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Família vive em barraco de lona na Praça Dr. Antenor Neiva em Picos

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Uma família formada por quatro pessoas, pai, mãe e dois filhos, está vivendo em uma barraca de lona na Praça Dr. Antenor Neiva (frente ao Hospital Regional Justino Luz – HRJL) em Picos. Nossa equipe esteve no local para saber como essa família está passando, em especial nessa época de coronavírus, quando se recomenda tanto às pessoas que fiquem casa. Com isso surgiu a pergunta: e aqueles que não tem casa?

Nós conversamos com o senhor Cristiano Rodrigues Cerqueira, 42 anos, que relatou como a família consegue sobreviver em uma situação tão difícil. Ele informou que é imigrante, natural do município de Ibiritinga, na Bahia, mas já vive no Piauí há 17 anos. Recentemente eles estava morando embaixo da ponte, aqui mesmo em Picos, mas com o início do período chuvoso, mudaram-se para a Praça Dr. Antenor Neiva.

Cristiano Rodrigues Cerqueira

Cristiano Rodrigues ressaltou durante a entrevista que não possuía muita instrução, apesar de se expressar com bastante clareza. Ele disse que faz bicos e coleta papelão para reciclagem, mas está disposto a exercer qualquer trabalho braçal, citando como exemplo o serviço de ajudante de pedreiro.

Com a sua esposa, Maria de Lourdes da Conceição, Cristiano tem dois filhos que vivem no barraco com o casal. O mais velho tem 16 anos e o caçula possui apenas três anos. Ambos nasceram em Picos.

Pertences da família

Indagado sobre o medo do coronavírus, ele disse que tem muita preocupação, especialmente com relação aos filhos, mas as possibilidades de prevenção não são muitas. “Torcer para que não possa afetar nós nem ninguém, e pedir sorte a Deus”, frisou Cristiano.

Cristiano diz ainda que já foi visitado pelo bispo diocesano de Picos, Dom Plínio José Luz, e tem recebido nos últimos 15 dias três quentinhas diariamente da Prefeitura. Esse foi um compromisso firmado entre o poder público e a Caritas Diocesana, que faz o trabalho de acompanhar pessoas em situação de rua. Guarnições da Polícia Militar também passam à noite pelas imediações e conversam com a família.

Fogão improvisado

No momento, o grande sonho de Cristiano é conseguir uma moradia. Ele relatou que sempre recebe informações de que há casas vagas no Conjunto Habitacional Louzinho Monteiro, um dos três que foram inaugurados nos últimos dez anos na cidade. “Eu me acho injustiçado, não sou picoense, mas tenho dois filhos nascidos aqui, vivo de forma sofrida e sabemos que há casas lá que pessoas nem moram, e essas coisas deveriam ser para pessoas da minha situação”, pediu.

Apesar da vida difícil, os dois filhos de Cristiano estão na escola, o que garante a família o parco recurso do Bolsa Família. Contudo, com as escolas paradas, ele disse não saber se terão direito ao benefício nesse mês. Ao tentar fazer o saque na data prevista, o dinheiro não foi disponibilizado. A família também não conseguiu informações se terão acesso a única renda garantida que possuem. E o futuro se mantém com um drama.

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Fonte: Boletim do Sertão

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