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“Patos viveu momentos que relembrou o cangaço” diz prefeito Agenilson sobre episódios de perseguição a candidatos

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O atual gestor do município de Patos do Piauí, Agenilson Teixeira Dias, se pronunciou sobre os recentes episódios de perseguição a candidatos ocorridos no município nos últimos dias, na campanha eleitoral. Em entrevista ao Cidades na Net, ele lamentou a situação e disse que os fatos ocorridos causaram grande preocupação.

“Na outra semana nós tivemos momentos aqui muito tensos e isso me causou uma preocupação muito grande, tanto por ser um cidadão patoense, e também como gestor, pois jamais esperava que isso fosse acontecer na nossa cidade. Correligionários do grupo adversário montaram uma barraca na localidade Pintada e lá nessa barraca e nas intermediações, eles faziam bloqueios e não deixavam nenhum adversário passar” relatou.

Agenilson disse que ao tomar conhecimento das práticas, fez contato imediato com o comandante geral da PM solicitando apoio. “Logo que tomei conhecimento dessas barreiras eu entrei em contato com o comandante geral da PM, o Coronel Lindormar, relatei os fatos para ele, demonstrei a minha preocupação, e ele disse ‘Agenilson, vou mandar um oficial para Patos da minha inteira confiança. Um cara disciplinado, que vai agir de forma imparcial, no sentido único de reestabelecer a ordem aí’.  E assim ele fez. Ele mandou o capitão Sérgio, que é da RONE, e outros militares” disse.

Vista aérea parcial da cidade de Patos do Piauí

Para o gestor, Patos viveu momentos que relembrou o cangaço. “Patos viveu momentos que relembrou o cangaço, coisas que a gente nunca imaginava que aconteceria. Em outras campanhas teve? Sim, sempre teve essas coisas, mas era algo mais leve, que não causava essa preocupação, muito menos o risco que teve agora”.

O prefeito relatou que em um dos episódios mais graves, um cidadão teve que avançar com o carro para conseguir passar. “Os pontos mais graves foram dois. Um foi nesse acampamento, quando um rapaz ia na D20, chegando lá bloquearam a passagem dele. O rapaz pediu para deixarem ele passar, mas disseram ‘aqui ninguém vai, nem vem’. Então o rapaz começou a ficar nervoso e acelerou o carro para passar, porque ele ficou com medo, pois não sabia o que podiam fazer com ele. Então eles pularam da moto, o rapaz passou e parece que ainda pegou um pouquinho em cada moto. Mas se eles não pulam, talvez tivesse passado por cima dos dois”.

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Agenilson disse que o candidato a vice-prefeito da situação, mesmo após ter solicitado ajuda da polícia, foi perseguido por motoqueiros. “Tudo isso estava acontecendo por conta da perseguição. O cidadão sai de casa e tinha 20 motoqueiros na porta esperando ele sair. E você via aqui crime de terror. Lá nesse dia o candidato a vice foi passar nessa barraca e não deixaram, então ele retornou e ligou para a polícia pedindo ajuda. A polícia foi lá, e como não sabia onde era o ponto do acampamento, pediu que ele fosse mostrar. Ele foi e foram mais 4 pessoas dando suporte para ele, já com medo. Pedim só foi mostrar e retornou, mas quando voltou tinha um rapaz numa D20 e mais de 20 motos acompanhando ele e gritando ‘chama a polícia agora’, desafiando a própria justiça”.

De acordo com o prefeito, foram feitos vídeos dessas ações e encaminhados às autoridades competentes.

Após os episódios, a ação da PM para reestabelecer a ordem, houveram questionamentos do grupo da oposição, o que resultou na saída do capitão Sérgio, que foi substituído por outro oficial, o capitão Nery. “O capitão Sérgio disse que em mais de 20 anos de polícia, ele nunca tinha visto um negócio desse em cidade nenhuma do Piauí. Teve a reunião com a promotora e ela determinou que fosse desmontado o acampamento. O capitão foi, pediu para o pessoal desmontar e eles desmontaram. Mas chegando todos juntos aqui na delegacia, o grupo adversário ficou pressionando porque ele tinha feito aquilo. Acho que por conta do capitão não ceder, pessoas escutaram que eles disseram que iam trocar o capitão”.

O prefeito lamentou a troca do capitão, que segundo ele, estava cumprindo com a função, mas que espera que o clima siga tranquilo a partir de agora. “O capitão Sérgio veio e estava cumprindo a missão. Nos últimos dois dias nós tivemos uma tranquilidade, que é o que a gente espera que ocorra até o final do pleito, que tenha as eleições tranquilas, e que vença o melhor. No momento o clima está tranquilo e a gente espera que seja assim até o final do pleito”.

Na última terça-feira (10), foi realizada uma reunião com os representantes dos dois grupos, onde, segundo o prefeito, foi firmado uma acordo para que não haja mais perseguições.  “Tivemos uma reunião com o comandante de Jaicós, com o capitão que assumiu o comando aqui, que é o Capitão Nery, e pessoas dos dois grupos. Foi relatado tudo que vinha acontecendo e firmou-se um acordo que não teria mais nenhum tipo de perseguição. E esse acordo sendo mantido dos dois lados, vai dar a tranquilidade e segurança que o pleito precisa” disse.

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Por fim, Agenilson Dias disse que a política deve ser voltada para propostas, e que ameaças não levam a nada. “Eu acho que as eleições tem que ser discutidas no campo das ideias, das propostas, e você tentar conquistar o voto do eleitor nesse ponto, e não com ameaças, mentiras, pressão, porque acho que isso não leva a nada. A política deve ser dessa forma, dando liberdade aos candidatos de visitar todos os eleitores, independente de ser do seu lado ou do adversário, e nunca com perseguição”.

Nesta quarta-feira (11), o Ministério Público Eleitoral, através da promotora de Justiça, Karine Araruna Xavier, da 19ª zona Eleitoral, também emitiu um Ofício, proibindo diretórios municipais dos partidos políticos e candidatos nos municípios que integram a ZE, de apoiar e promover perseguições a pessoas.

Conforme o documento, os diretórios municipais dos partidos políticos e candidatos nos municípios de Jaicós, Campo Grande, Massapê e Patos do Piauí,  devem se abster  de realizar quaisquer atos que possam caracterizar, especialmente, a elaboração de  obstáculos à circulação livre de pessoas, seja com tendas ou fazendo uso de veículos e motocicletas nas vias públicas, bem como de não apoiar e promover perseguições a pessoas através de motociclistas, sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis.

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