediatamente sem análise do sindicato – categoria.

A presidente declarou que o prefeito Djalma Policarpo “quer dar apenas um abono e nós sabemos que tem muito mais”.

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Lidiane frisou. “Queríamos pedir o apoio deles [vereadores] para que não votassem imediatamente, mas que pudéssemos analisar”, esclareceu. “Nossa intenção é fazer com que a divisão seja feita da forma correta e não simplesmente da forma como querem fazer”.

A presidente do sindicato relatou que durante a sessão, a categoria foi impedida de falar e que a leitura do documento foi feita pelo vereador Fábio Bezerra (PSD) que integra a bancada de oposição e que deu voz à classe.

Lidiane acrescentou ainda que a vereadora Doracelma, presidente da Câmara Municipal de Monsenhor Hipólito, tinha alegado que o sindicato estava sendo oportunista.

“Quando o vereador de oposição leu o pronunciamento da gente, já que não deixaram ler, daí começou o tumulto. Eles viram que ela não conseguia controlar, se levantaram, e os professores que estavam saíram todos da sessão”, contou a presidente do Sindicato.

LEITURA DO DOCUMENTO SOBRE O FUNDEB

No pronunciamento do vereador Fábio Bezerra, em defesa dos professores, ele enfatizou. “Vocês do sindicato, professoras, representantes, estão aqui com o total objetivo de se expressar, porém não puderam se expressar porque a presidente desta casa não concedeu a palavra à vocês”, disse.

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“Como querem ofuscar a voz de vocês eu irei utilizar o meu tempo para fazer o pronunciamento de vocês, falar por vocês porque os demais vereadores já falaram”, continuou o parlamentar fazendo a leitura do documento que trata de valores, reajustes entre outros trâmites.

O documento lido pelo parlamentar, destaca que o Sindicato contabilizou a folha de pagamento do FUNDEB/ 2021, tendo como fonte o Portal da Transparência, haja vista não ter recebido resposta dos ofícios enviados à gestão, e baseados na folha de pagamento de 2020, uma vez que os salários permanecem congelados no ano em curso.

O FUNDEB tinha previsão de entrada para 2021 em R$ 6.201.920,67 e até esta sexta-feira (26) entrou o montante de R$ 6.782.029,15 tendo como fonte o Banco do Brasil, ultrapassando o valor previsto e observando que ainda falta o mês de dezembro.

Após o pronunciamento do vereador Fábio Bezerra, o parlamentar de situação Mário Michelin colocou assuntos de gestão passada e por conta disso precisou da interferência, sem sucesso, da mesa diretora, por várias vezes, ocasião em que os ânimos foram se acirrando.

BATE BOCA NA SESSÃO

Em um vídeo, gravado durante a sessão, parlamentares aparecem em bate boca. Na ocasião a presidente da Câmara, vereadora Doracelma Policarpo diz que “não me troco por nenhum que tem aqui […] agora respeito aqui tem que ter”.

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A parlamentar continua e esbraveja. “Vocês não se conformam que quem está agora na situação somos nós”, esbravejou.

VEJA O VÍDEO

O Sindicato se manifestou e emitiu uma nota de repúdio após a postura de vereadores que impediram o uso da palavra pela classe.

NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Monsenhor Hipólito, vem através desta nota repudiar a atitude da Presidente da Câmara Municipal – a senhora Doracelma Policarpo, por não fazer valer o artigo 5°, inciso XXXIV o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade de poder e IMPEDE a manifestação deste ente na sessão da Câmara do dia de hoje – 26/11/2021.
O desrespeito, o partidarismo político não deveriam estar atrelados a casa do povo onde a democracia o respeito e principalmente o valor aos profissionais municipais deveriam ser tratados de maneira coerente e sensata.
Sem mais, esperamos um pedido de desculpas e de retratação por parte da atual presidente da Câmara para com os profissionais da educação.

O OUTRO LADO

Procurada pela reportagem do Cidades na Net, a vereadora Doracelma Policarpo, presidente da Casa, esclareceu que apresentação do requerimento não obedeceu o Regimento Interno que determina deve ser levado ao conhecimento 48 horas antes da sessão.

“Quando a gente quer representação a presidente tem que saber o que está acontecendo e o regimento da Casa me ampara no artigo. Eles apresentaram o requerimento lá e não foi entregue nem para mim que sou a presidente. Entregaram para qualquer pessoa lá e então eu não coloquei na pauta. Eu recebo os requerimentos 48 horas antes para analisar”, disse.

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Doracelma referindo-se aos vereadores de oposição disse que foi desacatada.

“O que houve ontem foi um desacato a mim, presidente da Câmara que no plenário é autoridade máxima, e eles não obedeceram nenhum princípio da moral e da ética. Bateram em mesa, pegaram em mesa para virar e se retiram da sala. Fui até ameaçada porque disse que eu não era nada. Tenho a competência para conter o que acontecer no plenário e não fui atendida. Quem fez a baderna dentro do plenário foram eles. Não foi eu não […] os professores ficaram jogando piada para mim que sou a presidente […] quem me conhece sabe da minha moral e da minha ética porque ontem o que eles fizeram era pra mim ter chamado a Polícia e a polícia vai estar lá agora todos os dias das sessões porque quatro vereadores da oposição querem mandar mais do que a presidente da Casa. Eles mesmo chamam o povo, eles mesmo levam o povo sem eu ter nem o conhecimento do que estão fazendo. Acredito que quando a gente vai fazer uma sessão a gente tem que ter a pauta e a ordem do dia […] de repente cheguei, fiquei surpresa com a câmara cheia”, relatou.

Doracelma disse que fora aprovada uma lei que retirou os 60% dos professores e agora não tem mais o amparo dessa lei. “Na gestão passada foi tirado 15% da gratificação deles e eles não fizeram essa baderna que eles fizeram ontem na Câmara. Eu trabalho dentro do Regime Interno da Casa”, concluiu a presidente da Câmara de Vereadores de Monsenhor Hipólito.

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