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Corpos de pacientes são trocados no Hospital Regional de Picos e corpo de idoso é enterrado por outra família

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Duas famílias tiveram corpos de familiares trocados nesta terça-feira, 22, no Hospital Regional Justino Luz, em Picos. O corpo do idoso Pedro Jorge Marciano, de 83 anos, que faleceu em decorrência de complicação da Covid-19, foi enterrado em Simões, pela família de Amadeus Francisco de Carvalho, de 98 anos.

Arinaldo Marciano Veloso, filho de Pedro Jorge Marciano, comenta que por volta das 17h00 foi informado sobre o falecimento de seu pai, e então procurou a funerária para a remoção do corpo. “Ontem por volta de 5 horas da tarde, eles pediram para que eu fosse até o Regional, que o médico queria dar o boletim médico do dia. Ao chegar, me apresentei, pedi para falar com ele, demorou entre 5 a 10 minutos, ele me atendeu e me explicou que o quadro do meu pai tinha agravado, que ele tinha tido duas paradas cardíacas e na segunda ele não tinha resistido. Então, eles me deram a certidão de óbito e eu perguntei como deveria agir, me indicaram que eu procurasse a funerária que eles iam me falar tudo para fazer a remoção do corpo”, comentou.

Ainda segundo Arinaldo Veloso, ao perceber que não havia identificação, a equipe da funerária teve dúvidas se era realmente o corpo de Pedro Jorge Marciano, e ao abrir, constatou que não era. “Combinamos de nos encontrar às 11h00, em frente ao necrotério, para a remoção. Ao chegar, eles foram até a portaria com a certidão de óbito do meu pai, mostraram para o porteiro, que fez o catálogo, e então liberaram a entrada deles. Eles entraram, fizeram a remoção da urna, abriram, fizeram a higienização e pediram que trouxesse o corpo, quando trouxeram o corpo, ele constatou que no corpo não havia nenhuma identificação que seria meu pai. Então ele ficou na dúvida e pediu para abrir um pouco para poder ver o rosto, ao abrir ele constatou que não era meu pai. Então começou a luta e a procura de onde estaria o corpo do meu pai”, assegurou.

Pedro Jorge Marciano

De acordo com Arinaldo Marciano Veloso, o hospital não tinha informação de onde estava o corpo do seu pai. Segundo ele, o corpo foi localizado através da empresa que havia feito o translado.

“Na verdade, o hospital não sabia onde estava o corpo do meu pai, a gente estava achando e graças a Deus, achamos o corpo dele em Simões, que havia sido trocado na hora do translado. Não foi através do Regional que conseguimos solucionar o caso, foi através da empresa que havia translado, que por acaso na hora que estávamos fazendo a remoção do corpo, eles também estavam lá. Fizemos a remoção 07h30, possa ser que eles tenham nos entregado o corpo errado, e então começamos a luta pela madrugada, no aguardo que fosse feita a troca lá, ou seja, meu pai teve que ser desenterrado lá, para que o outro corpo pudesse ser enterrado e eles pudessem trazer o corpo de meu pai para fazermos o enterro”, frisou.

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Arinaldo Marciano Veloso ainda relata sobre a chegada do corpo do seu pai. “Ao chegar por volta de 06h00, pedimos que o pessoal da funerária abrisse, mesmo que de longe, para gente poder identificar que realmente era meu pai, então constatamos e pudemos finalmente fazer o enterro para meu pai, porque vocês sabem que não podemos fazer velório por ser Covid”, finalizou.

De acordo com a filha de Amadeu Francisco de Carvalho, Maria Madalena de Carvalho, a família só foi informada sobre a troca por volta das 02h00, quando o corpo de Pedro Jorge Marciano já havia sido enterrado.

“A gente foi para o cemitério, mais ou menos umas 11 horas da noite, porque vem direto para o cemitério, porque foi constatado que foi por Covid a morte dele, também por sepse que é infecção generalizada, e problema nos pulmões. A gente fez o sepultamento, tinha umas pessoas lá e depois voltaram suas casas. Quando foi por volta de 02h00, que o pessoal já estavam em suas casas, a gente recebeu uma ligação do pessoal que trabalha na funerária, dizendo que haviam recebido uma ligação do Hospital Regional, dizendo que o corpo de Amadeu Francisco de Carvalho tinha sido trocado e veio foi de outro, porque teve outros óbitos”, pontuou.

A filha de Amadeu Francisco de Carvalho fala que além de ser uma situação difícil para a família, ainda acontece algo desse tipo. “É muito duro para gente passar por uma situação dessa, é falta de humanidade, que além da gente já vir sofrendo, acontece isso aí”, comentou.

Amadeu Francisco de Carvalho

Maria Madalena de Carvalho ainda comenta sobre a falta de respeito com as famílias. “A gente fica muito indignado com essa situação, falta de justiça, de ética”, ressaltou.

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O Cidades na Net entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Regional Justino Luz, que informou que está apurando os fatos e irá se pronunciar até o final do dia.

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