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Reportagem da TV Clube mostra sofrimento de moradores de Padre Marcos com a falta de água e perda da colheita
A reportagem da TV Clube, esteve em Padre Marcos, onde os repórteres Antônio Rocha e Sávio Magalhães, mostraram os problemas enfrentados pela população com falta de água. A reportagem foi exibida neste domingo, 23, durante o programa Club Rural.
No município de Padre Marcos, localizado no semiárido piauiense, a população da zona urbana de sofre com a falta de água potável para o consumo, e na zona rural a água que abastece as cisternas está com os dias contados. Além disso, as chuvas registradas nos primeiros meses do ano, não foram suficientes para garantir a colheita e parte da produção foi perdida.
No interior do Piauí, a água potável é um bem cada vez mais mais raro e caro. Em Padre Marcos a 392 km da Capital Teresina, a população de quase 7 mil habitantes compra água para beber e cozinhar.
O morador Vitalino Francisco da Silva, aproveita a água da chuva para armazenar em tambores, e quando a água acaba, o agricultor passa a comprar de pipeiros. “A gente paga R$ 12 reais para cozinhar e R$ 25 para beber”, relatou ele à reportagem da TV Clube.
O município é abastecido pela barragem do Estrito, localizadas em Francisco Macedo, mas a água que sai da torneira é imprópria para o consumo humano. Segundo a agricultora Maria da Conceição Silva, a água que vem do Estreito é salgada e não serve para cozinhar e nem beber, apenas para tomar banho, limpar a casa e lavar a louça.
A reportagem seguiu a até a zona rural do município para ver como funciona o abastecimento de água rural, onde as cisternas já fazem parte da paisagem e são o principal reservatório de água potável. Na localidade, Curral Velho, localizado a 15 km de Padre Marcos, residem 60 famílias e todas dependem da água das cisternas, que, felizmente, nesse período estão abastecidas com água da chuva.
“Por enquanto, estamos usando a água da chuva, quando acaba a gente precisa fazer um esforço para comprar”, explicou a dona de casa, Marli Macedo, que reside na referida comunidade rural.
O período chuvoso até deu uma aliviada para quem está acostumado a comprar a água, mas para agricultura as chuvas registradas não foram suficientes para garantir a produção. Nos últimos quatro anos os agricultores da região vem tendo prejuízos com a plantação de milho e feijão. Para tentar mudar essa realidade, esse ano, eles resolveram plantar algodão, só que a falta de chuva, aliada a praga do bicudo, mais uma vez trouxe prejuízos para o homem do campo.
Com tanta dificuldade para produzir, o sentimento de desânimo, toma conta dos agricultores. “Tem pessoas que já até abandonaram as propriedades, plantar para que? Se não tem inverno para o legume se criar, a gente esmorece mesmo”, lamentou o agricultor, Nilo Luiz de Carvalho, que frisou que a sua produção não cobriu nem as despesas que teve para plantar.
Para o agricultor, Geraldo Libânio Macedo, a despesas foram ainda maiores, ele inicialmente plantou algodão, mas não nasceu, então resolveu plantar o milho que, também, não deu certo. Nos dois casos, faltou uma coisa, a chuva. “O problema é a chuva que não tem. Chove e o milho nasce, mas no mês de segurar não teve chuva, ai perdi”, relatou Geraldo.
Nos últimos anos, essa tem sido a dura realidade do sertanejo, que planta, mas não consegue colher, e para piorar anda mais a situação, a dois anos ninguém recebe o Seguro Safra no município.
Gracilene Carvalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Padre Marcos disse que o boleto é pago pela agricultores, mas o governo não paga a contrapartida. ” O agricultor de Padre Marcos deveria receber o seguro safra, por conta da situação que passam, eles conseguem sobreviver se tiver o inverno para plantar e colheram, se o homem do campo perde a safra como ele vai sobreviver”, questionou a presidente em entrevista à TV Cube.
De acordo com a reportagem, em nota, a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar, já começou o pagamento do Fundo do Garantia Safra referente ao período 2017\2018 na região ao qual faz parte o município de Padre Marcos. Ainda segundo a nota, apesar da atual conjuntura econômica, o governo do estado vem mantendo o compromisso firmado com a Coordenação Nacional do Fundo Garantia Safra.