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OEIRAS | Em assembleia, estudantes reclamam de falta de transporte e estrutura da UESPI; mobilização é decretada por uma semana

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Foi inaugurado recentemente em Oeiras (dia 23 de janeiro de 2022) a nova sede do campus Professor Possidônio Queiroz da Universidade Estadual do Piauí, a obra já era esperada com muita ansiedade pela comunidade acadêmica que contava com uma estrutura antiga localizada no bairro Centro e que não oferecia uma estrutura adequada aos estudantes e servidores da instituição.

Antiga sede da UESPI em Oeiras

Entretanto, a aquisição do novo prédio não foi suficiente para cessar a luta dos alunos. O campus agora está localizado no bairro Parque Leste, distante 3,6 quilômetros do antigo prédio e com uma estimativa média de 45 minutos de caminhada para chegar até lá. Os estudantes reclamam que não há a possibilidade de fazerem este deslocamento tendo em vista que Oeiras não possui transporte coletivo municipal e que a UESPI não deu nenhuma alternativa.

“É situação insalubre, principalmente para mulheres, pessoas com deficiência e minorias sociais em geral porque é um lugar afastado, com pouca iluminação tornando-se perigoso e suscetível à criminalidade. Nós sentimos a UESPI completamente apática com a situação porque literalmente lavaram as mãos. O diretor em conversa com integrantes do DCE falou que isso não era problema da UESPI e que nós deveríamos buscar alternativas”. O relato é da pedagoga e membro da diretoria do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Campus Professor Possidônio Queiroz, Letícia Souza.     

Estudante Letícia Souza

Em virtude da insatisfação do alunado, foi realizada na manhã de hoje (08) uma assembleia geral dos estudantes de maneira virtual. A assembleia contou com a participação de cerca de 100 alunos, entre veteranos e calouros. Por maioria, o DCE aprovou uma semana de mobilização no campus.

“Decidimos votar por uma semana de paralização e mobilização que seria uma greve, mas em uma semana só e ao final dessa semana de paralização fazer uma nova assembleia geral e decidir se a gente fica ou permanece”, explica Letícia.

Registro da assembleia virtual

O que a diretoria diz? 

O diretor do campus Professor Possidônio Queiroz, Harlon Homem informou que participou da assembleia e que apoia a causa. “Dou total apoio na condição de diretor e professor efetivo da instituição, é uma luta legítima porque a gente sabe a dificuldade que é para os pedestres se locomoverem em Oeiras”.

De acordo com Harlon, desde a chegada do novo prédio o transporte foi uma preocupação da direção e que algumas ações foram tentadas.

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“Nós encaminhamos um ofício ao presidente da câmara de vereadores solicitando uma audiência pública porque o transporte coletivo municipal é responsabilidade do município conforme o artigo 30, não estamos tratando de transporte escolar para educação superior, é transporte público coletivo municipal. A gente não recebeu ainda resposta dessa audiência pública, até conversei com alguns vereadores sobre isso e foi dito que seria marcada a audiência.”

Nova sede da UESPI em Oeiras

Outro apelo do diretor foi através da 8ª Gerência Regional de Ensino com os ônibus da rede estadual, mas Harlon disse que legalmente não seria possível porque o transporte é de exclusividade dos alunos de ensino médio.

“Outra maneira que a gente tentou foi através de transporte alternativo, mas aqui não tem associação de transporte coletivo nem empresa de ônibus. E realmente é inviável o acesso à BR a noite para ir e voltar a pé, mas precisamos encontrar uma solução”.

O diretor ainda afirmou que tentou contato com a governadora Regina Sousa e com o coordenador regional do ProPiauí no território Vale do Canindé, Gilmar Fontes e aguarda respostas.

Em relação ao transporte, a assessoria da Prefeitura Municipal de Oeiras nos informou que já foi marcada uma reunião com a chefe de gabinete do prefeito Zé Raimundo para a próxima segunda-feira (11) para que seja definida uma data para uma reunião entre o gestor e os alunos.

Falta da cantina e de estrutura:

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As reclamações não se resumiram apenas à falta de transporte, os uespianos alegam que a inauguração foi precipitada porque a estrutura nova não será capaz de receber os alunos para as aulas presenciais previstas para o próximo dia 18 de abril, isto porque segundo eles, a cantina não funciona e não há nenhuma outra opção de restaurante próximo a UESPI.

“O projeto da UESPI de Oeiras não dispõe de um restaurante universitário, acredito que nenhum conte. Temos apenas uma lanchonete e não tem ninguém trabalhando lá e não temos notícias de quando ela irá funcionar, então é um campus que não tem comida ali nas adjacências porque é um bairro afastado, só tem um posto que fica há 20 minutos de caminhada na BR sem calçada”, reclama a estudante Letícia.

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Diretor Harlon Homem

Quando perguntado sobre a cantina, Harlon disse que: “em janeiro foi encaminhado para o setor responsável da UESPI um termo de referência para a abertura do edital para a sessão onerosa para o ponto de lanchonete aqui do campus, acabou atrasando, mas o termo de referência já está quase pronto e a gente acredita que próxima semana o edital será lançado e esperar que algum concessionário venha e ocupe a cantina”.

Outra reclamação pertinente é no que diz respeito à estrutura da instituição. “Não tem mobília suficiente, a UESPI orçou um monte de coisas, mas essas mobílias nunca chegaram e tudo que tem lá dentro do campus é coisa velha que retiraram do antigo campus. Não tem ar condicionados suficientes, metade do setor tem e a outra não tem; não tem livros na biblioteca; o auditório é inexistente; não tem laboratórios”, pontua Letícia.

O diretor rebate. “As catorze salas de aula estão recebendo ar condicionado; tem carteiras para todas as turmas que irão funcionar no semestre 2021.2, que são sete turmas divididas entre manhã, tarde e noite. As sete salas têm mobília; quadro; pincel; apagador; energia, então as atividades de ensino estão garantidas. Temos internet a cabo no campus inteiro, inclusive com roteadores em alguns pontos. Tem caixa de som, impressora, papel. A mobília da biblioteca ainda está em trâmite, entretanto o empréstimo e devolução de livros irá funcionar e iremos utilizar uma sala para os estudos. O auditório está sem ar condicionado, mas nós ainda estamos num processo de adaptação”.

Na próxima semana o DCE deverá publicar o calendário com as atividades de mobilização, a previsão é que tenha manifestações pelas ruas da cidade.

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Por Sheron Weide

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